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Little Tomodachi (ともだち)

Little Tomodachi (ともだち)

27
Set23

África: Número de rinocerontes sobe 5,2% em 2022. Mas ameaça da caça furtiva mantém-se

Niel Tomodachi

No ano passado, o número de rinocerontes em África chegou aos 23.290 indivíduos, um aumento de 5,2% face a 2021. A estimativa foi avançada recentemente pelo grupo de especialistas em rinocerontes africanos da União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN).

Desse total, 6.487 são rinocerontes-negros (Diceros bicornis), espécie Criticamente em Perigo, uma subida de 4,2% face a 2021, e 16.803 são rinocerontes-brancos (Ceratotherium simum), espécie Quase Ameaçada, mais 5,6% do que no ano anterior. Este será o primeiro aumento das populações africanas de rinoceronte-branco desde 2012.

Os especialistas consideram que a recuperação geral das populações africanas de rinocerontes se deve à implementação de medidas de proteção desse grupo de mamíferos no continente.

Apesar de o aumento da população desses animais ser visto como um passo positivo, os investigadores alertam que a caça furtiva, uma das principais ameaças à sobrevivência dessas espécies, continua a pressionar a sua recuperação. Os números apontam que pelo menos 561 rinocerontes terão sido mortos ilegalmente em 2022, um aumento face 2021 (501) e 2020 (503).

No entanto, os conservacionistas acreditam que estamos a assistir a uma queda da ameaça da caça furtiva de rinocerontes em África, que em 2015 atingiu um pico de 1.349 animais mortos ilegalmente.

A África do Sul continua a ser o país do continente africano com o maior número de indivíduos, embora 448 rinocerontes tenham sido vítimas da caça furtiva no ano passado, um decréscimo, ainda assim, face a 2021 (451). Na Namíbia, terão sido mortos ilegalmente 93 desses animais, uma subida face aos 47 do ano anterior, e no Quénia um rinoceronte foi caçado ilegalmente, comparativamente aos seis registados em 2021.

“Com estas boas notícias, podemos respirar de alívio pela primeira vez em décadas”, considera Michael Knight, responsável do grupo de especialistas da UICN, mas alerta que os esforços de conservação que têm vindo a ser feitos, e que permitiram estes resultados positivos, devem manter-se e ser reforçados. E diz que “não podemos baixar a guarda”.

 

13
Jul23

Papel de erva e desperdícios usados na construção. A procura por um indústria verde

Niel Tomodachi

Embora a indústria consuma muitas árvores e produza muitos resíduos, as embalagens feitas de erva e os novos materiais de construção apontam para um caminho mais sustentável.

Papel de erva e desperdícios usados na construção. A procura por um indústria verde

A Suíça é conhecida pelas suas montanhas, pelo queijo e pelo chocolate. Menos conhecida é a forma como a Lindt, uma fabricante suíça de chocolate, está a embalar as suas delícias de forma mais ecológica.

A embalagem de papel utilizada para alguns dos produtos da Lindt já conta com fibras verdes. Mais do que um simples toque de cor, o verde é erva verdadeira que substitui alguma da madeira normalmente utilizada para fazer o papel.

 

Tensões florestais

A alteração é o resultado de anos de investigação realizada pela fabricante de papel alemã Creapaper e parcialmente financiada pela UE num projeto denominado Grass Paper.

"A tensão exercida sobre as florestas é demasiado elevada", refere Michael Schatzschneider, diretor financeiro da Creapaper. "Por essa razão, quisemos encontrar uma alternativa para as embalagens, que podem parecer produtos de baixo valor, mas que, por si só, são responsáveis pela produção de milhões de toneladas de papel todos os anos." A indústria do papel é uma das maiores utilizadoras mundiais de madeira, sendo responsável por 33 a 40% do comércio global do setor. Só na Europa, a indústria da pasta de papel e do papel assegura 179 000 postos de trabalho e contribui com 21 mil milhões de euros para o produto interno bruto da UE.

