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Little Tomodachi (ともだち)

Little Tomodachi (ともだち)

16
Fev23

Parlamento espanhol aprova lei que permite mudar de género sem parecer médico

Niel Tomodachi

A "lei trans" espanhola, que permite mudar de género no registo civil sem relatórios médicos, foi, esta quinta-feira, definitivamente aprovada pelo parlamento de Espanha.

A nova legislação demorou mais de um ano a ser aprovada

A "lei para a igualdade real e efetiva das pessoas trans" permite mudar de género no registo civil em Espanha, a partir dos 12 anos, sem parecer médico.

Será necessária autorização de um juiz para os casos entre os 12 e os 14 anos e dos pais ou tutores legais entre os 14 e os 16 anos, mas para maiores de 16 anos bastará a própria vontade de quem quiser fazer a alteração de género.

Em todos os casos deixam de ser necessários pareceres médicos e provas de qualquer tratamento hormonal para retirar a carga de patologia à mudança de género.

"As pessoas trans [transexuais] são quem são", sem precisarem de "pedir autorização ou desculpa a ninguém", e cabe ao Estado reconhecer-lhes os direitos, afirmou a ministra da Igualdade, Irene Montero, no encerramento do debate parlamentar.

A nova legislação demorou mais de um ano a ser aprovada e pelo caminho dividiu o Partido Socialista (PSOE), que governa Espanha em coligação com a plataforma de extrema-esquerda Unidas Podemos, de que faz parte Irene Montero.

A lei contou com a oposição de associações feministas que, como a ala crítica do PSOE, consideram que pode prejudicar os avanços alcançados pelas mulheres na luta pela igualdade de direitos.

Para estes movimentos, ser mulher não é uma identidade subjetiva e o feminismo é a luta contra a discriminação de uma identidade objetiva, baseada no género biológico.

Entre as críticas, que hoje se voltaram a ouvir pela voz de deputados do Partido Popular (PP, direita) e Cidadãos (liberais), estão também alertas de falta de "segurança jurídica" da nova legislação, como aconteceu noutros países, como a Escócia, que agora recuam ou travam leis similares.

Em causa está, por exemplo, o caso hoje referido no parlamento espanhol de um homem condenado por duas violações de mulheres, na Escócia, que mudou de género e assim teve direito de cumprir a pena em alas femininas da prisão.

Mas há também, dizem estas vozes críticas, a possibilidade que se abre para homens participarem nas competições desportivas ao lado de mulheres ou de se apresentarem em concursos que exigem provas físicas para seleção e têm padrões diferentes estabelecidos para candidatos masculinos e femininos.

Os alertas passam ainda por questões na aplicação das leis da violência de género ou das quotas nas leis eleitorais.

A ministra Irene Montero voltou hoje a considerar que "as mulheres trans são mulheres e ponto" e falou em "transfobia" durante o processo de debate.

Os deputados dos vários grupos parlamentares que defenderam hoje a lei no parlamento insistiram em que está em causa um reconhecimento e alargamento de direitos em Espanha e a não discriminação de um grupo de pessoas estigmatizadas através de uma lei que não divide nem é feita "contra ninguém".

O PP e o Cidadãos sublinharam hoje serem a favor de uma lei que reconheça e proteja os direitos dos transexuais, mas consideraram que não houve no parlamento espanhol um processo legislativo suficientemente tranquilo e duradouro para permitir todos os debates e audições necessários e, por isso, a lei não tem "segurança jurídica".

O grupo do PP chegou mesmo a apelar às bancadas dos partidos no Governo para retirarem a iniciativa e evitarem a votação final, para poder ser feita "uma boa lei".

Também a extrema-direita do partido VOX se opôs à nova lei, por considerar estarem em causa "delírios" e um "fomento da homossexualidade e da transexualidade" num momento em que há "um aumento alarmante da homossexualidade e da transexualidade" em Espanha, defendendo que o Estado devia promover a "reconciliação das pessoas com o seu corpo" e não "a mutilação irreversível" através de tratamentos hormonais e cirurgias.

A ministra Irene Montero respondeu que a lei "desvincula precisamente" o reconhecimento da identidade de género de tratamentos médicos e condenou "as mentiras e os boatos" do VOX, que fomentam "o discurso de ódio" contra grupos de pessoas e consideram anormais ou doentes os homossexuais e os transexuais.

