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Little Tomodachi (ともだち)

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22
Out21

Polónia quer restringir educação sexual e a defesa pública de minorias sexuais

Niel Tomodachi

Os temas vão começar a ser debatidos no Parlamento polaco na próxima semana. Nesse sentido, o ministro da Educação já tinha prometido “tornar as escolas mais decentes” e não permitir, por exemplo, menções a “géneros não biológicos” nos livros didácticos.

Um grito mudo: a luta LGBTQI+ na Polónia por igualdade e direitos humanos

O Governo da Polónia quer restringir a educação sexual e a defesa pública das minorias sexuais, quando se cumpre um ano de uma sentença polémica que proibiu o aborto no país.

Para atingir esse objectivo, o Parlamento polaco pretende começar a debater na próxima semana uma reforma promovida pelas mesmas associações fundamentalistas católicas que promoveram a proibição do aborto, anunciada há um ano, e cujo procedimento parlamentar é apoiado pelo Governo.

O ministro da Educação polaco, Przemyslaw Czarnek, já prometeu “tornar as escolas mais decentes” e não permitir, por exemplo, menções a “géneros não biológicos” nos livros didácticos.

O ministro defende que se deve incorporar “a visão de vida e os ensinamentos de [o Papa] João Paulo II”, bem como convencer as meninas de que “ter uma carreira” antes de ter um filho “é perigoso e não é o que devem fazer”, alegando que “elas foram chamadas por Deus”.

Com o respaldo político do Governo, também uma fundação pró-vida e a activista conservadora Kaja Godek propõem a proibição de reuniões públicas e manifestações que defendam o casamento entre pessoas do mesmo sexo ou reivindiquem direitos para essas pessoas, como a adopção de crianças ou o reconhecimento da sua união legal.

A fundação lançou uma petição que atende a uma iniciativa que reuniu mais de 100 mil assinaturas e que visa impedir que identidades de género não biológicas sejam aceites ou que seja promovida a actividade sexual de menores de 18 anos.

Perante a oposição de grande parte da sociedade polaca, o Governo pediu ao Tribunal Constitucional que se pronunciasse sobre a matéria, levando-o a, numa interpretação polémica da lei, proibir o aborto, mesmo quando há elevada probabilidade de deterioração grave e irreversível da condição do feto ou do nascimento da criança com uma doença grave ou terminal.

A onda de protestos contra esta iniciativa, que durou mais de três meses, gerou uma mobilização civil sem precedentes e acabou por se tornar uma expressão de resistência à política ultraconservadora do Governo, enquanto muitas mulheres procuravam soluções alternativas para terminar com a gravidez.

De acordo com a organização internacional Aborto Sem Fronteiras, pelo menos 34 mil mulheres polacas abortaram ilegalmente no seu país ou viajaram para o estrangeiro para poder fazê-lo sem sofrer represálias legais.

A ideologia ultraconservadora do Governo polaco coincide com os postulados da facção mais radical da Igreja e, por exemplo, Jaroslaw Kaczynski, líder da coligação que governa o país desde 2015, acusou os manifestantes de “quererem destruir a Polónia. “

 

15
Jul21

Direitos LGBT. Bruxelas abre processos de infração a Hungria e Polónia

Niel Tomodachi

A Comissão Europeia lançou hoje processos de infração à Hungria e à Polónia para "proteger os direitos fundamentais" europeus, após os dois países terem introduzido medidas que põem em causa os direitos das pessoas LGBTIQ.

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"A Comissão está a abrir processos de infração contra a Hungria e a Polónia relacionados com a igualdade e com a proteção dos direitos fundamentais", lê-se num comunicado de imprensa publicado pelo executivo comunitário.

No que se refere à Hungria, a Comissão Europeia abriu um processo de infração devido à lei anti-LGBTIQ (lésbicas, gays, bissexuais, transexuais, intersexuais e queer), aprovada em 15 de junho no país, e que, na sua fundamentação, proíbe "a promoção" da homossexualidade junto de menores de 18 anos.

Segundo a Comissão Europeia, apesar de a "proteção de menores sem um interesse público legítimo, que a União Europeia (UE) partilha e persegue", o Governo húngaro não conseguiu explicar ao executivo comunitário "porque é que a exposição de crianças a conteúdos LGBTIQ seria prejudicial para o seu bem-estar ou não estaria de acordo com os seus melhores interesses".

Elencando assim um conjunto de regras europeias que a lei húngara viola, a Comissão Europeia frisa que as disposições do diploma também "violam a dignidade humana, a liberdade de expressão e de informação, o respeito pelo direito humano" e os valores europeus que estão consagrados no artigo 2.º dos Tratados da UE.