A produção mundial de papel atingiu um recorde de 415 milhões de toneladas em 2021, de acordo com a Agência Internacional de Energia. Além disso, os resíduos resultantes acabam muitas vezes por não ser utilizados.

Da mesma forma que a produção de papel pode reduzir a sua pegada ambiental, os resíduos também o podem fazer, através da sua utilização para uma série de aplicações.

Não ao desperdício

"A produção de papel está a aumentar", refere Juan José Cepriá, gestor de projetos na empresa de construção espanhola ACCIONA Infraestructuras. "Isto coloca mais pressão nas nossas florestas e gera mais resíduos. Chegámos a uma fase em que as fábricas de papel não sabem o que fazer com eles." Cepriá coordenou um projeto separado financiado pela UE denominado PAPERCHAIN, que decorreu durante quatro anos até agosto de 2021, para resolver o problema dos resíduos. Um desses locais foi a Eslovénia, onde os resíduos de papel foram utilizados numa iniciativa de construção.

Por ser montanhosa, a Eslovénia precisa frequentemente de construir muros de gravidade para evitar deslizamentos de terras, de acordo com Karmen Fifer Bizjak, chefe do departamento de geotecnia e infraestruturas de tráfego no Instituto Nacional de Construção e Engenharia Civil da Eslovénia, ou ZAG.

Normalmente, as empresas de construção utilizam gravilha para construir estas barreiras. Contudo, neste caso, o projeto utilizou um material novo denominado MUDIPEL, que é feito de resíduos, principalmente cinzas e lamas de papel, provenientes de uma fábrica de papel local.

Atualmente, estes materiais não têm qualquer utilidade e seriam descartados.

"Foi um desafio transformar as lamas de papel e as suas cinzas num material de construção", afirma Fifer Bizjak. "O novo material tinha de funcionar da mesma forma que o antigo. Além disso, tínhamos de provar que não era prejudicial para o ambiente."

 

Material de construção

Por exemplo, foi necessário encontrar a combinação ideal de cinzas e lamas, bem como determinar a quantidade de material que precisava de ser pressionada para funcionar de forma mais eficaz.

O MUDIPEL cumpriu o seu objetivo. Fifer Bizjak afirmou que o material novo já está a ser utilizado em outros projetos de construção.

"Provámos que era possível", afirmou. "Mostrámos aos engenheiros e às empresas de construção que se trata de um produto viável."

Segundo Fifer Bizjak, tem a mesma duração e as mesmas propriedades mecânicas que o material tradicional.

A PAPERCHAIN desenvolveu cincos destes processos na Europa.

Em Portugal, o projeto transformou resíduos, como a lama de cal, em materiais base para a produção de betão e asfalto, que foram utilizados para construir estradas no país. Na Suécia, o projeto utilizou borras de papel para evitar que os produtos químicos nocivos libertados durante a extração mineira se infiltrem no solo.

"Já construímos mais de seis quilómetros de estradas com resíduos de papel", afirmou Cepriá. "Algumas destas tecnologias estão prontas para serem utilizadas em grande escala. Agora podemos finalmente começar a utilizar os resíduos das fábricas de papel de formas socialmente úteis."

 

Papel de erva

De volta à Alemanha, a Creapaper também está pronta para lançar o seu produto infundido com erva após a conclusão do projeto financiado pela UE, que decorreu de outubro de 2018 a novembro de 2020.

A empresa está sediada perto da cidade ocidental de Bona e tem cerca de 35 funcionários.

"Estamos sempre a melhorar a nossa tecnologia", disse Schatzschneider. "No entanto, atualmente, o mais importante para nós é convencer as marcas a utilizar o papel feito de erva."