A lei hoje aprovada proíbe cirurgias de modificação genital até aos 12 anos em crianças que nasçam com características físicas dos dois géneros (crianças intersexuais ou hermafroditas).

Por outro lado, consagra o direito de lésbicas, bissexuais e transgénero com capacidade reprodutiva acederem às técnicas de reprodução medicamente assistida e permite a filiação dos filhos de mães lésbicas e bissexuais sem necessidade de casamento.

 

11
Jan23

"Beyond the Gender Binary" de Alok Vaid-Menon

Niel Tomodachi

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Sobre o Livro:

Beyond the Gender Binary, spoken word poet Alok Vaid-Menon challenges the world to see gender not in black and white, but in full color. Taking from their own experiences as a gender-nonconforming artist, they show us that gender is a malleable and creative form of expression. The only limit is your imagination.

 

Sobre o Autor:

Alok is a transfeminine writer and performance artist.

They are the author of Femme in Public (2017), Beyond the Gender Binary (2020), and Your Wound / My Garden (2021).

Learn more at www.alokvmenon.com

 

28
Jun22

Governo espanhol propõe mudança de género desde os 12 anos sem parecer médico

Niel Tomodachi

Proposta aprovada torna possível mudar de género no registo civil, a partir dos 12 anos, sem parecer médico, mas será necessária autorização de um juiz até aos 14 anos.

Menores poderão se registrar com novo gênero na Espanha | Mundo | Pleno.News

O Governo espanhol aprovou esta segunda-feira uma proposta de lei que prevê a mudança de género no registo civil a partir dos 12 anos sem necessidade de pareceres médicos, sendo que a partir dos 16 basta a vontade da pessoa.

Ao abrigo desta proposta, que terá de ser aprovada pelo parlamento, será possível mudar de género no registo civil, a partir dos 12 anos, sem parecer médico, mas será necessária autorização de um juiz para os casos entre os 12 e os 14 e dos pais ou tutores legais entre os 14 e os 16.

Para maiores de 16 anos, bastará a própria vontade de quem quiser fazer a alteração.

É a segunda vez que o Governo espanhol aprova esta proposta, depois de há um ano ter avançado com o anteprojeto, que dividiu o Executivo.

Conhecida como a lei da “autodeterminação de género”, a proposta pretende retirar a carga de patologia à mudança de género.

“Reconhece-se o direito a todos serem quem são sem mediação de testemunhas”, afirmou a ministra da Igualdade, Irene Montero, numa conferência de imprensa no final do conselho de ministros que aprovou a proposta.

A proposta proíbe também cirurgias de modificação genital até aos 12 anos em crianças que nasçam com características físicas dos dois géneros (crianças intersexuais ou hermafroditas),

Por outro lado, o texto consagra o direito de lésbicas, bissexuais e transgénero com capacidade reprodutiva acederem às técnicas de reprodução mediamente assistida e permite a filiação dos filhos de mães lésbicas e bissexuais sem necessidade de casamento.

A proposta foi aprovada no mesmo dia em que a imprensa espanhola noticiou que um juiz de Ourense (na Galiza, noroeste de Espanha) autorizou a mudança do género nos documentos de uma criança de 8 anos.

A decisão, citada pela agência de notícias EFE, considera que a criança, um rapaz registado com o género feminino, tem “maturidade suficiente” e apresenta uma “situação estável de transexualidade”.

A mãe desta criança disse à EFE que esta é “uma grande vitória, um avanço enorme para as crianças e para todos os grupos que lutam pelo reconhecimento dos menores”.

Em relação ao filho, disse que “sempre falou no masculino na primeira pessoa” e que em casa sempre o deixaram “expressar-se livremente na forma de vestir e brincar”.

“Espero que isto sirva para alguma coisa e se oiçam os menores”, defendeu, dizendo que não tem sentido solicitar relatórios de equipas de psiquiatras “porque isto não é uma doença”.

A mulher lamentou que a proposta de lei que vai ser debatida pelos deputados não abranja as crianças.

