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Little Tomodachi (ともだち)

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13
Mar23

Prémio Nobel da Literatura japonês Kenzaburo Oe morre aos 88 anos

Niel Tomodachi

O escritor Kenzaburo Oe morreu na madrugada de 03 de março de causas naturais, anunciou hoje a editora japonesa do Prémio Nobel da Literatura, Kodansha.

Prémio Nobel da Literatura japonês Kenzaburo Oe morre aos 88 anos

Num comunicado, a editora sublinhou que Oe 'morreu de velhice' e que a família já realizou, entretanto, o funeral do escritor, um ícone japonês progressista e inconformista.

Nascido em 1935, numa remota aldeia da ilha de Shikoku, no sudoeste do Japão, no meio de uma vasta floresta, cenário que utilizaria frequentemente no seu trabalho, Oe estudou literatura francesa na Universidade de Tóquio.

Na sua obra, denunciou incansavelmente a violência infligida aos fracos e manifestou-se contra o conformismo da sociedade japonesa moderna.

Em 1958, ganhou o prestigiado prémio Akutagawa para jovens autores por 'A Captura'. A trágica história de um piloto afro-americano capturado por uma comunidade japonesa durante a Segunda Guerra Mundial seria mais tarde adaptada para o cinema por Nagisa Oshima.

Oe ganhou o Prémio Nobel da Literatura em 1994, tornando-se o segundo autor japonês a alcançar essa distinção.

Na altura o júri elogiou o escritor como alguém "que, com grande força poética, cria um mundo imaginário onde vida e mito se condensam para formar um quadro confuso da atual frágil situação humana".

Pouco depois Oe recusou a Ordem da Cultura, uma distinção japonesa atribuída pelo imperador, algo que causou polémica. "Não posso reconhecer nenhuma autoridade, nenhum valor superior à democracia", justificou.

O escritor foi um ardoroso defensor da causa antinuclear e da constituição pacifista adotada pelo Japão após a Segunda Guerra Mundial.

Odiado pelos nacionalistas japoneses, Oe seria processado por difamação, mas absolvido, por ter lembrado no ensaio 'Notas de Okinawa' (1970), que civis tinham sido levados ao suicídio por soldados japoneses durante a Batalha de Okinawa em 1945.

 

15
Fev23

Espólio do escritor chileno Luis Sepúlveda doado à Póvoa de Varzim

Niel Tomodachi

A família do escritor chileno Luis Sepúlveda, que morreu em 2020, decidiu doar grande parte do espólio e acervo bibliográfico do autor ao município da Póvoa de Varzim, que vai criar um espaço específico para o homenagear.

Espólio do escritor chileno Luis Sepúlveda doado à Póvoa de Varzim

Esse espólio, constituído por cerca de 3.700 livros e muitos objetos pessoais de Luis Sepúlveda, serão integrados na Casa Manuel Lopes, onde será replicado, ao detalhe, o escritório do autor, acessível a todos os interessados em conhecer a obra do chileno.

"Estamos a fazer a recuperação da casa Manuel Lopes, antigo bibliotecário da cidade, e vamos dedicar um dos pisos à memória do Luis Sepúlveda. Será também um centro de pesquisa para todos os que possam estar interessados em explorar a obra dele o possam visitar e estudar", revelou o presidente da Câmara da Póvoa de Varzim, Aires Pereira, na cerimónia de abertura em pleno do Correntes d'Escritas, que muitas vezes contou com a presença do autor de "História de uma Gaivota e do Gato que a Ensinou a Voar".

O autarca disse que as obras de adaptação "já estão em curso", e que "ainda este ano devem estar concluídas" para que o espólio do autor possa ser trabalho e catalogado.

"É o reconhecimento do amor que o Luis Sepúlveda tinha pela Póvoa de Varzim. Partiu em circunstâncias trágicas na altura da pandemia, mas sempre disse que queria ficar ligado à Povoa de Varzim. É com enorme prazer que recebemos as suas memórias", acrescentou Aires Pereira.

O espaço terá a curadoria do fotógrafo Daniel Mordzinski, amigo de longa data de Sepúlveda, e segundo a viúva do autor chileno, Carmen Yáñez, a Póvoa de Varzim é o "local ideal" para acolher para fazer perdurar a memória do escritor.

"Na Póvoa, o Luis encontrou um lugar literário, onde todos os mundos formavam apenas um. Nada mais lógico e justo que dar casa à sua memória nesta cidade, aberta à liberdade", disse Cármen Yáñez, durante a cerimónia de abertura do festival literário Correntes d'Escritas, que se realiza na localidade nortenha.

