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Little Tomodachi (ともだち)

Little Tomodachi (ともだち)

21
Mar23

Escolas passam a ter guia para combater racismo

Niel Tomodachi

Neste Dia Internacional para a Eliminação da Discriminação Racial, o diretor-geral da Educação, Pedro Cunha, afirmou que "não há uma verdadeira educação se houver qualquer tipo de discriminação", defendendo que "uma escola que se conforma quando há escolas para uns e para outros" não educa. As escolas têm a partir desta terça-feira um Guia para a Prevenção e Combate à Discriminação Racial.

Escolas passam a ter guia para combater racismo

"Uma escola onde se discrimina de qualquer forma. Uma escola onde se tolera o racismo. Uma escola onde a diversidade é vista como um obstáculo à performance escolar. Uma escola onde a diversidade não é um motivo que celebremos diariamente. Uma escola que baixe os braços perante a correlação que ainda hoje existe entre a origem dos alunos e os seus resultados na aprendizagem. Uma escola que se conforma quando há escolas para uns e para outros. Há um agrupamento que tem escolas para alguns e esse mesmo agrupamento tem escolas para alguns outros. Uma escola em que se reforçam, às vezes de forma não assumida, discriminações de género. Escolas assim não educam, não são escolas. Escolas assim instruem, tentam transmitir conhecimento, mas a educação não é isso", defendeu Pedro Cunha, na sua intervenção durante a apresentação do Guia para a Prevenção e Combate à Discriminação Racial nas Escolas que decorreu esta terça-feira, na Escola Secundária de Camões, em Lisboa.

"Ninguém aprende num ambiente que não seja acolhedor, seguro, onde se sinta valorizado, onde se sinta respeitado, onde as suas necessidades sejam atendidas", alertou, apelando ao auditório, preenchido por alunos e professores que não se conformem com as desigualdades e os preconceitos que existem na sociedade. "É nos bancos da escola que tudo começa, mas não é nos bancos da escola que tudo acaba e este guia faz exatamente, e muito bem, a ponte dos bancos da escola para tudo o que está à sua volta", apontou.

Nesta sessão que assinalou o Dia Internacional para a Eliminação da Discriminação Racial, a ministra Adjunta e dos Assuntos Parlamentares, Ana Catarina Mendes, salientou que "a escola tem um papel absolutamente decisivo para gerar comportamentos", pelo que uma "cidadania ativa" conta "sobretudo, com aquilo que é a aprendizagem nos bancos da escola". "É aqui que nós encontramos pessoas de vários estrados sociais, pessoas de vários pontos do mundo, pessoas de várias etnias, e é aqui, na escola, que nós aprendemos o valor inestimável do respeito pelos direitos humanos".

 

Denunciar à mínima suspeita

 

Quanto ao Guia para a Prevenção e Combate à Discriminação Racial nas Escolas, a ministra explicou que "não pretende ser um manual de boas práticas para ninguém", mas "um instrumento capaz de ajudar os mais novos e os mais velhos a prevenir os fenómenos de racismo".

O documento com mais de 40 páginas conta com um conjunto de recomendações para agir na escola e na sala de aula numa abordagem curricular mais atenta ao combate ao racismo, como pedir ajuda e quais as punições previstas na lei para os atos discriminatórios. Esta é uma das medidas agora concretizadas do Plano Nacional de Combate ao Racismo e à Discriminação 2021-2025, elaborado pelo Alto Comissariado para as Migrações (ACM) e a Comissão para Igualdade e Contra a Discriminação Racial (CICDR), em colaboração com a Direção-Geral da Educação (DGE).

 

Intervindo também na sessão, a alta comissária para as Migrações, Sónia Pereira, sublinhou tratar-se do primeiro guia em Portugal dirigido especificamente para as escolas. Referiu ainda que o documento começou a ser elaborado há mais de um ano depois de levantadas "as práticas e recomendações já existentes em países europeus", mas também os contributos de "vários representantes da sociedade civil, profissionais docentes e não-docentes, encarregados e encarregadas de educação, representantes das diferentes comunidades migrantes e das comunidades ciganas".