A Creapaper utiliza erva para produzir uma pasta que depois pode ser utilizada pelas fábricas para produzir papel ou cartão, que é vendido principalmente como material de embalagem. É geralmente uma mistura de 30% de pasta de erva e 70% de madeira, o que pode salvar um grande número de árvores.

Segundo Schatzschneider, do ponto de vista da oferta, a erva é uma boa alternativa à madeira.

"Está disponível em todo o lado", referiu. "É um recurso global. Os agricultores também já estão habituados a colhê-la, em fardos de palha. Podemos produzir uma grande quantidade de uma forma minimamente invasiva."

Além disso, a produção da pasta de erva é mais sustentável do que a produção da pasta de madeira equivalente, de acordo com Schatzschneider. Uma tonelada de pasta de erva necessita de cerca de 10 litros de água, ao passo que a mesma quantidade de pasta de madeira necessitaria de cerca de 1 500 litros.

O resultado para a Creapaper é uma embalagem de papel com um tom verde. Nesta área, a empresa está à procura de acordos comerciais de grande escala, como o da Lindt.

A Creapaper tem registado uma produção cada vez maior e está confiante em relação ao crescimento futuro.

"Neste momento, estamos a aumentar significativamente a produção", disse Schatzschneider. "Ainda temos algum caminho a percorrer, mas estamos a convencer cada vez mais marcas a considerar o nosso papel."

Este artigo foi originalmente publicado na Horizon, a Revista de Investigação e Inovação da UE

 

05
Jun23

Dia Mundial do Ambiente: Portugal diminuiu emissões mas falhou nos resíduos

Niel Tomodachi

Dados mostram que o país tem vindo a ter temperaturas cada vez mais altas, e que produz cada vez mais resíduos.

Portugal é dos países da União Europeia (UE) que mais diminuiu as emissões de gases com efeito de estufa mas foi incapaz de lidar com os resíduos, estando neste caso muito abaixo da média europeia.

Os números fazem parte de um retrato estatístico da situação ambiental em Portugal, divulgado no Dia Mundial do Ambiente pela base de dados da Fundação Francisco Manuel dos Santos, a Pordata, em colaboração com a Agência Portuguesa do Ambiente.

Se os dados mostram que desde 2005 Portugal reduziu 35% das emissões de gases com efeito de estufa (média da UE é 24%), mostram também uma grande dependência ainda da energia fóssil, e mostram que o país tem vindo a ter temperaturas cada vez mais altas, e que produz cada vez mais resíduos.

O Dia Mundial do Ambiente celebra-se anualmente a 5 de junho desde 1974. Este ano, tendo como países anfitriões a Costa do Marfim e os Países Baixos, debate soluções para a poluição plástica.

Nos últimos 50 anos tem sido um pretexto para sensibilizar a população mundial para as questões ambientais.

Para assinalar a data, os desafios a emergência climática serão debatidos num debate na Central Tejo, em Lisboa, numa iniciativa das entidades gestoras de resíduos, Novo Verde e ERP Portugal, em parceria com a Fundação EDP.

O dia é também assinalado com outras iniciativas, quer em Lisboa quer em cidades como Guimarães ou Coimbra, Braga, Guarda ou Funchal, sobretudo com conferências.

A propósito da efeméride a empresa Prosegur apresenta uma lista do que considera os principais crimes ambientais, na qual inclui a pesca irregular, não declarada e não regulamentada, a posse e o comércio ilegal de espécies, a caça ilegal ou furtiva, a exploração ilegal e o tráfico de madeira, a extração ilegal de recursos minerais e a gestão ilegal de resíduos.

 

20
Mai23

Novas formas naturais de despoluir rios na Índia prometem grandes benefícios

Niel Tomodachi

Investigadores europeus estão a trabalhar com peritos indianos para repensar a recolha, descontaminação e reutilização dos esgotos no país mais populoso do mundo.

