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Little Tomodachi (ともだち)

Little Tomodachi (ともだち)

17
Mai23

Escolas vão ter guia com orientações para combater discriminação de género

Niel Tomodachi

Escolas em todo o país vão receber um guia para combater a discriminação, com orientações como o respeito pelo nome auto atribuído de estudantes transgénero e a formação do corpo docente.

Escolas vão ter guia com orientações para combater discriminação de género

O guia "Orientações para a prevenção e combate à discriminação e violência em razão da orientação sexual, identidade de género, expressão de género e características sexuais, em contexto escolar" foi apresentado, esta quarta-feira, num fórum intitulado "Direito a Ser nas Escolas" para assinalar o Dia Mundial de Luta Contra a Homofobia e a Transfobia e sugere medidas que pretendem garantir a segurança e o bem-estar de estudantes transgénero, nomeadamente assegurar o respeito pelo seu nome auto atribuído em todas as atividades escolares e extraescolares.

As orientações do guia visam ainda garantir que estudantes transgénero tenham acesso seguro às casas de banho e balneários e garantir a privacidade e dignidade da sua identidade na comunicação com as famílias.

Na apresentação do guia, a presidente da Comissão para a Cidadania e a Igualdade de Género (CIG), Sandra Ribeiro, disse que "as escolas não são o que eram há 20 ou 30 anos atrás", mas continuam a ser "lugares de discriminação" e reconheceu que é necessário "combater preconceitos" e tornar os estabelecimentos de ensino espaços seguros para todas as crianças e jovens.

Sandra Ribeiro considerou que "a discriminação é palpável" e que, por isso, é fundamental que quem trabalha nas escolas tenha a capacidade de reconhecer comportamentos de violência e dar-lhes resposta.

O guia sublinha também a necessidade da aposta na formação do pessoal docente e não docente, fornecendo um conjunto de orientações que, segundo a presidente da CIG, "devem ser vistas como um instrumento base para dar apoio ao pessoal docente", dotando-o de conhecimentos e competências profissionais para encontrar respostas adequadas a problemas que afetem o bem-estar dos alunos.

A presidente da CIG reconhece a importância deste documento reside na urgência de educar as crianças e jovens para a igualdade e para a diversidade, acreditando que "é através da educação que podemos fazer a verdadeira diferença".

Para Sandra Ribeiro, para haver mudança é preciso "reconhecer erros do sistema e problemas e enfrentá-los de frente", afirmando que isso é o que o conjunto de orientações visa realizar.

O diretor de serviços de Projetos Educativos da Direção-Geral da Educação, José Carlos Sousa, adiantou que "a educação tem feito um caminho na linha da inclusão" e sublinhou a necessidade de reconhecer que os alunos "nunca tiveram tanta informação e desinformação" ao mesmo tempo, pelo que é fundamental dotá-los de espírito crítico e analítico.

 

17
Mai23

Grupo de trabalho vai identificar lacunas no apoio à população LGBTI

Niel Tomodachi

A estratégia de saúde para as pessoas LGBTI existe desde 2019 mas ainda está por executar, um trabalho que será avaliado e acompanhado por um grupo de trabalho, que irá também identificar lacunas que persistem no apoio a esta população.

A secretária de Estado da Promoção da Saúde, Margarida Tavares

No Dia Internacional contra a Homofobia, a Transfobia e a Bifobia, assinalado esta quarta-feira, foi publicado em "Diário da República" um despacho que cria o Grupo de Acompanhamento da Implementação da Estratégia de Saúde para as Pessoas Lésbicas, Gays, Bissexuais, Trans e Intersexo (LGBTI), por iniciativa da secretária de Estado da Promoção da Saúde, Margarida Tavares.

O Grupo de Acompanhamento terá por missão avaliar a implementação da estratégia, publicada em 2019 pela Direção-Geral da Saúde, identificar as lacunas que persistam a nível da prevenção, promoção da saúde, acesso e prestação de cuidados a esta população, bem como identificar oportunidades de melhoria da resposta dos serviços e propor medidas para resolver as dificuldades identificadas.