 

02
Fev22

Novo pronome de género a caminho dos dicionários noruegueses

Niel Tomodachi

Um novo pronome de género neutro fará oficialmente parte da língua norueguesa, dentro de um ano. O objetivo é criar uma alternativa para as pessoas que não se identificam com nenhum dos géneros retratados pelos pronomes tradicionais e, assim, gerar representatividade.

Introdução de termos mais representativos na língua é uma das batalhas travadas pelas comunidades LGBTQIA+

"Hen" tornar-se-á uma alternativa aos pronomes singulares de terceira pessoa existentes nos dicionários noruegueses, o feminino "hun" ("ela", em português) e o masculino "han" ("ele"). O Conselho de Línguas da Noruega, que confirmou que a alteração deve entrar em vigor dentro de um ano, justifica a introdução do novo pronome com o aumento e posterior estabilização do uso real do termo por parte de pessoas não-binárias (que não se identificam com nenhum dos géneros biologicamente definidos à nascença).

De acordo com Daniel Ims, representante do conselho, embora os pronomes de género neutro tenham começado a ser debatidos no seio da comunidade linguística e gramatical da Noruega há já algum tempo, o processo de aceitação dos argumentos para a sua adoção foi moroso e só recentemente é que o paradigma começou a alterar-se, abrindo espaço para a integração das pessoas que - por não se identificaram nem como homens nem como mulheres, ou nem como apenas homens ou apenas mulheres - não se sentem representadas pelas opções que encontram na própria língua.

O debate desencadeado pelos planos de reconhecimento da palavra "hen" tem sido visto de forma positiva por quem defende a visibilidade e representatividade das pessoas não-binárias no espaço público. "Acho que uma pessoa normal na rua não conhece ninguém que se identifique como não-binário. Mas espero que, colocando 'hen' no dicionário, possamos espalhar essa ideia, porque há muitas pessoas que não se sentem à vontade com certos pronomes, mas também não têm a terminologia certa para as descrever", explicou Carl-Oscar Vik, 18 anos, da cidade norueguesa de Skien, à imprensa norueguesa.

 

Debates em todo o mundo

A questão da representatividade da comunidade não-binária, com debates sobre a linguagem a adotar, vão ganhando espaço em todo o mundo, onde os defensores da integração de novos pronomes e do caráter mutável da linguagem como organismo vivo esbarram no tradicionalismo de quem defende a manutenção da língua com pouco ou nenhum espaço para mudanças.

Mais recentemente, o ministro da educação francês, Jean-Michel Blanquer, acusou um dicionário de referência de "doutrina inspirada nos Estados Unidos da América" por incluir uma entrada para a palavra "iel", usada por pessoas não-binárias em França como pronome de género neutro. Nos EUA, o conhecido dicionário Merriam-Webster incluiu, em 2019, uma definição singular de género neutro do pronome "they", que originalmente significava apenas "eles" e "elas".

Em Portugal, a necessidade de as pessoas encontrarem formas linguísticas mais integradoras também tem levado ao surgimento de novas palavras, que na sua maioria são versões alteradas de palavras já existentes. Um exemplo é a substituição, muito usada entre pessoas não-binárias, das letras "o" e "a" em adjetivos que não são neutros por um arroba (@) ou por um "x" - "bonit@s" e "bonitxs" em vez de "bonitos" e "bonitas".

 

17
Jan22

Tabus e mitos sobre sexualidade e género? Está tudo na exposição de Maria Mergulhão

Niel Tomodachi

“Oh Baby It’s Raining” é inaugurada no próximo dia 20 de janeiro, na Sociedade Nacional das Belas Artes, em Lisboa.

“Oh Baby It’s Raining” é o verso de um hit da cantora Rihanna, mas é também o nome da nova exposição da artista e poetisa Maria Mergulhão. A jovem de 29 anos apresenta no dia 20 de janeiro o seu novo projeto, no qual aborda temas como o amor, o abandono, a distinção entre uma pessoa e um boneco ou um animal e um boneco, questionando as ideias dominantes da sociedade.

A música da cantora trouxe inspiração para o desenho a que dá o nome. E que se repete depois como nome da exposição.

“Estava a ouvir essa música quando montei o desenho referente à exposição. De uma forma irónica, o desenho apela à tristeza, mas também, ao carinho, no âmbito de acordar a nossa image-repertoire de paixão. A exposição funciona como um manifesto político e inerente a várias situações, em que chove e às quais devemos dar atenção, e não só contemplar”, explica a artista.