País mais populoso do Mundo regista graves índices de poluição dos seus recursos hídricos

Serpenteando pelas montanhas e planícies do norte da Índia, o rio Ganges é sagrado para a religião hindu. Mais prosaicamente, a sua água e nutrientes são vitais para as terras agrícolas da região, para centenas de milhões de habitantes e para a economia da Índia.

O Ganges é personificado como Ganga, a deusa hindu da purificação e do perdão. Mas, tal como muitos rios em todo o mundo, o Ganges está gravemente poluído, ameaçando a saúde das pessoas que vivem nas proximidades.

Grande potencial

Dois projetos financiados conjuntamente pela UE e pela Índia estão a melhorar a recolha, a higienização e a reutilização das águas residuais - um desafio cada vez mais urgente à medida que as alterações climáticas aumentam a pressão sobre o abastecimento de água. Denominadas PAVITR e PAVITRA GANGA, as duas iniciativas fazem parte de uma Parceria UE-Índia no domínio da água.

A PAVITR está a utilizar o poder de filtragem natural das árvores para transformar as águas residuais num recurso. O objetivo enquadra-se na orientação da UE para uma economia circular, em que os recursos são reutilizados em vez de eliminados.

"Com a tónica na economia circular, a Índia tem um enorme potencial", afirmou Mirko Hänel, coordenador europeu da PAVITR.

A PAVITR, que teve início em 2019 e decorre até janeiro de 2024, é também um exemplo de uma solução baseada na natureza.

A utilização de plantações de árvores pelo projeto para tratar as águas residuais não só é inspirada e apoiada pela natureza, como também proporcionará benefícios ambientais, sociais e económicos locais.

A equipa reteve numa represa as águas residuais municipais num hectare de terreno para cultivar uma cultura densa de bambus, salgueiros e choupos. O sistema funciona em perfeita harmonia: os nutrientes, como o azoto e o fósforo, presentes nas águas residuais ajudam as árvores a crescer, enquanto as bactérias presentes nas raízes limpam naturalmente a água.

A análise mostra que este tratamento natural faz com que as águas residuais cumpram os regulamentos necessários, de acordo com Hänel.

 

Regressos bem-vindos

O sistema é barato de instalar e operar, em comparação com os elevados custos de funcionamento em produtos químicos e eletricidade de uma estação de tratamento de águas residuais normal - e as árvores, para além de limparem a água, atrairão aves, insetos e outros animais selvagens.

A Universidade Muçulmana de Aligarh, um dos parceiros do projeto sediado na Índia, propôs-se catalogar as espécies existentes no local.

As árvores e o bambu podem ser colhidos de dois em dois ou de três em três anos, proporcionando uma colheita sustentável de madeira para ser vendida à Europa, que depende das importações, e um fluxo de rendimento para os agricultores na Índia. Idealmente, poderia também substituir materiais de construção e fabrico menos sustentáveis, derivados de combustíveis fósseis.

Não é necessária qualquer fertilização ou irrigação adicional, uma vez que as águas residuais fornecem tudo isso. Os fertilizantes químicos, outro recurso cada vez mais escasso e dispendioso, não são necessários. O sistema radicular permanece no local, pronto para crescer novamente e continuar a tratar a água.

Olhando para além da PAVITR, Hänel diz que os esforços terão de se concentrar em ideias de negócio para passar o sistema da investigação exploratória para o mercado comercial e para mais áreas ao longo do Ganges e de outros rios.

 

Limpeza de produtos químicos

Enquanto a PAVITR se tem concentrado nas águas residuais municipais normais, a PAVITRA GANGA tem-se debruçado sobre as águas contaminadas por produtos químicos industriais.

Também uma iniciativa de cinco anos, que decorre até janeiro de 2024, a PAVITRA GANGA está a estudar a forma de remover compostos perigosos de águas residuais insuficientemente tratadas. O projeto centra-se nas águas residuais das zonas urbanas e periurbanas circundantes, procurando garantir que podem ser reutilizadas em segurança para ajudar a cultivar.