A estratégia aborda a "promoção da saúde das pessoas trans e intersexo" e propõe um modelo funcional de articulação entre os cuidados de saúde primários, hospitalares e centros de Intervenção especializada, que terá ainda de ser enquadrado por normas, orientações e referenciais.

 

Será um grupo diverso para verificar se as coisas estão a correr no melhor sentido

 

Em declarações à agência Lusa, a coordenadora do grupo, Zélia Figueiredo destacou o simbolismo do despacho ser publicado na data que hoje se assinala, sublinhando que é "uma forma de garantir às pessoas da comunidade trans que se está a pensar nelas e que se vai fazer alguma coisa em termos reais de promoção da sua saúde".

O grupo é constituído por 17 membros de representantes de entidades estatais, de centros hospitalares, e de associações de pessoas LGBTI ou que desenvolvam a sua atividade nesta área, o que para Zélia Figueiredo "faz toda a diferença", porque vão ter "uma voz que raramente têm".

"Será um grupo diverso para verificar se as coisas estão a correr no melhor sentido", disse a coordenadora dos trabalhos, avançando que as normas para o enquadramento da estratégia já estão a ser elaboradas e permitirão a quem trabalha nos cuidados de saúde ter "uma visão uniforme e possam ter um documento para seguir para as coisas não ficarem como têm estado até agora, dependendo muito da vontade de cada instituição de saúde".

A psiquiatra que dedicou a vida à comunidade trans e intersexo salientou as "imensas barreiras" que esta população ainda enfrenta "desde a chegada ao seu centro de saúde até à urgência" e a maneira como são muitas vezes discriminadas nas instituições.

No seu entender, "há coisas que têm de ser corrigidas para que estas pessoas sejam tratadas da mesma forma que as outras", lembrando um estudo português que mostra que metade das pessoas trans se sentiu discriminada nos serviços de saúde.

Deu o exemplo de uma recomendação do parlamento ao Governo para que esta população não seja discriminada nos rastreios oncológicos aos cancros de mama, colorretal e de colo do útero: "Uma vez que não têm órgãos genitais de acordo com a indicação que têm no registo civil, não fazem parte desse grupo de pessoas que têm que ser rastreadas e estudadas. Portanto, há ainda muitas dificuldades".

Para psiquiatra e especialista em sexologia "o ideal" era conseguir articular todos os envolvidos nesta área para ultrapassar as barreiras que existem e que "às vezes são só burocráticas", sendo para isso necessário que "todos os profissionais de saúde, de todas as áreas da saúde, tenham formação nesta área".

"Sem isso, é muito difícil porque saem normas que têm que ser cumpridas, mas se as pessoas não sabem do que estão a falar, podem discriminar sem saber, por falta de conhecimento destas condições", sustentou.

Também defendeu ser preciso garantir "cuidados de saúde mais adequados" e, para isso, "tem que saber ao certo quais são e aqueles com que as pessoas se sentem bem".

"É isso que tem que ser posto em prática e é um trabalho que eu acho que tem que ser feito", rematou Zélia Figueiredo.

 

 

08
Mar23

"A nossa luta é todo o dia": centenas marcham em Lisboa pelos direitos das mulheres

Niel Tomodachi

Largas centenas de pessoas iniciaram, esta quarta-feira, pelas 19 horas, em Lisboa uma marcha pelos direitos das mulheres, no âmbito da Greve Feminista Internacional, gritando palavras de ordem como "A nossa luta é todo o dia".

Associações feministas e sindicatos marcham hoje em 12 cidades portuguesas.

Em Portugal, a iniciativa já acontece de 2019, indo para sua quinta edição.

Debaixo de chuva, as milhares de pessoas que se juntaram junto à Fonte Luminosa não arredaram pé e vincaram a sua presença com cartazes, palavras de ordem e tambores.

À Lusa, Patrícia Vassalo e Silva, do Coletivo Por Todas Nós, disse que o Dia Internacional da Mulher não serve apenas para celebrar que são "mulheres, rosas e muito bonitas"."É um dia para mostrarmos que queremos direitos iguais [aos homens], desde a saúde, salários e habitação", realçou.