Além da música, o estilo pop manifesta-se no trabalho de Maria Mergulhão com cores vibrantes, algumas delas aplicadas com spray de grafitti, reforçando a alusão ao manifesto e à revolução. “Volto sempre ao famoso ditado feminista: ‘o pessoal é político'”, adiantou a jovem, também reconhecida ativista do movimento queer.

Kae Tempest, Ary dos Santos Paula Rego e Maria Teresa Horta são alguns dos artistas que inspiraram a pintora nestas composições, que são para si uma espécie de diário. “Confesso-me na arte como se me confessasse a um padre. E tudo o que ela narra é, infelizmente, verdade. Tal como Tracey Emin, considero-me uma artista confessional até na abstração, a que cada cor, cada bola ou traço, apela”, adianta a jovem que pretende com este trabalho fazer o público pensar sobre temas como a sustentabilidade ambiental, a objetificação do corpo da mulher, os direitos humanos, entre outros aspetos fulcrais da sociedade atual. 

Maria Mergulhão iniciou o seu percurso “auto-reflexivo” em Londres, onde viveu e estudou. Foi nesta cidade que começou por se dedicar à pintura, escultura, escrita e instalação, culminando na arte que hoje cria e que se foca em temas como a mente, sexualidade, política, sociedade e indústria, sempre com o cunho pessoal da vivência, mas sabendo libertar-se daquilo que criou.

“As obras são minhas filhas no processo criativo que com cada traço as educo, as formo e moldo, para serem duma determinada forma. Quando finalizo o processo criativo, a obra já não está nas minhas mãos, já não me pertence. Torna-se maior de idade e responsável por si mesma. Torna-se um espelho para o público”, acrescenta.

Se o nome Maria Mergulhão não lhe for estranho pode dever-se à recente participação da artista na exposição “Do Outro Lado”, que encheu as ruas de Lisboa com arte, de profissionais portugueses e internacionais, em abril de 2021. 

Com mostras do seu trabalho em Portugal mas também lá fora, como Londres, Maria Mergulhão tem já em vista uma exposição no Brasil e o seu principal objetivo é levar as suas obras à escala arquitetónica e incluir uma instalação imersiva. Até lá, pode ver a exposição “Oh Baby it’s Raining” na Sociedade Nacional das Belas Artes, em Lisboa, até 19 de fevereiro.

 

17
Dez21

Adeus, padrões de género: Harry Styles lança linha de vernizes para homens e mulheres

Niel Tomodachi

O artista nunca teve medo de mostrar o seu lado feminino. Com este novo lançamento quer ajudar outros homens a fazer o mesmo.

Desde que iniciou uma carreira a solo que Harry Styles tem mostrado o seu lado mais feminino, sem qualquer pudor ou medo. Pinta as unhas, usa vestidos e saltos altos, o que não significa que seja menos masculino — apenas mostra uma maior ligação à sua faceta mais andrógina. Para ajudar outros homens a fazer o mesmo, o cantor e ator lançou uma linha de vernizes unissexo.

A gama inaugural da primeira aventura de Harry Styles no mundo da moda — já foi capa de muitas revistas mas nunca tinha tido um projeto próprio — chama-se Pleasing e é vegan, gluten e cruelty free. Além dos vernizes, debutou com produtos de skincare.

Os produtos para as unhas pertencem à linha Perfect Pearl, e pode encontrá-los em quatro tons: Inky Pearl; Pearly Tops; Granny’s Pink Pearls e Perfect Pearl.

Pode comprar um conjunto com os quatro vernizes por 59€. Caso queira adquiri-los individualmente, apenas o poderá fazer com o Perfect Pearl e Pearly Tops — custam 18€ cada.

Os frascos lembram os vidros de perfumes dos anos 20 ou 30.
 

Quanto aos produtos que cuidam da pele, o artista apostou em dois produtos. O The Pleasing Pen (27€) é um lápis com duas faces que corrige as olheiras e hidrata os lábios. Da coleção faz também parte o The Pearlescent Illuminating Serum, um sérum para a pele com um packaging cheio de pérolas deslumbrantes.