Na cidade industrial de Kanpur, que tem mais de 400 fábricas de curtumes, as estações de tratamento de águas residuais não conseguem lidar com os grandes volumes e com o despejo ilegal de resíduos industriais nos esgotos municipais.

A análise das águas residuais revelou concentrações elevadas de substâncias como o crómio, que podem causar cancro.

Se não for devidamente tratada, esta poluição pode contaminar os solos, prejudicar a saúde dos agricultores e reduzir o rendimento das culturas se for utilizada para irrigar terrenos agrícolas, segundo Paul Campling, coordenador do projeto. É também diretor de desenvolvimento de negócios internacionais numa organização belga de investigação em tecnologias limpas chamada VITO.

A PAVITRA GANGA tem como objetivo encontrar as melhores tecnologias para remover os compostos nocivos das águas residuais, de modo a que possam ser reutilizadas em segurança para a irrigação das culturas.

A equipa também utiliza sensores e tecnologias de modelização para monitorizar e prever a qualidade das massas de água regionais afetadas pelas descargas de águas residuais e ajuda os governos locais a planear medidas mais seguras para lidar com as águas naturais não tratadas nos rios, lagos e lençóis freáticos.

 

Local e global

Em Kanpur, a equipa está a testar um sistema de tratamento de filtração secundária, bem como tecnologias de "polimento" para remover contaminantes, incluindo o crómio.

Em primeiro lugar, um tipo específico de membrana filtra as águas residuais, separando-as em "permeado", que é a água que será reutilizada, e "retentado", que é a matéria orgânica restante.

As zonas húmidas construídas limpam ainda mais o permeado. Nesta fase, pode também ser adicionada uma combinação de substâncias sorventes especificamente concebidas para remover os poluentes. Estas são conhecidas como tecnologias de polimento.

Mesmo os compostos como o crómio podem ser devolvidos ao sistema de economia circular se forem recolhidos em quantidades suficientes.

Os parceiros industriais locais do projeto têm um papel importante a desempenhar, trabalhando com um instituto de conhecimento chamado IIT Kanpur.

"Estão a testar os sistemas de tratamento em Kanpur e podem facilmente aumentá-los se virem os benefícios", disse Campling. "Queremos chegar a um ponto em que as empresas locais possam levar as tecnologias mais longe quando o projeto terminar".

Espera-se que as abordagens sejam integradas no processo de decisão do setor e reconhecidas pelas autoridades locais.

As atividades poderão, em última análise, produzir benefícios muito para além de Kanpur e da Índia, que ultrapassou a China como o país mais populoso do mundo.

 

A investigação neste artigo foi financiada pela UE. Este artigo foi originalmente publicado na Horizon, a Revista de Investigação e Inovação da UE.

 

23
Abr23

Encontrada a árvore mais antiga do Mundo

Niel Tomodachi

Junto a uma ravina duma floresta em Los Rios, no sul do Chile, uma árvore gigante sobreviveu durante milhares de anos e está prestes a ser reconhecida como a mais antiga do Mundo.

Trata-se de um ‘Fitzroya Cupressoides’, um tipo de cipreste endémico comum no sul da América Latina.

Com mais de 5000 anos, está prestes a substituir o Matusalém, um pinheiro de 4850 anos existente na Califórnia (Estados Unidos).

Conhecido como o “bisavô”, o tronco da árvore milenar chilena, com quatro metros de diâmetro e 28 metros de altura, contém preciosas informações científicas que podem esclarecer como o planeta se adaptou às mudanças climáticas.

“Não há outro que tenha tido a oportunidade de viver tanto tempo”, garante Antonio Lara, investigador da Universidade Austral e do Centro de Ciência Climática e Resiliência do Chile, que faz parte da equipa que mediu a idade da árvore.