Também, segundo Patrícia Vassalo e Silva, pretende-se mostrar que as mulheres, em clima de guerra, como na Ucrânia e no Irão, são "as mais atacadas". "Há muita discriminação. Posso falar nas questões LGBT, por exemplo. Mulheres trans [transexuais] é terrível. É um tema, como sabemos, no qual as pessoas gostam de mostrar o seu ódio", sublinhou.

Para a ativista, há também mais discriminação pública, porque as pessoas "deixaram de ter medo de falar", demonstrando esse ódio na rua.

No entanto, por sua vez, a porta-voz do Coletivo Por Todas Nós considerou que as marchas pelos direitos das mulheres têm cada vez mais adesão. "Há mais gente a querer ser mais ativista, há mais mulheres querer fazer parte, homens também, pessoas não binárias... Acho que nisso é positivo. Estamos mais na rua", afirmou.

Colorindo a marcha da Greve Feminista Internacional com guarda-chuvas e com bandeiras do Irão, em referência ao regime de Ebrahim Raisi, as pessoas sublinhavam sempre que "as mulheres têm os mesmos direitos dos homens".

Aos jornalistas, no meio dos participantes da marcha, surgiu a coordenadora do BE, Catarina Martins, que disse que "o maior problema de segurança em Portugal é a violência contra as mulheres". "É o maior perigo da nossa sociedade", salientou, referindo que, além disso, "as mulheres continuam a ganhar menos" do que os homens.

Para Catarina Martins, é "importante continuar na rua", lembrando as mulheres do Irão que têm mantido as manifestações contra a repressão do presidente Raisi. "Está tanto por fazer para garantir a igualdade e para garantir que as mulheres são respeitadas", sublinhou.

Catarina Martins realçou ainda uma nova vaga de jovens mulheres feministas que "levam a igualdade a sério, que não querem ser controladas, que não permitem julgamentos sobre o seu corpo, que exigem ser respeitadas". "Estas jovens que saem à rua são um dos momentos mais extraordinários que o país tem", acrescentou.

Na terça-feira, Cheila Collaço Rodrigues, ativista do núcleo de Lisboa da Rede 8 de Março, dizia à Lusa que a Greve Feminista Internacional servia para "dar visibilidade às violências, às opressões, às desigualdades que as mulheres são alvo numa sociedade desigual, quer as mulheres cis [cisgénero], quer as mulheres trans [transexuais]".

A greve, que acontece no Dia Internacional da Mulher, vai para a sua quinta edição e decorre hoje nas cidades de Aveiro, Barcelos, Braga, Bragança, Coimbra, Évora, Faro, Guimarães, Leiria, Lisboa, Porto e Vila Real, e, no sábado, em Chaves.

 

08
Mar23

Milhares de pessoas em Barcelona e Madrid pela igualdade de género

Niel Tomodachi

Dezenas de milhares de pessoas manifestaram-se, esta quarta-feira, em Espanha, 40 mil delas em Barcelona e 27 mil em Madrid, a propósito do Dia Internacional da Mulher, em defesa da igualdade de género e contra o machismo.

Em Espanha, a igualdade de género e o feminismo são um dos protagonistas do debate político e público e este ano, o Dia Internacional da Mulher volta a viver-se sem as restrições da pandemia de covid-19, sendo uma data em que tradicionalmente milhares de pessoas saem às ruas em cidades de todo o país.

Segundo as autoridades policiais, a maior manifestação deste ano foi em Barcelona e juntou 40 mil pessoas (60 mil segundo os organizadores).

Os números das autoridades dizem que nas duas grandes manifestações de Madrid estiveram 27 mil pessoas (17 mil numa marcha e 10 mil noutra).

Já as plataformas que convocaram as manifestações de Madrid afirmaram que estiveram 700 mil pessoas numa e 35 mil noutra.

No último ano sem covid-19, em 2019, só em Madrid saíram à rua 375.000 pessoas, segundo as autoridades policiais.

No ano anterior, em 2018, além das manifestações, realizou-se no 08 de março uma "greve geral" em defesa da igualdade de género, considerada hoje um marco no movimento feminista espanhol, que se reivindica de grandes conquistas desde a década de 1970.