A Comissão Europeia lança também outro processo de infração ao Governo húngaro por, a 19 de janeiro, ter obrigado uma editora a publicar um aviso num livro para crianças que continha histórias com pessoas LGBTIQ, onde avisava que os textos mostravam "formas de comportamento que desviam dos papéis tradicionais de género".

"Ao impor uma obrigação de fornecer informações sobre uma divergência em relação aos 'papéis tradicionais de género', a Hungria está a restringir a liberdade de expressão dos autores e editores de livros, e discrimina por motivos de orientação sexual de uma forma injustificada", salienta a Comissão.

Em ambos os processos, o executivo comunitário enviou uma carta de notificação à Hungria, em que estabelece um prazo de dois meses para obter uma resposta, sob pena de avançar com os procedimentos, que, a longo prazo, podem levar a uma queixa junto do Tribunal de Justiça da UE.

Já no que é relativo à Polónia, a Comissão Europeia considera que as autoridades polacas não responderam "completamente e apropriadamente" aos pedidos de esclarecimento do executivo comunitário relativos à "natureza e ao impacto" das chamadas "zonas livres de pessoas LGBTIQ", que foram introduzidas através de resoluções em centenas de municípios e cidades polacas desde 2019.

Mostrando-se "preocupada" pelo facto de que as zonas "podem violar a lei europeia no que se refere à não-discriminação, com base na orientação sexual", a Comissão Europeia frisa que é "necessário levar a cabo uma análise detalhada da compatibilidade das resoluções [que estabelecem as zonas] com a lei europeia".

No entanto, para conseguir levar a cabo a análise em questão, a Comissão frisa que é necessária que lhe seja fornecida "informação adequada e abrangente pelas autoridades polacas", o que, apesar de um "apelo claro" feito pelo executivo comunitário em março, Varsóvia continua sem cumprir, "evitando manifestamente responder à maioria dos pedidos da Comissão".

"A Polónia está assim a dificultar a capacidade da Comissão para exercer os poderes que lhe são conferidos pelos Tratados, e não está a respeitar o princípio da cooperação sincera (...) que exige que os Estados-membros cooperem genuinamente com as instituições europeias", aponta o comunicado.

Nesse sentido, a Comissão Europeia enviou uma carta de notificação devido à "falta de cooperação" da Polónia, dando, à semelhança da Hungria, dois meses ao Governo local para responder, antes de proceder ao próximo passo do processo de infração.

O executivo comunitário cumpre assim a ameaça que tinha sido feita pela presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, que, durante a sessão plenária do Parlamento Europeu, na semana passada, tinha afirmado que, caso a Hungria não "corrigisse" a lei anti-LGBTIQ, a Comissão Europeia iria utilizar "todos os poderes ao seu alcance".

"A Europa nunca irá permitir que partes da nossa sociedade sejam estigmatizadas seja devido a quem amam, à sua idade, etnia, opinião política ou crença religiosa. Porque nunca nos podemos esquecer: quando defendemos uma parte da nossa sociedade, estamos a defender a liberdade da nossa sociedade como um todo", tinha referido Von der Leyen na altura.

 

20
Jun21

Milhares saíram à rua para provar que "o arco-íris não ofende ninguém"

Niel Tomodachi

Milhares de pessoas participaram, este sábado, no "Desfile da Igualdade" realizado em Varsóvia, evento que não ocorreu em 2020 devido à pandemia de covid-19, com o objetivo de defender os direitos das minorias sexuais na Polónia.

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Organizado conjuntamente por diferentes entidades de defesa dos direitos das minorias, com o apoio do presidente da câmara de Varsóvia, Rafal Trzaskowski, o desfile de manifestantes com as cores do arco-íris passou pelo centro da capital polaca, sob um sol intenso e ao som de músicas transmitidas de plataformas móveis

De acordo com jornalistas da AFP no local, cerca de 20 mil pessoas, a maioria jovens, participaram na marcha. Nem a polícia, nem a autarquia, comunicaram as estimativas sobre o número de participantes.

"O arco-íris não ofende ninguém" foi o slogan muito presente durante a manifestação.

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Segundo o líder do partido conservador nacionalista Lei e Justiça (PiS) no poder desde 2015, Jaroslaw Kaczynski, os homossexuais constituem uma ameaça para a família tradicional.

O presidente da Polónia, Andrzej Duda, equiparou a "ideologia LGBT" ao comunismo e, com o apoio do Governo, várias regiões ou municípios deste país considerados apegados aos valores católicos declararam-se livres dessa ideologia.

O Conselho da Europa classifica a Polónia na última posição da União Europeia em termos de direitos LGBTQ (lésbicas, gays, bissexuais, transgéneros e queer), estimando num relatório recente que os principais líderes políticos do país agravaram a situação nos últimos anos.

 

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