Aos mais jovens, Ana Catarina Mendes deixou o repto: "este não é um fenómeno para ignorar, este é um fenómeno para combatermos e sobretudo é um fenómeno para, sempre que tivermos a mínima suspeita de que haja uma discriminação racial, recorrer àqueles que nos podem ajudar à cabeça nas escolas os nossos professores que aqui estão também para nos ajudar". "Espero que este guia seja inspirador para que a nossa atitude continue a ser uma atitude de respeito pelos direitos humanos e é disso que estamos a tratar quando estamos a tratar do combate à discriminação racial", resumiu.

 

12
Mar23

Portugal associa-se, por fim, à Comissão Europeia em ação contra Hungria por violação dos Direitos LGBTI+

Niel Tomodachi

Portugal associa-se, por fim, à Comissão Europeia em ação contra Hungria por violação dos Direitos LGBTI+

Portugal decidiu juntar-se à Comissão Europeia (CE) na ação contra a Hungria por alegada violação dos Direitos LGBTI+. Em causa está a proibição da “promoção da identidade de género diferente do sexo atribuído à nascença, da mudança de sexo e da homossexualidade” para menores de 18 anos.

Em 2021, quando detinha a presidência rotativa do Conselho da UE, Portugal não assumiu nenhuma posição relativamente à legislação adotada pela Hungria contra os direitos das pessoas LGBTI+.

A CE acusa Budapeste de violar várias diretivas. Entre elas, comércio eletrónico, serviços no mercado interno, serviços de comunicação social audiovisual, a Carta dos Direitos Fundamentais da UE, bem como o artigo 2.º do Tratado da União Europeia. Este último refere-se ao respeito pelos direitos humanos e a não discriminação.

Esta a primeira vez que é intentada uma ação destas contra um Estado-membro. Em causa está o desrespeito pela dignidade humana, liberdade, democracia, igualdade, Estado de direito e o respeito pelos direitos humanos.

“A estigmatização das pessoas LGBTI+ constitui uma violação manifesta do seu direito fundamental à dignidade, tal como consagrado na Carta Europeia dos Direitos Fundamentais e no direito internacional”,

Posição dos 13 países que pediram ação à CE em 2021

Ursula von der Leyen, Presidente da CE, classificou na altura a legislação como “uma vergonha“. Foi assim dado início a um procedimento de infração contra a Hungria. Mas, face às respostas insatisfatórias de Budapeste, foi decidido remeter o processo ao Tribunal de Justiça. Qualquer Estado-membro pode associar-se a este processo até ao final do corrente mês de março.

 

09
Mar23

Nova produção de “Stars Wars” está a ser gravada em Portugal

Niel Tomodachi

As filmagens decorrem nos próximos dias. Não se sabe se será um filme ou uma série de televisão.

Depois de sagas como “Velocidade Furiosa” e “House of the Dragon”, agora é o universo de ficção científica de “Stars Wars” que chega a Portugal. A Antena 1 avança que a nova produção da saga vai ser gravada em Portugal nos próximos dias em vários locais da ilha da Madeira, sobretudo na costa sul e norte.

Não está confirmado se será um filme ou uma série de televisão — existem vários projetos do universo de “Star Wars” a serem preparados. O Jornal da Madeira já divulgou imagens dos camiões que transportam o material de filmagens. Ao todo serão cerca de 40 contentores.

A equipa estará na Madeira até ao final do mês de março. A direção regional de estradas também partilhou um aviso de encerramento da Estrada Regional 214, desde a Quinta do Lorde à rotunda da Baía de Abra, entre 11 e 14 de março, graças às “filmagens de uma série com notoriedade internacional e com interesse estratégico para a região”. Já existem estruturas a serem montadas nalguns locais.

 

08
Mar23

"A nossa luta é todo o dia": centenas marcham em Lisboa pelos direitos das mulheres

Niel Tomodachi

Largas centenas de pessoas iniciaram, esta quarta-feira, pelas 19 horas, em Lisboa uma marcha pelos direitos das mulheres, no âmbito da Greve Feminista Internacional, gritando palavras de ordem como "A nossa luta é todo o dia".

Associações feministas e sindicatos marcham hoje em 12 cidades portuguesas.

Em Portugal, a iniciativa já acontece de 2019, indo para sua quinta edição.