Espanha é considerada uma referência internacional na igualdade de género, com leis pioneiras nesta área.

Duas dessas leis foram aprovadas no mês passado: a nova regulamentação do aborto e da saúde sexual, que instituiu o direito a baixas por menstruações dolorosas e incapacitantes, e a designada "lei trans", que passou a permitir a mudança de género no registo civil sem necessidade de pareceres ou tratamentos médicos.

As duas leis foram elogiadas por instituições internacionais, como várias agências das Nações Unidas ligadas aos Direitos Humanos, que as consideraram exemplos que deviam ser seguidos por outros países.

No ano passado, Espanha aprovou também uma nova tipificação dos crimes de violação, com o objetivo de estabelecer que aquilo que define uma agressão sexual é a não existência de consentimento para uma relação - e já não se houve violência ou intimidação ou se a vítima resistiu.

Esta mudança no Código Penal - conhecida como "lei do só sim é sim" - foi uma reivindicação dos movimentos feministas e de milhares de pessoas que saíram às ruas em Espanha na sequência de uma sentença do caso conhecido como "La manada", em que um tribunal não considerou agressão sexual, mas abuso sexual (um delito menos grave) a violação de uma rapariga por um grupo de homens por não ter ficado provada a resistência da vítima.

Por causa de um efeito não previsto e indesejado desta lei - a revisão em baixa de penas de mais de 700 violadores condenados - o Governo espanhol, que se assume como "um governo feminista", chegou ao Dia Internacional da Mulher deste ano no meio da maior crise que já viveu nesta legislatura, que termina em dezembro.

Os dois partidos na coligação no Governo -- PSOE (socialista) e Unidas Podemos - não se entendem em relação à necessidade de rever a lei do "só sim é sim" e sucedem-se há semanas trocas de acusações públicas entre ministros e ministras das duas alas do executivo.

Na terça-feira, os respetivos grupos parlamentares votaram separados no parlamento a proposta para alterar a legislação, que saiu do Conselho de Ministros.

Também a "lei trans" provocou divisões no PSOE e no movimento feminista, por haver grupos que consideram que pode prejudicar os avanços alcançados pelas mulheres na luta pela igualdade de direitos.

Para estes movimentos, ser mulher não é uma identidade subjetiva e o feminismo é a luta contra a discriminação de uma identidade objetiva, baseada no género biológico.

Embora sem a unidade de anos anteriores, os movimentos feministas espanhóis voltaram hoje a sair à rua em manifestações em todo o país, convocadas por plataformas e associações que vão desde sindicatos a grupos estudantis e a que se somaram políticos da esquerda e da direita.

Na maior manifestação de Madrid, apesar das divisões, estiveram várias ministras do Governo espanhol, tanto do PSOE como da Unidas Podemos, embora seguindo em grupos separados.

A ministra das Finanças e 'número dois' do PSOE, Maria Jesús Montero, disse que "a rivalidade não está dentro das mulheres, mas fora, naqueles que negam que existe machismo estrutural".

A ministra da Igualdade e dirigente do Podemos, Irene Montero, garantiu que não haverá "passos atrás" em Espanha na conquista de direitos para todas as mulheres, incluindo as transexuais.

A manifestação encheu artérias centrais de Madrid, com milhares de pessoas vestidas com roupas violeta, a cor do movimento feminista internacional.

Os cartazes diziam que "Sobran los motivos" ("Há motivos de sobra", na tradução em português) para assinalar o 08 de março, como as reivindicações de "igualdade salarial" e de "mais educação sexual" ou a denúncia da "violência machista" e da situação das mulheres no Afeganistão.

 

08
Mar23

Marcharam no Porto pela igualdade e contra a discriminação

Niel Tomodachi

Centenas de pessoas saíram à rua esta quarta-feira, no Porto, numa manifestação que pretendia unir pessoas e chamar a atenção para as desigualdades salariais, machismo, racismo, homofobia e transfobia. Não só no Porto, mas também de norte a sul do país, foram milhares os que se juntaram às 13 marchas que decorreram no âmbito do Dia Internacional da Mulher.