Nos últimos anos, aumentaram os turistas que quiseram conhecer esta árvore especial, o que levou o órgão florestal nacional chileno a reforçar o número de guardas florestais e restringir o acesso ao local.

“Há muitas razões que dão valor e sentido a esta árvore e à necessidade de a proteger. É um símbolo de resistência e adaptação, um livro aberto”, assinala Antonio Lara, citado pela agência AFP.

 

18
Abr23

Livro Vermelho dos Mamíferos em Portugal apresentado hoje com novos dados

Niel Tomodachi

Aumentar o conhecimento sobre as espécies de mamíferos do continente e saber quais as mais ameaçadas e as estáveis são dois dos principais objetivos do Livro Vermelho dos Mamíferos de Portugal Continental, que é hoje apresentado.

Livro Vermelho dos Mamíferos em Portugal apresentado hoje com novos dados

Quando 25% das espécies de mamíferos em todo o mundo estão ameaçadas, devido à destruição e degradação de 'habitats', captura ilegal, invasão de espécies exóticas e alterações globais, o documento hoje apresentado vai, segundo a página oficial do "Livro" na Internet "contribuir para o conhecimento do estado de conservação dos mamíferos" e atualizar o estatuto de ameaça das espécies.

A última avaliação do risco de extinção de mamíferos foi publicada em 2005, no âmbito do Livro Vermelho dos Vertebrados em Portugal, segundo o qual havia no país 104 espécies de mamíferos, como o lobo-ibérico, a raposa ou o texugo, as baleias ou os golfinhos. Das 74 espécies então avaliadas 18 estavam ameaçadas de extinção: cinco criticamente em perigo, três em perigo e 10 vulneráveis.

No documento que é hoje apresentado foi dada especial atenção a três grupos de espécies, as que se suspeita estarem em declínio acentuado, as classificadas com o estatuto de informação insuficiente em 2005, as que não foram avaliadas e as que não estavam confirmadas como existindo no país.

O projeto juntou dados bibliográficos, trabalho no terreno e trabalho em laboratório, através de análises genéticas. Teve a coordenação científica do Centro de Estudos do Ambiente e do Mar (CESAM) e do Centro de Ecologia, Evolução e Alterações Ambientais (cE3c) da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa.

Uma compilação recente sobre mamíferos em Portugal incluiu mais de cem mil registos de 92 espécies de mamíferos, terrestres e marinhos.

Em janeiro de 2021 os responsáveis pelo Livro Vermelho indicavam que a base de dados no âmbito da revisão da situação dos mamíferos reunia então mais de 100.000 registos, em todo o continente, especialmente de grupos como os ungulados (animais com cascos) e de mamíferos marinhos. As espécies com mais observações eram o coelho bravo, o golfinho-comum e o rato de Cabrera.

A apresentação do Livro tem a presença prevista do secretário de Estado da Conservação da Natureza e Florestas, João Paulo Catarino e do presidente do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas, Nuno Banza, e será feita pela coordenadora geral do projeto, Maria da Luz Mathias.

 

25
Fev23

Botsuana sofre com a perda do seu bem maior: os rinocerontes

Niel Tomodachi

O aumento significativo da caça furtiva no Botsuana levou à perda de cerca de um terço da população de rinocerontes no país.

A triste estatística foi anunciada pela ministra do turismo, Philda Kereng, e diz respeito aos últimos cinco anos.

Ao todo, 138 rinocerontes foram abatidos entre 2018 e 2022, um número superior ao período compreendido entre 2021 e 2017.

As mortes de rinocerontes aumentaram repentinamente para sete em 2018, antes de chegarem às 30 no ano seguinte.

Em 2020, subiram novamente para 62, tendo depois caído para metade (33) em 2021 e descido para seis em 2022.

“A caça furtiva intensiva justifica-se pela procura por chifres de rinoceronte no mercado internacional e deve-se aos caçadores furtivos e às deslocações de criminosos internacionais de outros estados da África Austral para o Botsuana”, lamentou Philda Kereng.