Debaixo de chuva, as milhares de pessoas que se juntaram junto à Fonte Luminosa não arredaram pé e vincaram a sua presença com cartazes, palavras de ordem e tambores.

À Lusa, Patrícia Vassalo e Silva, do Coletivo Por Todas Nós, disse que o Dia Internacional da Mulher não serve apenas para celebrar que são "mulheres, rosas e muito bonitas"."É um dia para mostrarmos que queremos direitos iguais [aos homens], desde a saúde, salários e habitação", realçou.

Também, segundo Patrícia Vassalo e Silva, pretende-se mostrar que as mulheres, em clima de guerra, como na Ucrânia e no Irão, são "as mais atacadas". "Há muita discriminação. Posso falar nas questões LGBT, por exemplo. Mulheres trans [transexuais] é terrível. É um tema, como sabemos, no qual as pessoas gostam de mostrar o seu ódio", sublinhou.

Para a ativista, há também mais discriminação pública, porque as pessoas "deixaram de ter medo de falar", demonstrando esse ódio na rua.

No entanto, por sua vez, a porta-voz do Coletivo Por Todas Nós considerou que as marchas pelos direitos das mulheres têm cada vez mais adesão. "Há mais gente a querer ser mais ativista, há mais mulheres querer fazer parte, homens também, pessoas não binárias... Acho que nisso é positivo. Estamos mais na rua", afirmou.

Colorindo a marcha da Greve Feminista Internacional com guarda-chuvas e com bandeiras do Irão, em referência ao regime de Ebrahim Raisi, as pessoas sublinhavam sempre que "as mulheres têm os mesmos direitos dos homens".

Aos jornalistas, no meio dos participantes da marcha, surgiu a coordenadora do BE, Catarina Martins, que disse que "o maior problema de segurança em Portugal é a violência contra as mulheres". "É o maior perigo da nossa sociedade", salientou, referindo que, além disso, "as mulheres continuam a ganhar menos" do que os homens.

Para Catarina Martins, é "importante continuar na rua", lembrando as mulheres do Irão que têm mantido as manifestações contra a repressão do presidente Raisi. "Está tanto por fazer para garantir a igualdade e para garantir que as mulheres são respeitadas", sublinhou.

Catarina Martins realçou ainda uma nova vaga de jovens mulheres feministas que "levam a igualdade a sério, que não querem ser controladas, que não permitem julgamentos sobre o seu corpo, que exigem ser respeitadas". "Estas jovens que saem à rua são um dos momentos mais extraordinários que o país tem", acrescentou.

Na terça-feira, Cheila Collaço Rodrigues, ativista do núcleo de Lisboa da Rede 8 de Março, dizia à Lusa que a Greve Feminista Internacional servia para "dar visibilidade às violências, às opressões, às desigualdades que as mulheres são alvo numa sociedade desigual, quer as mulheres cis [cisgénero], quer as mulheres trans [transexuais]".

A greve, que acontece no Dia Internacional da Mulher, vai para a sua quinta edição e decorre hoje nas cidades de Aveiro, Barcelos, Braga, Bragança, Coimbra, Évora, Faro, Guimarães, Leiria, Lisboa, Porto e Vila Real, e, no sábado, em Chaves.

 

08
Mar23

Marcharam no Porto pela igualdade e contra a discriminação

Niel Tomodachi

Centenas de pessoas saíram à rua esta quarta-feira, no Porto, numa manifestação que pretendia unir pessoas e chamar a atenção para as desigualdades salariais, machismo, racismo, homofobia e transfobia. Não só no Porto, mas também de norte a sul do país, foram milhares os que se juntaram às 13 marchas que decorreram no âmbito do Dia Internacional da Mulher.

Com o mote "Deixa passar, sou feminista e o mundo eu vou mudar" e "A nossa luta é todo o dia, contra o racismo, machismo e homofobia", várias pessoas juntaram-se à manifestação que teve início na Praça dos Poveiros, no Porto, percorrendo várias ruas da cidade.

Andreia Peniche, participante de um coletivo responsável pela organização da marcha internacional, disse que estará sempre presente enquanto "se justificar lutar pela igualdade". Diz que se impõe a procura de medidas que alterem o quotidiano para atingir a igualdade salarial, o reconhecimento do trabalho doméstico e dos cuidados com o trabalho.