Com o mote "Deixa passar, sou feminista e o mundo eu vou mudar" e "A nossa luta é todo o dia, contra o racismo, machismo e homofobia", várias pessoas juntaram-se à manifestação que teve início na Praça dos Poveiros, no Porto, percorrendo várias ruas da cidade.

Andreia Peniche, participante de um coletivo responsável pela organização da marcha internacional, disse que estará sempre presente enquanto "se justificar lutar pela igualdade". Diz que se impõe a procura de medidas que alterem o quotidiano para atingir a igualdade salarial, o reconhecimento do trabalho doméstico e dos cuidados com o trabalho.

Recorrendo a linguagem inclusiva - "todes", em vez de "todos" ou todas" - e em nome de toda a gente, Andreia Peniche disse que saiu à rua para representar "muitas mulheres e pessoas que não puderam cá estar hoje".

 

Drama crescente da violência

A marcha busca a luta pela igualdade e são várias as bandeiras de protesto, como as alterações climáticas e o alargamento do prazo da lei do aborto em Portugal Andreia gostava que estas marchas levassem o primeiro-ministro, António Costa, a apresentar medidas para a fiscalização das desigualdades salariais e "que anunciasse que está comprometido com a transformação do país, com medidas concretas e não com discursos redondos".

Maria João Calisto diz que se junta à causa do 8 de março porque "neste dia, morreram centenas de mulheres e continuam a morrer diariamente. Eu como trabalho na área da violência doméstica assisto a este caso que continua a ser um drama crescente com uma ausência de resposta efetiva a este problema".

O Coletivo de Feministas da Faculdade de Letras da Universidade do Porto alertava para os casos de assédio nas universidades portuguesas. Exigiam o despedimento de professores machistas e a distribuição gratuita de produtos de higiene menstrual nas universidades.

As condições climatéricas e a chuva miudinha não foram entrave para que as pessoas, mulheres e homens, se manifestassem e fizessem ouvir a sua voz pelas ruas do Porto.

 

07
Mar23

António Guterres: "Igualdade entre homens e mulheres está cada vez mais distante"

Niel Tomodachi

Arquivo

O secretário-geral das Nações Unidas lançou um aviso aos líderes mundiais: a igualdade entre mulheres e homens no mundo é um objetivo cada vez mais distante.

António Guterres disse que "os direitos das mulheres estão a ser abusados, ameaçados e violados em todo o mundo" e que "o progresso feito durante décadas está a desaparecer diante dos nossos olhos".

Segundo o secretário-geral da ONU, "serão necessários 300 anos para alcançar a igualdade".

Guterres disse na abertura da sessão da Comissão da ONU sobre o Estatuto da Mulher: "A igualdade de género está cada vez mais distante. No caminho atual, a UN Women coloca-a a 300 anos de distância. Juntos, vamos lutar contra o recuo nos direitos das mulheres, contra a misoginia e contra o avanço das mulheres, das raparigas e do nosso mundo. "

A 67ª sessão da Comissão sobre o Estatuto da Mulher, que teve início em Nova Iorque, aborda a grande lacuna de género na inovação e tecnologia.

Pauline Tallen, Ministra dos Assuntos da Mulher da Nigéria afirmou: "As tecnologias digitais têm o potencial de acelerar o progresso para os ODS (Objetivos de Desenvolvimento Sustentável), permitindo a criação de novas oportunidades de educação, saúde, agricultura e empreendedorismo, entre outras".

A primeira-ministra da Islânida, Katrín Jakobsdóttir, disse, por seu turno: "Se não tivermos dados sobre as mulheres e se os algoritmos forem principalmente concebidos por homens, o risco é que as novas tecnologias tornem o nosso mundo ainda mais desigual".

Ao longo de duas semanas, os participantes de todo o mundo examinarão como a igualdade de género pode ser alcançada na era digital e promoverão uma maior inclusão das mulheres nos campos da ciência, tecnologia, engenharia e matemática.

 

15
Fev22

Israel proíbe terapias de conversão para a comunidade LGBTQ+

Niel Tomodachi

O Ministério da Saúde de Israel proibiu as terapias de conversão para membros da comunidade LGBTQ+, depois de anos de polémica por continuar a permitir o uso no país destes métodos controversos.