A caça furtiva de rinoceronte é impulsionada pela procura da Ásia, onde os chifres são usados na medicina tradicional devido ao seu suposto efeito terapêutico.

O Botsuana não divulga publicamente a sua população de rinocerontes, mas um documento apresentado pelo Governo antes da Convenção sobre o Comércio Internacional de Espécies Ameaçadas (CITES), o ano passado, mostrou que havia cerca de 285 rinocerontes brancos e 23 negros em todo o país.

Em 2019, o país abrigava pouco menos de 400, de acordo com a Rhino Conservation Botswana, a maioria deles nas planícies gramadas do norte do Delta do Okavango.

Nos últimos anos, o país passou a retirar os chifres dos rinocerontes para reduzir o apelo dos caçadores furtivos.

O efeito passou a ser o contrário, pois os pedaços de chifres deixados no animal são ainda mais valiosos.

Já a vizinha África do Sul, país vizinho do Botsuana e tradicional foco de caça furtiva de rinocerontes, tem visto nos últimos anos um declínio constante no número de animais mortos devido ao aumento das patrulhas nos parques nacionais, que forçaram os caçadores a outras paragens.

 

30
Nov22

Mais de 5 mil milhões de pessoas terão problemas de acesso à água em 2050

Niel Tomodachi

Cerca de 3600 milhões de pessoas têm problemas de acesso à água pelo menos um mês por ano, número que pode aumentar para mais de 5000 milhões até meados do século, refere um relatório da Organização Meteorológica Mundial (OMM).

Cerca de 3600 milhões de pessoas têm problemas de acesso à água pelo menos um mês por ano, número que

O relatório sobre a disponibilidade de água potável no planeta, divulgado esta terça-feira, é o primeiro que a OMM dedica especificamente aos recursos hídricos e destaca que em 2021 dois terços da superfície terrestre tiveram fluxos fluviais abaixo da média dos últimos 30 anos, enquanto apenas um terço estava acima ou nos níveis médios.

Numa fase que se caracteriza pela procura crescente por este elemento líquido e uma oferta limitada, a água também está relacionada com 74% dos desastres naturais (secas, cheias, tempestades), aponta o documento divulgado pela agência das Nações Unidas.

"Os impactos das alterações climáticas tendem a manifestar-se através da água, com secas mais intensas e frequentes, inundações mais extremas, chuvas sazonais mais irregulares e aceleração do degelo dos glaciares", sublinhou o secretário-geral da OMM, Petteri Taalas, durante a apresentação do relatório.

O estudo destaca como zonas onde o fluxo do rio estava abaixo da média em 2021 o Río de la Plata e o sul e sudeste da Amazónia, na América do Sul, ou as bacias dos rios Colorado, Missouri e Mississippi, na América do Norte.

Em África, também houve um fluxo abaixo da média nos rios Níger, Volta, Nilo e Congo, enquanto na Eurásia o mesmo ocorreu nas bacias da Sibéria, outras partes da Rússia e da Ásia Central.

Em contraste, foram registados fluxos acima do normal em algumas bacias da América do Norte, no norte do Amazonas, rios no sul da África (como o Zambeze e o Orange) e outras na China e na Índia, países que sofrerem recentemente inundações de grandes dimensões.

Algumas das áreas onde o abastecimento de água está em níveis críticos veem a sua situação agravada pela sobre-exploração das águas subterrâneas, alerta o relatório.

O documento também analisa a criosfera, o gelo nos polos, montanhas e glaciares, que é a maior reserva mundial de água doce por ser fonte de rios e abastecimento de 1.900 milhões de pessoas.

A OMM alerta também para o degelo preocupante em áreas como o Alasca (América do Norte), Patagónia (América do Sul) ou Himalaias (Ásia).