Recorrendo a linguagem inclusiva - "todes", em vez de "todos" ou todas" - e em nome de toda a gente, Andreia Peniche disse que saiu à rua para representar "muitas mulheres e pessoas que não puderam cá estar hoje".

 

Drama crescente da violência

A marcha busca a luta pela igualdade e são várias as bandeiras de protesto, como as alterações climáticas e o alargamento do prazo da lei do aborto em Portugal Andreia gostava que estas marchas levassem o primeiro-ministro, António Costa, a apresentar medidas para a fiscalização das desigualdades salariais e "que anunciasse que está comprometido com a transformação do país, com medidas concretas e não com discursos redondos".

Maria João Calisto diz que se junta à causa do 8 de março porque "neste dia, morreram centenas de mulheres e continuam a morrer diariamente. Eu como trabalho na área da violência doméstica assisto a este caso que continua a ser um drama crescente com uma ausência de resposta efetiva a este problema".

O Coletivo de Feministas da Faculdade de Letras da Universidade do Porto alertava para os casos de assédio nas universidades portuguesas. Exigiam o despedimento de professores machistas e a distribuição gratuita de produtos de higiene menstrual nas universidades.

As condições climatéricas e a chuva miudinha não foram entrave para que as pessoas, mulheres e homens, se manifestassem e fizessem ouvir a sua voz pelas ruas do Porto.

 

07
Mar23

Violência doméstica. Empresas devem adotar planos de apoio e prevenção

Niel Tomodachi

A secretária de Estado da Igualdade, Isabel Almeida Rodrigues, instou hoje as empresas a adotarem políticas de apoio a vítimas de violência doméstica e a desenvolverem planos de prevenção para um problema transversal na sociedade.

Violência doméstica. Empresas devem adotar planos de apoio e prevenção

"As pessoas que sofrem violência doméstica, por exemplo, ao nível do trabalho, apresentam uma taxa de absentismo mais elevada e níveis de produtividade e de concentração mais baixos", afirmou a governante ao falar numa conferência digital subordinada ao tema "Violência não é Igualdade".

"A situação pode ser tão grave que pode levar à perda do emprego, por uma situação de acolhimento num sítio distante do seu local de trabalho", sublinhou.

De acordo com a secretária de Estado, que citou relatórios e dados estatísticos internacionais, em média, em cada 10 vítimas de violência doméstica, oito são mulheres.

"São sempre as mulheres as principais vítimas", disse, acrescentando que as mulheres lésbicas, bissexuais e transgénero, estão 60% mais expostas a violência sexual e a violência económica do que os homens (homossexuais, bissexuais ou transgénero).

"É importante que as entidades empregadoras possam estabelecer políticas e procedimentos empresariais que ajudem as trabalhadoras quando se veem numa situação de violência doméstica, idealmente que possam ajudar a prevenir, mas também a reduzir as consequências negativas que podem extravasar para o local de trabalho, embora para muitas trabalhadoras o local de trabalho seja até o porto seguro e o único local que muitas vezes oferece rotas para a segurança", sustentou Isabel Almeida Rodrigues.

Para a secretária de Estado, as empresas têm um papel fundamental e estratégico nesta questão.

A conferência foi organizada pelo iGEN -- Fórum de Organizações para a Igualdade.

 

07
Mar23

Estudo confirma desigualdades de género no cinema e audiovisual

Niel Tomodachi

As mulheres que trabalham em cinema e audiovisual em Portugal ganham menos do que os homens, progridem mais devagar nas carreiras e há casos de discriminação de género, assédio e racismo, segundo um estudo inédito feito ao setor.

Estudo confirma desigualdades de género no cinema e audiovisual

Estas são as primeiras conclusões, hoje divulgadas, véspera do Dia Internacional da Mulher, de um estudo sobre a condição das mulheres no cinema e no audiovisual em Portugal, numa iniciativa da associação MUTIM - Mulheres Trabalhadoras das Imagens em Movimento com a Universidade Católica Portuguesa.