Israel proíbe terapias de conversão para a comunidade LGBTQ+

As autoridades sanitárias israelitas alertaram há anos contra o uso destas terapias, até que esta segunda-feira foi emitida uma circular que proíbe formalmente realizá-las, de acordo com o diário israelita "Jerusalem Post".

A partir de agora é proibido que psicólogos e profissionais de licença ofereçam, publicitem e disponibilizem terapias de conversão para homossexuais e outros integrantes da comunidade LGTBQ+.

De acordo com o Ministério da Saúde, os que continuem a realizá-las arriscam-se a sanções que incluem processos disciplinares e revogações de licenças para continuar a exercer.

"Esta é uma vitória na luta geral pela tolerância e pela igualdade", declarou o ministro da Saúde israelita, Nitzan Horowitz, ele próprio homossexual assumido.

O governante classificou estas terapias de conversão como "um assassinato da psique" e "às vezes do corpo".

"É nosso dever agir contra quem as pratica e põem em perigo vidas humanas. É o que estamos a fazer hoje", acrescentou.

As autoridades de saúde definem as terapias de conversão como práticas ou consultas que procuram mudar a identidade de género ou a orientação sexual de uma pessoa, um tema que consideram que não deve ser encarado "como um problema médico ou psicológico a requerer tratamento".

A Associação de Psicologia de Israel também se opõe a esta terapia e alerta que pode causar "um dano real", que inclui "ansiedade, depressão, suicídio, isolamento social", assim como dificultar "ligações íntimas e sexuais".

Em 2020, antes de se tornar ministro da Saúde e como deputado do partido progressista Meretz, Horowitz tentou fazer passar um projeto de lei que proibia e sancionava quem praticasse estas terapias, mas não conseguiu que fosse aprovado.

 

17
Dez21

PortoCartoon regressa em 2022 com temas Educação e Igualdade de Género

Niel Tomodachi

A 24.ª edição do Porto Cartoon realiza-se em 2022 e irá debruçar-se sobre os temas da Educação e Igualdade de Género e homenagear Gago Coutinho, pelo centenário da travessia do Atlântico Sul, e a ativista ambiental Greta Thunberg.

PortoCartoon regressa em 2022 com temas Educação e Igualdade de Género

Esta será a terceira edição em que o festival olha para os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), depois de, em 2020, ter versado sobre Fome, Pobreza e Desigualdades e, em 2021, ter olhado para a Saúde.

Para a 24.ª edição, o Porto Cartoon World Festival irá pensar os ODS quatro e cinco, a Educação e a Igualdade de Género, adiantou hoje a organização, em conferência de imprensa que aconteceu por videoconferência.

O diretor do Museu Nacional da Imprensa, promotor desta iniciativa, Luíz Humberto Marcos, adiantou que as figuras homenageadas da edição do próximo ano serão o aviador Carlos Gago Coutinho, "porque no próximo ano se celebra a travessia do Atlântico Sul, entre Lisboa e o Rio de Janeiro", e Greta Thunberg, uma "ativista que surgiu de uma tomada de posição inicialmente muito isolada e que depois conseguiu agregar o mundo todo".

"Temos procurado homenagear sempre uma pessoa viva e uma pessoa que já nos deixou, mas que deixou um legado muito importante", frisou.

Para o responsável, "a caricatura é para brincar, é para fazer rir, mas é para homenagear através do riso".

Na sessão estiveram também presentes representantes das entidades parceiras, que farão parte do júri do certame.

Anna-Paula Ormeche, representante da Comissão Nacional da UNESCO, destacou a "relevância dos principais temas escolhidos para 2022" e que o cartoon é uma "ferramenta de elevado valor educativo".

Também Maria José Magalhães, presidente da UMAR -- União de Mulheres, Alternativa e Resposta, realçou o "significado cultural e simbólico desta iniciativa".

"O cartoon é uma ferramenta fundamental, aquilo que o povo costuma dizer, uma bofetada de luva branca, ou seja, é lutar, de forma pacífica, com a ironia e o argumento", afirmou, frisando a luta pela "Igualdade de Género consubstanciada no equilíbrio da hierarquia social, que assenta nas relações de poder de género".