 

19
Nov22

A caminhada que o vai levar a descobrir os bosques e as paisagens encantadas do Gerês

Niel Tomodachi

O local é idílico em qualquer estação do ano, mas no inverno ganha outra beleza. E tem outro aspeto positivo: queima calorias.

O Gerês é mágico em qualquer altura do ano. Se não acredita, pode marcar já na agenda um fim-de-semana prolongado em dezembro. A Green Trekker organizou uma atividade de quatro dias na região para poder descobrir com calma todos os locais encantados do parque natural. Desta forma pode também começar já a perder calorias e preparar-se para os jantares de Natal que, certamente, se acumularão depois desta data.

No norte do País, é um dos melhores destinos para descobrir, aproveitar a natureza, esquecer o trabalho e desligar. E há muito para ver e fazer na região — desde a comida deliciosa aos vinhos, trilhos e percursos, termas, reservas naturais e locais históricos. A região é conhecida pelas cascatas e lagoas naturais de águas frescas e natureza envolvente. Mas para lá chegar precisa muitas vezes de se aventurar por longas caminhadas, em trilhos já assinalados.

O local é idílico em qualquer estação do ano, mas no inverno ganha outra beleza. As paisagens pintadas de branco da serra tornam qualquer atividade mais atraente. Mas uma simples caminhada sabe a pouco. Por isso, se sempre quis conhecer a maior zona verde do País, esta iniciativa de quatro dias pode ser uma ótima opção.

A atividade organizada pela Green Treker começa num dos locais mais populares da região, a Pedra Bela. Daí continuarão o percurso percorrendo bosques e prados que os conduzirão até ao Rio Arado e à sua imponente cascata. Depois, nos restantes dias, irão desbravar outos vales e florestas, como o Prado do Tirolirão, ou o Prado Amarelo. Os trilhos têm aproxidamente 13 quilómetros cada.

Quem se quiser inscrever poderá fazê-lo através do site da organização e tem o custo de 290€. O preço inclui três noites no Adelaide Hotel, com pequeno almoço, o jantar de sábado, dia 10, três caminhadas, um guia, seguro de acidentes pessoais e seguro de responsabilidade civil. A organização pede apenas que os participantes levem botas de montanha, roupa apropriada às condições atmosféricas e farnel.

 

07
Nov22

Kilimanjaro continua sob ameaça

Niel Tomodachi

Os picos de gelo das montanhas do Kilimanjaro, o ponto mais alto de África, poderão deixar de existir até 2050.

O alerta é da UNESCO, que pediu “rápidas medidas” para colocar ponto final no descalabro ambiental.

A UNESCO analisou 18.600 picos gelados em 50 locais Património Mundial e concluiu que um terço está condenado a desaparecer.

O ritmo acelerado de degelo ocorre desde 2000 devido às emissões de CO2, que estão aumentar gradualmente as temperaturas.

São 58 biliões as toneladas de gelo que derretem a cada ano, o equivalente ao uso anual combinado de água da França e da Espanha.

Tal fenómeno é responsável ​​por quase 5% do aumento global observado do nível do mar.

Em África, além do Kiminajaro, na Tanzânia, também o Monte Quénia está em perigo. Na Europa, os locais mais preocupantes são os Pirenéus e as Dolomitas.

Já na América do Norte, os parques nacionais de Yellowstone e Yosemite, nos Estados Unidos, constituem os problemas maiores.

Mas esta não é a única má notícia a afetar o Kilimanjaro. O fogo que há mais de duas semanas alastra naquela que é considerada a montanha sagrada de África continua ativo.

Centenas de polícias e voluntários foram mobilizados para conter as chamas, mas o sinistro continua sem dar sinal de tréguas.

Com uma área total de mais de 75 mil hectares, o Parque Natural do Kilimanjaro abriga um ecossistema com uma flora rica e uma fauna composta por elefantes, búfalos e antílopes, entre outras espécies de animais.

 

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