A análise final do estudo só será concluída no terceiro trimestre deste ano, mas o relatório preliminar permite perceber desigualdades e disparidades de género no setor, explicou à agência Lusa a investigadora Mariana Liz, da associação MUTIM.

Uma das conclusões que é já possível retirar é que "há uma muito maior proporção de homens do que mulheres a beneficiar de salários mais elevados no setor e muito mais mulheres do que homens nos escalões remuneratórios mais baixos", disse.

O estudo, iniciado em novembro de 2022, com coordenação da investigadora Catarina Duff Burnay, partiu de um inquérito respondido por 515 pessoas que trabalham em cinema e audiovisual, das quais 363 eram mulheres, 143 homens e nove "não se identificam com o binário ou preferiram não responder".

No inquérito, 59% das mulheres responderam que têm um rendimento anual até 14.999 euros brutos, contrastante com 40% dos homens. "Nos respondentes com rendimentos acima dos 25.000 euros anuais brutos podem contabilizar-se 31% de homens e apenas 15% de mulheres".

"Apesar de haver um sentimento geral de alguma progressão na carreira, ficamos com a sensação de que os homens começam mais cedo e progridem mais depressa, o que não acontece entre as mulheres", sublinhou Mariana Liz à agência Lusa.

Outro dado já retirado do estudo é que do total de mulheres que responderam ao inquérito, "41.6% foram vítimas de discriminação de género, 37,6% foram vítimas de assédio no local de trabalho e/ou no desempenho de funções, 7,5% foram vítimas de xenofobia e 1,4% foram vítimas de racismo".

Os resultados obtidos indiciam ainda "níveis elevados de precariedade": há muito mais mulheres do que homens a abdicar ou a desistir de trabalhar, "por causa da conciliação com a maternidade/paternidade"; e, quanto às perspetivas de evolução na carreira, "a maioria encontra-se insatisfeita, com as mulheres a manifestarem de forma mais acentuada do que os homens esse desagrado".

As primeiras conclusões hoje divulgadas indicam ainda que quem trabalha nesta área, em particular as mulheres, reconhece que as narrativas produzidas e realizadas na atualidade "na~o sa~o plurais em termos de representac¸o~es de ge´nero e e´tnico/racial" e que há uma estereotipac¸a~o.

"Para ale´m disso, ha´ um consenso [sobre] o papel subalternizado da mulher no ecra~ em relac¸a~o ao homem nas produc¸o~es nacionais", lê-se no documento.

Para Mariana Liz, o estudo "vai servir para complementar investigações histórica e teórica" sobre as mulheres e o trabalho, mas também "pode servir para desenhar políticas públicas novas ou que tenham em atenção uma óbvia desigualdade neste setor".

A investigadora considera que "tem havido políticas que tentam colmatar as desigualdades", mas "chegou a hora de haver quotas no setor da cultura e no cinema e audiovisual em particular".

O estudo "A Condição da Mulher nos Sectores do Cinema e do Audiovisual em Portugal" é uma das primeiras iniciativas da associação MUTIM - Mulheres Trabalhadoras das Imagens em Movimento, formalizada em abril de 2022, com o Centro de Estudos de Comunicação e Cultura e o Laboratory for Audiovisual Communication Studies da Universidade Católica Portuguesa.

 

07
Mar23

Portugal vive dia de luto nacional pelas vítimas da violência doméstica

Niel Tomodachi

Portugal vive, esta terça-feira, um dia de luto nacional pelas vítimas de violência doméstica.

Este ano de 2023, somam-se já duas mortes por vítimas de violência doméstica. O primeiro caso ocorreu a 8 de fevereiro, em Lisboa. A vítima, de 31 anos, foi asfixiada pelo companheiro. O segundo caso aconteceu poucos dias depois, a 22 de fevereiro, em Gondomar. Com 43 anos, a vítima foi esfaqueada pelo ex-companheiro no local de trabalho. O casal estava separado e o agressor já tinha sido condenado por violência doméstica, estando a ser monitorizado com pulseira eletrónica, que se mostrou insuficiente para travar o homicídio.

Em 2022, este tipo de ocorrências, registadas pela PSP e GNR, a aumentaram 14% face ao ano anterior, num total de 30 389, uma média de 82 queixas apresentadas por dia. Foram registadas ainda 28 vítimas mortais, incluindo quatro crianças.