Este primeiro lançamento a Pleasing vem acompanhado de uma camisola perfeita para ambos os géneros — um conceito que provavelmente fará parte de todos os produtos futuros da marca.

 

02
Jun21

Chinesa transgénero é a nova musa da Dior para J’Adore

Niel Tomodachi

Dior aposta em nova embaixadora de beleza. Jin Xing é autora, bailarina, transgénero e a primeira pessoa a assumir publicamente uma cirurgia de transição na China, em 1995. Agora vai ser rosto do perfume 'J'Adore', que tem contado com a atriz Charlize Theron

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Mais um passo rumo à diversidade no mundo da moda de luxo. O icónico perfume J’Adore – cujo rosto tem sido o da atriz Charlize Theron – ganhou agora uma nova musa. A LVMH, detentora do segmento Dior Beauty, escolheu Jin Xing, uma celebridade transgénero chinesa, para o papel de embaixadora da popular fragrância criada em 1999.

A informação foi avançada pelo site Global Times e os sinais que ressaltam desta decisão são claros. Por um lado, esta escolha é entendida como uma passo positivo junto da comunidade transgénero, mas também como forma de mudar o posicionamento da marca, alargando o conceito exclusivamente feminino para o universo das fragrâncias unissexo.

A campanha surge também alicerçada num vídeo no qual a estrela fala do apoio ao empoderamento feminino, da diversidade e individualidade, conceitos nos quais a marca se quer alicerçar. Ainda na primeira pessoa, Jin Xing revela como se sentiu no processo de transição. “Quando escolhi, à data, ser mulher, mãe, esposa e enfrentar a sociedade de uma forma nova, 80% de tudo isso era preocupação, dúvida e até mesmo desprezo”, revelou.

Charlize Theron é rosto da J’Adore há mais de uma década

Bailarina, autora, ativista e ex-coronel do exército, Xing foi a primeira pessoa a submeter-se publicamente à cirurgia de redefinição de género na China, em 1995. Xing aparece na campanha da fragrância, explicando como ela se sentiu no momento de sua transição.

O novo rosto da Dior é também apresentadora de televisão e foi considerada pela revista Hollywood Reporter, a Oprah Winfrey da China.

 

17
Mai21

Universidade do Minho cria Mestrado em Sociologia do Género e da Sexualidade

Niel Tomodachi

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O Instituto de Ciências Sociais (ICS) da Universidade do Minho lança no ano letivo 2021/2022 o Mestrado em Sociologia do Género e da Sexualidadeuma oportunidade para obter formação científica aprofundada no que toca aos paradigmas, teorias e debates na área do Género e da Sexualidade e à relevância destes para o diagnóstico dos mais variados fenómenos sociais. 

O objetivo do Mestrado em Sociologia do Género e da Sexualidade é o de dotar os/as Estudantes de conhecimentos adequados ao planeamento e condução de investigação científica e análise crítica dos fenómenos do Género e da Sexualidade, assim como pensar estratégias de intervenção que promovam o respeito pela diversidade humana, o exercício de uma cidadania plena e, em particular, a eliminação da discriminação baseada no Género e na Orientação Sexual nos mais diversos contextos, incluindo órgãos da Administração Pública, organizações não-governamentais, instituições de ensino, organizações do Terceiro Setor e empresas.

O Mestrado tem a duração de 2 anos e são 20 as vagas disponíveis nesta 1ª edição. Das questões da linguagem e comunicação aos  movimentos sociais, passando pela cidadania e pelo trabalho, o Género e a Sexualidade são explorados como um campo de trabalho atual e incontornável e potenciará a oportunidade de, no 2º ano do curso, desenvolver uma dissertação de Mestrado, um Trabalho de Projeto ou um Estágio numa organização com  intervenção direta nestas áreas.

A 1ª fase de candidaturas arranca a 28 de junho e vai até 7 de julho. Para esclarecer todas as dúvidas processuais e científicas, o ICS está a preparar uma websession de apresentação dos cursos de mestrado para o ano letivo de 2021/2022 no dia 19 de maio, pelas 16h00.