Para Joaquim Peixoto, da Associação Ambiental Zero, o "humor sofisticado é também uma forma de intervir na sociedade, tal como a Zero o faz".

Os Museus da Marinha e do Ar assumiram o compromisso com esta iniciativa, integrando o júri e apoiando a itinerância da mostra, e saudaram a pertinência da homenagem.

 

09
Jul21

UE lança campanha para promover igualdade de género no cinema e media

Niel Tomodachi

A Comissão Europeia (CE) lançou hoje uma campanha de sensibilização, intitulada "CharactHer", para promover a igualdade de género, a diversidade e a inclusão na indústria do cinema e dos media.

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campanha, apresentada hoje no Festival de Cinema de Cannes, é uma iniciativa do programa Europa Criativa, da Comissão Europeia, em parceria com o Coletivo 50/50 - surgido em 2018 neste mesmo festival, com uma Carta Pela Paridade -, no âmbito de um plano de ação anunciado em dezembro para este setor.

O projeto (www.characther.eu) consiste na apresentação de curtos vídeos com mulheres europeias que trabalham e são reconhecidas em diferentes áreas do cinema, audiovisual e media, tendo já sido apresentadas a realizadora romena Anca Damian, a compositora francesa Uèle Lamore e a dupla dinamarquesa Anne Rasmussen.

Na página oficial é possível aceder a algumas estatísticas que sustentam a necessidade desta campanha: As mulheres representam 51% da população europeia, mas apenas 20% dos filmes produzidos na Europa entre 2015 e 2018 foram feitos por mulheres.

Nos media, 40% dos jornalistas são mulheres, mas numa amostra de 240 órgãos de comunicação social, apenas 22% de mulheres ocupava cargos de direção.

Com esta campanha de sensibilização, a CE pretende "encorajar jovens mulheres a prosseguirem carreiras em áreas consideradas tradicionalmente masculinas, mostrando-lhes que é possível ter sucesso".

"Atualmente na Europa, apenas um em cada cinco filmes é realizado por uma mulher. Queremos que isso mude. E isto não acontece só na realização. Nesta campanha vemos que há uma grande variedade de profissões nos media e no audiovisual que são pouco conhecidas, mas muito atrativas", afirmou a vice-presidente da CE Vera Jourová, em declarações à revista Variety.

Em matéria de igualdade de género, o espaço comum europeu segue a diferentes velocidades do ponto de vista legal e estatístico de representatividade das mulheres na produção, criação e representação cinematográfica e nas empresas de media.

Na quinta-feira, o Observatório Europeu do Audiovisual (OEA) divulgou um extenso relatório precisamente sobre diversidade, incluindo igualdade de género, representatividade étnica e religiosa, e concluiu que "há um longo caminho a percorrer" no cinema e audiovisual, dificultado em 2020 pelo contexto da pandemia.

"A pandemia da covid-19 não só acentuou as desigualdades já existentes entre homens e mulheres em praticamente todos os setores, tanto na Europa como fora, como também teve impacto nos grupos e minorias étnicas sub-representadas", lê-se no relatório.

Entre os problemas detetados no contexto europeu, o observatório indica, por exemplo, a falta de harmonização e de metodologia entre Estados-membros, o que torna mais complexo o processo de recolha e tratamento de dados estatísticos.

 

03
Mar21

Ana Maria Magalhães e Isabel Alçada escrevem livro sobre igualdade

Niel Tomodachi

As escritoras Ana Maria Magalhães e Isabel Alçada escolheram uma rapariga que decide entrar para a Força Aérea para protagonista de um livro sobre "a igualdade de direitos e oportunidades" entre mulheres e homens.

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Em conversa com a Lusa, via zoom, as duas escritoras -- provavelmente as mais transversais a tantas gerações de jovens leitores portugueses, através de séries como "Uma Aventura" -- contaram como foi abordar o tema da igualdade de género com recurso à história narrativa em "O longo caminho para a igualdade-mulheres e homens no século XXI".