O dia 7 de março é, desde há cinco anos, o Dia de Luto Nacional pelas vítimas de violência doméstica. O decreto foi aprovado em Conselho de Ministros a 28 de fevereiro de 2019, em homenagem às vítimas de violência doméstica e às suas famílias.

 

07
Mar23

Memorial em honra das vítimas de violência doméstica inaugurado em Cascais

Niel Tomodachi

A ideia parte da ativista dos direitos humanos Francisca de Magalhães Barros, que é também cronista no Nascer do SOL.

No Dia de Luto Nacional pelas Vítimas de Violência Doméstica, 7 de março, a Câmara Municipal de Cascais vai prestar homenagem às vítimas deste crime. Assim, inaugurará o primeiro memorial, a nível nacional, em honra das vítimas de violência doméstica, sendo que a ideia parte da ativista dos direitos humanos Francisca de Magalhães Barros, que é também cronista no Nascer do SOL.

No Parque Marechal Carmona, pelas 15h desta terça-feira, será inaugurada a estrutura. Esta cerimónia contará com a presença de membros do Executivo da Câmara Municipal de Cascais e de Francisca de Magalhães Barros, ativista dos direitos humanos e também pintora que foi responsável pelo lançamento da petição que reuniu mais de 40 mil assinaturas e que esteve na base da aprovação pelo Parlamento do novo Estatuto da Vítima. Este passou a incluir crianças que viveram ou assistiram a maus tratos entre os seus pais ou familiares.

"Este memorial tinha de ser feito, já há muito, por todas as vítimas de violência doméstica. Não só como forma de prestar homenagem, mas também como modo de continuar a lutar por medidas mais justas e concretas", diz, em declarações ao Nascer do SOL, Francisca, na véspera da inauguração. Sabe-se que, anualmente, o memorial será atualizado com os números nacionais para memória futura e para que este tema nunca seja esquecido.

No ano passado, foram registadas mais de 30 mil ocorrências de violência doméstica e, destas, 28 constituíram situações de homicídio voluntário. Em novembro, o Observatório de Mulheres Assassinadas (OMA) contabilizara, no período compreendido entre 1 de janeiro e 15 de novembro, 28 mulheres mortas, segundo os dados preliminares então apresentados. Dos 28 homicídios, 22 haviam sido cometidos pelos companheiros, três deles "em contexto familiar", um "em contexto de crime", um "por discussão pontual" e um "em contexto omisso".

Sublinhe-se que "todos os 22 femicídios nas relações de intimidade cometidos em 2022 foram perpetrados por homens", segundo o relatório divulgado em conferência de imprensa na Faculdade de Psicologia da Universidade do Porto. Em junho, o Nascer do SOL frisava que são verificados três casos de violência doméstica por hora em território nacional. Com 26 520 participações em 2021, revelou o último Relatório Anual de Segurança Interna (RASI), divulgado no final de maio, entendemos que existem mais de 70 casos por dia, três por hora. 

Relativamente, em específico, às queixas por violência no namoro, a Polícia de Segurança Pública recebeu, entre 2018 e 2022, 10.480, sendo a maioria das vítimas mulheres – o que representa um aumento de 10% em cinco anos. Em comunicado, enviado às redações, a autoridade informou que em 2018 foram registadas 1.920 queixas, em 2019 2.185, em 2020 diminuíram para 2.051, em 2021 para 2.215 e, no ano passado, voltaram a baixar, para 2.109. 

07
Mar23

Setor editorial do livro voltou a crescer em 2022 e mercado gráfico estabilizou

Niel Tomodachi

Setor editorial do livro voltou a crescer em 2022 e mercado gráfico estabilizou

O presidente da associação Apigraf afirma, em declarações à Lusa, que o setor editorial do livro voltou a crescer em 2022 e que, depois do “drama” do primeiro semestre de falta de papel, o mercado está “estabilizado”.

José Manuel Lopes de Castro falava à Lusa a pouco menos de uma semana do encontro anual da Associação Portuguesa das Indústrias Gráficas e Transformadoras do Papel (Apigraf), que decorre a 11 e 12 de março, no Luso, e onde será feito um balanço de 2022, que fechou “positivo” e irão também falar dos 170 anos do associativismo gráfico.