(S)

23
Abr21

Parques Disney permitem autodeterminação da expressão de género e tatuagens visíveis nas suas equipas

Niel Tomodachi

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Os Parques Disney estão a dar um passo à frente no que respeita à inclusão. Filmes mais diversos como ”Vaiana”e “A Princesa e o Sapo” foram lançados mais tarde na história da Disney. O mesmo pode ser dito sobre a divisão de experiências da empresa, que inclui diversos parques temáticos e atracções.

Quando se trata de diversidade e igualdade, a Disney encontra-se em atraso. Os valores centrais da Disney - as quatro palavras chave, como foram nomeadas pelo próprio Walt Disney: segurança, cortesia, espectáculo e eficiência - são admiráveis, mas não especialmente focados na diversidade. A Disney tem a reputação de ser uma organização mais conservadora, hesitante em se adaptar com o tempo.

Mas isto começa a mudar. O presidente dos Parques Disney, Josh D'Armo, anunciou uma "quinta palavra-chave": a inclusão. A expressão de género em vestuário, estilos de cabelo, acessórios e muito mais será baseada na autodeterminação como resultado desta actualização. Além disso, os Parques Disney também autorizam a sua equipa a terem tatuagens visíveis e que sejam consideradas "aceitáveis".

“Estamos a actualizar-nos não apenas no local de trabalho, mas também para permitir que a nossa equipa de colaboração expresse melhor as suas culturas e individualidade no trabalho” referiu Josh D'Armo.

A Disney também está a reavaliar as suas atracções para serem mais diversificadas e inclusivas, além de fazer mudanças mais sistémicas, como incluir diversas empresas na sua cadeia de fornecedores e elevar a diversidade através dos seus programas de orientação da Disney Dreamers Academy.

Quanto mais os membros da equipa se puderem expressar, seja através da cultura da qual fazem parte ou pela sua auto-expressão, serão capazes de mostrar os Parques Disney como espaços convidativos e se envolverem mais e melhor com os fãs e visitantes da Disney.

Embora os parques tenham sido fechados devido à pandemia da covid-19, famílias e fãs da Disney anseiam por voltar assim que as portas reabram.

(S)

 

17
Mar21

Elliot Page em entrevista à revista Time: “Sou totalmente quem sou”

Niel Tomodachi

3 meses após revelar a sua identidade trans, o ator Elliot Page é capa da revista Time e fala do seu crescimento como criança e dos desafios pessoais e da comunidade.

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Passaram 3 meses desde que, numa publicação no seu Instagram, o celebrado ator Elliot Page partilhou com o mundo a sua identidade trans. A notícia correu o mundo e, entre mensagens de apoio e de Orgulho, tornou, mais uma vez, claro que os meios de comunicação não sabem ainda como abordar este tipo de eventos. Mas Elliot diz estar hoje pronto para falar sobre a sua viagem. 7 anos depois de Laverne Cox ter sido a primeira pessoa trans na capa da revista Time, Elliot Page releva-se em entrevista à revista Time [capa abaixo].

Elliot Page não se lembra exatamente há quanto tempo se questionava, mas lembra-se da sensação de triunfo quando, por volta dos 9 anos, finalmente foi autorizado a cortar o cabelo curto. “Senti-me como um menino,” disse Page. “Queria ser um menino e perguntei à minha mãe se poderia sê-lo algum dia.

Em Halifax, na Nova Escócia, Page via-se como um menino em jogos imaginários, livre do desconforto de como outras pessoas o viam. Após o corte de cabelo, as pessoas começaram a vê-lo do jeito que ele se via, e para Elliot isso parecia-lhe certo e emocionante. A alegria foi, no entanto, de curta duração. Meses depois, Page conseguiu um papel como filha de uma família no filme Pit Pony. Ele usava uma peruca para o filme, e quando o filme se tornou num programa de TV, ele deixou o cabelo crescer novamente. “Tornei-me um ator profissional aos 10 anos,” disse Page. E perseguir essa paixão veio com um compromisso difícil. “Claro que eu tinha que ter um determinado aspecto”, confessou.

Passados estes anos, é-lhe difícil falar sobre os dias que levaram ao seu coming out público. “É um sentimento de verdadeira excitação e profunda gratidão por estar neste ponto da minha vida”, disse, “misturado com muito medo e ansiedade.”