"A melhor forma de as pessoas pensarem sobre os assuntos é colocarem-se na pele de personagens, sobretudo os jovens, e equacionarem o problema, não de uma forma abstrata, mas numa situação concreta", considerou Isabel Alçada.

"Somos diferentes, homens e mulheres, e vamos continuar a ser", constatou Ana Maria Magalhães, assumindo-se grata às sufragistas e às feministas. "Falta o mais difícil: o preconceito que existe dentro de nós (...). São séculos de história e isso não se apaga por decreto", vincou.

As duas autoras aceitaram o desafio da Imprensa Nacional -- em parceria com o iGen-Fórum de Organizações para a Igualdade, que agrega 69 organizações, entre as quais a Lusa -- para escreverem um livro sobre o tema e escolheram como protagonista uma rapariga que quer ir para a Força Aérea.

"Hoje é permitido e pode fazê-lo, mas como vão as pessoas reagir?" -- foi desta pergunta que partiram para acompanhar a reação dos amigos e suas famílias. "Mesmo as pessoas mais evoluídas" têm "preconceitos que nem sabem que têm", notou Ana Maria Magalhães.

"Tivemos de analisar a nossa própria visão destas questões para poder escrever o livro de uma forma o mais possível isenta. Não queremos endoutrinar, de maneira nenhuma, queremos, sim esclarecer, para que as pessoas pensem no assunto e vejam onde está a justiça das situações", realçou Isabel.

"De facto, ainda não há igualdade de género", resumiu. "Se não fizermos nada, é mais difícil que as pessoas pensem que não é assim que deve ser", defendeu.

Ora, o "esquema de valores, princípios e costumes" vigente naturaliza a desigualdade. Veja-se o caso da Força Aérea, onde as mulheres só podem entrar desde 1990: as mulheres têm o direito de lá estar, "mas não é costume" fazerem essa opção.

"Estamos muito melhor, mas a igualdade não existe ainda. E a primeira coisa para conseguir melhorar a situação da mulher é ter consciência de que ela não existe", frisou Isabel, constatando: "Houve uma mudança abissal."

À igualdade não se chegará "de um dia para o outro", mas "a pouco e pouco", confia Ana Maria, acreditando que levará "mais uma geração ou duas".

Aos 70 anos, Isabel recordou que o seu pai "não levou nada a bem" a intenção que manifestou, em adolescente, de que queria "ter uma vida profissional". Mas a mãe, que não trabalhava, defendeu-a.

Já Ana Maria vivia "num verdadeiro matriarcado", se fosse perguntar ao pai se podia fazer alguma coisa ele respondia "vai perguntar à mãe", e educou a filha e o filho "exatamente da mesma maneira".

As duas autoras, professoras de Português que já publicaram juntas mais de uma centena de livros, assinalam que sempre incluíram protagonistas femininas capazes e determinadas nas suas histórias para crianças e jovens.

A série "Uma Aventura", por exemplo, conta com duas meninas "aventureiras e despachadas", inspiradas em duas alunas "reais", que "eram do século XX, mas já estavam no século XXI".

Consciente de que, na prática, ainda há áreas vedadas às mulheres, Isabel Alçada contrapôs que noutras é preciso "apoiar sobretudo os rapazes", como é o caso da leitura.

"Há estudos que demonstram que as meninas leem mais do que os meninos", lembrou, sublinhando que "a leitura é absolutamente infraestrutural de todo o trabalho escolar".

Ora, vincou Ana Maria, a igualdade "tem que funcionar nos dois sentidos, porque se uma rapariga hoje diz que vai para a Força Aérea e isso desencadeia uma conversa em que nem todos estão de acordo, se um rapaz disser que quer ser educador de infância e ir trabalhar para uma creche também desencadeia uma conversa em que as pessoas também não estão de acordo".

Dirigido a adolescentes, rapazes e raparigas, o livro "O longo caminho para a igualdade-mulheres e homens no século XXI" tem duas partes: uma história de ficção e um conjunto de dados e informações reais.

O livro será lançado a 08 de março, Dia Internacional da Mulher, num evento de acesso livre, às 16:30, transmitindo em 'live streaming' através do site do iGen (http://forumigen.cite.gov.pt/).

 

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