Iremos comemorar no fim do ano com uma exposição no Porto, na Faculdade de Belas Artes, e com o lançamento de um livro com dois volumes sobre os 170 anos do associativismo“, diz, adiantando que para a produção de conteúdo tem a parceria da Universidade Nova, mais precisamente do Instituto de História Contemporânea, e conta com alto patrocínio da Presidência da República.

Este “é um projeto de peso” em que a Apigraf apostou, com o objetivo de “mostrar uma dinâmica de um setor” que “recorrentemente não é conhecido“, destaca José Manuel Lopes de Castro.

Relativamente ao encontro anual, refere que o balanço será feito sem números, “porque não há números fechados“, mas há “sensibilidades“.

E, nesse ângulo, “o ano foi bom genericamente“, apesar de o primeiro semestre ter sido “um desastre com a escassez de matéria-prima [papel] e pelo aumento brutal” do preço da mesma, algo que foi “transversal ao setor todo“, refere.

No entanto, em meados do ano passado, o mercado “começou a estabilizar, a normalizar, e agora penso que as coisas estarão mais ou menos normalizadas na oferta e mais ou menos estabilizadas no preço“, considera o presidente da Apigraf, setor que emprega cerca de 20.000 trabalhadores, conta com mais de 2.700 empresas e representa 4% da indústria transformadora.

O ano – temos que confirmar isso com números –, pelos indicadores que temos, foi positivo, o que é francamente bom“, avança.

Estes são alguns dos pontos que a Apigraf vai partilhar no encontro, salientando que o setor é muito mais do que as artes gráficas, inclui o setor editorial, o da embalagem, os dos rótulos, só para citar alguns.

Por exemplo, no setor editorial livro acontece um “fenómeno estranho positivo” diz, que é contrário ao editorial jornal e revistas.

Mais uma vez, em 2022 o livro voltou a subir, quer na aquisição, quer os números de leitores subiram, mas os números de compradores também subiram na Europa toda, é um fenómeno interessante“, destaca o presidente da Apigraf.

Lopes de Castro considera que as notícias da morte do livro foram manifestamente exageradas e estes dados de 2022 comprovam isso: “Já foi considerado morto várias vezes, está a subir, está a crescer e há indicadores de que está para ficar e bem“.

Agora, “o jornal, todos, todos baixaram muito de tiragens“, enfatiza, apontado que algumas até são “residuais”.

A leitura do jornal, diz, “foi comprometida pela oferta, quer ao nível do telefone, ‘tablet’, essa oferta toda digital“, prossegue, salientado que “vão resistindo e bem os jornais muito vincados“.

A nível internacional, aponta, “há projetos interessantes“, quer nos Estados Unidos e na Europa, de jornais que deixaram de imprimir em papel e que agora estão a regressar à impressão.

Porque só regressando ao papel é que têm acesso a uma receita chamada publicidade impressa, é um fenómeno engraçado“, exemplifica.

No caso português, há o Diário de Notícias (DN), que saiu do papel e depois regressou, mas com baixas tiragens.

Há uma coisa que me parece que está comprovada: os subscritores do jornal ‘online’ são os compradores do jornal em papel“, refere José Manuel Lopes de Castro.

O mesmo acontece com os leitores de livros, que são os compradores dos ‘ebooks’ [livros eletrónicos] Kobo e Kindle, “esses aparelhos não criaram novos mercados de leitura“, refere.

No caso dos jornais, insiste, “estamos a falar de um setor em crise há muito tempo, não é de agora” e “dificilmente voltará ao que era“.

Em suma, atualmente a oferta e a procura de papel “já estão equilibradas e, por exemplo, estabilizou uma coisa que era uma preocupação para nós, o preço também estabilizou, estabilizou em alta, mas está estabilizado“, sublinha.

Agora, o drama que vivemos o ano passado, no primeiro semestre, não termos matéria-prima foi complicado” e isso teve consequências, entre os quais jornais “encerraram” e “há projetos editoriais que não foram realizados porque simplesmente não foi produzido, não havia matéria-prima“, diz.

 

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