Atualmente a filmar a terceira temporada da série da Netflix The Umbrella Academy, Page antecipava apenas “muito apoio e amor e uma enorme quantidade de ódio e transfobia”. E foi essencialmente isso que aconteceu, o que Page não previu foi o quão grande seria a sua história. O anúncio de Page, que o tornou uma das pessoas trans mais famosas do mundo, começou por ser tendência no Twitter em mais de 20 países e ganhou mais de 400.000 novos seguidores e seguidoras no Instagram apenas naquele dia. Milhares de artigos foram publicados, nem todos da melhor forma, é certo, como explicado aqui.

O processo de autoconhecimento, em todas as suas especificidades, continua a ser um trabalho em progresso. Enfatizar o género, uma identidade inata e realizada, pessoal e social, fixa e em evolução, é complicado o suficiente sem estar sob um holofote que nunca parece desligar, mas tendo chegado a um momento crítico, Page diz sentir uma profunda responsabilidade em compartilhar a sua verdade. “Há pessoas extremamente influentes que estão a espalhar mitos e retórica prejudicial—todos os dias vemos a nossa existência debatida”, afirmou Page. “As pessoas trans são muito reais.

Nunca me reconheci,” revelou Page sobre muitos dos seus papéis mais famosos no grande ecrã. “Durante muito tempo não conseguia nem olhar para uma foto minha.” Foi difícil assistir aos seus próprios filmes, especialmente aqueles em que ele desempenhou papéis considerados mais femininos. “Existem estereótipos generalizados sobre masculinidade e feminilidade que definem como todas as pessoas devem agir, vestir e falar e eles não servem a ninguém”, recordou num discurso de 2014.

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Elliot Page encontrou o amor, casando-se com a coreógrafa Emma Portner em 2018. Começou a produzir os seus próprios filmes com protagonistas LGBTQ como Freeheld My Days of Mercy e fez de um guarda-roupa masculino uma condição para assumir papéis. No entanto, a discórdia diária estava a tornar-se insuportável. “A diferença em como eu me sentia antes de sair do armário como pessoa gay para depois desse momento foi enorme,” disse. “Mas o desconforto no meu corpo alguma vez desapareceu? Não, não, não, não.”

Em parte, foi o isolamento forçado pela pandemia que trouxe à tona a luta de Page com o género. Page e Portner separaram-se no verão passado e divorciaram-se efetivamente no início de 2021, apesar de manterem a proximidade. “Tive muito tempo sozinho para realmente me concentrar em coisas que acho, de muitas maneiras e inconscientemente, estava a evitar,” disse ele.

Esse tempo solitário levou-o a uma série de decisões. Uma delas passou por ser tratado com um nome diferente, Elliot, que ele disse ter sempre gostado. Page tem uma tatuagem que diz E.P. PHONE HOME, uma referência ao clássico filme de Spielberg sobre um extraterrestre e um rapaz chamado precisamente Elliot. “Amava E.T. quando era criança e sempre quis parecer-me com os rapazes nos filmes”. A outra decisão foi usar pronome diferente: “Ele”.

Outra decisão, contou Page, foi fazer uma cirurgia de resignação. No momento em que publicou a sua divulgação no Instagram, ele estava a recuperar em Toronto. Como muitas pessoas trans, Page enfatizou que ser trans não tem necessariamente a ver com cirurgia. Para algumas pessoas é desnecessário, para outras é inacessível. Para o mundo em geral, o foco dos meios de comunicação na operação sensacionalizou os corpos trans, convidando a perguntas invasivas e inadequadas. Mas Page descreveu a cirurgia como algo que, para ele, tornou possível finalmente reconhecer-se quando se olha ao espelho, proporcionando catarse que ele esperava encontrar desde o “inferno” da puberdade. “A cirurgia transformou completamente a minha vida,” disse ele. Tanta parte da sua energia foi gasta pelo tremendo desconforto em relação ao seu corpo que agora Elliot Page tem diz ter essa energia de volta.

Como uma pessoa trans branca, milionária e famosa, Page tem um tipo único de privilégio e, com isso, uma oportunidade de defender aquelas com menos. “O meu privilégio permitiu-me ter recursos para estar onde estou hoje e é claro que quero usar esse privilégio e plataforma para ajudar da maneira que posso.”

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Elliot Page na capa da revista Time.

 

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