 

30
Jan23

Yara Monteiro e Luiz Ruffato nomeados para o Prémio Literário de Dublin

Niel Tomodachi

Dois escritores de língua portuguesa estão entre os 70 nomeados para o Prémio Literário Internacional de Dublin 2023, a portuguesa de origem angolana Yara Monteiro, com 'Essa dama bate bué', e o brasileiro Luiz Ruffato, com 'O verão tardio'.

Yara Monteiro e Luiz Ruffato nomeados para o Prémio Literário de Dublin

página oficial do prémio literário divulgou hoje a lista longa dos candidatos ao galardão no valor de 100 mil euros, escolhida por 84 bibliotecas de todo o mundo, da qual constam autores oriundos de 31 países.

Entre os nomeados, incluem-se 29 romances traduzidos, originalmente publicados em português, espanhol, árabe, finlandês, russo, francês, croata, alemão, sueco, norueguês, búlgaro, holandês, hindi, coreano, esloveno, islandês e japonês.

Uma das obras originalmente publicada em língua portuguesa é "Essa dama bate bué", de Yara Nakahanda Monteiro, traduzida para o inglês por Sandra Tamele, com o título "Loose Ties".

Editada em Portugal em 2018 pela Guerra & Paz, esta é uma história de autodescoberta, entre a sátira e a tragédia, o abandono e a rutura, sobre uma mulher nascida em Angola, mas criada pelos avós em Portugal, que a poucos meses do casamento foge para o seu país natal, em busca da mãe e da sua própria identidade, incluindo a sexual.

O outro romance de língua portuguesa, "O verão tardio", de Luiz Ruffato, foi traduzido para "Late Summer", por Julia Sanches, e não está editado em Portugal.

Trata-se de uma narrativa sobre um homem e as suas tentativas de reatar os fios do passado, uma jornada aos limites de um Brasil dividido, em que o diálogo não parece mais possível.

O autor tem outros livros publicados em Portugal, como "Eles eram muitos cavalos" e "De mim já nem se lembra", na Tinta-da-China, e "Estive em Lisboa e lembrei-me de ti", pela Quetzal.

Da lista de nomeados constam ainda autores como Karl Ove Knausgard e o seu romance "A estrela da manhã", Hervé Le Tellier, com "A anomalia", Ilja Leonard Pfeijffer, com "Grande hotel Europa", Amor Towels, com "Lincoln Highway", e Elif Shafak, com "A ilha das árvores desaparecidas".

Entre os nomeados contam-se também outros títulos como "Pequenas coisas como estas", de Claire Keegan, "Mar de tranquilidade", de Emily St. John Mandel, "Encruzilhadas", de Jonathan Franzen, e "Paradais" de Fernanda Melchor, autora mexicana cujo anterior romance, "Temporada de furacões", foi finalista deste prémio e que se encontra desde a semana passada publicado em Portugal.

O Prémio Literário de Dublin é organizado pela autarquia da capital da Irlanda e gerido pelas bibliotecas públicas da cidade, com um valor monetário de 100 mil euros, a serem entregues na totalidade ao autor da obra vencedora, se esta for escrita em inglês, ou, no caso de tradução, a dividir entre escritor e tradutor, nos valores de 75 mil euros e 25 mil euros, respetivamente.

A lista de finalistas do Prémio Literário Internacional de Dublin 2023 será conhecida no dia 28 de março e o vencedor será revelado a 25 de maio.

O romance "The art of loosing", da autora francesa Alice Zeniter, foi o vencedor do Prémio Literário de Dublin 2022.

 

18
Mai22

Lisboa acolhe mais de 30 escritores no programa literário Disquiet

Niel Tomodachi

Lisboa acolhe, a partir de 26 de junho, a 10.ª edição do Disquiet - Programa Literário Internacional, que contará com mais de 40 escritores portugueses e norte-americanos, anunciou hoje o Centro Nacional de Cultura (CNC).

Lisboa acolhe mais de 30 escritores no programa literário Disquiet

Este é um regresso da iniciativa, depois de uma interrupção de dois anos, por razões sanitárias relacionadas com a covid-19.

Entre os participantes, está prevista a presença dos escritores Ondjaki, Ana Margarida de Carvalho, Djaimilia Pereira de Almeida, Patrícia Portela, Patrícia Reis, Teolinda Gersão, Ana Paula Tavares, Jacinto Lucas Pires, Yara Monteiro, Susana Moreira Marques, Matilde Campilho e Rui Cardoso Martins, entre os autores de língua portuguesa.

Da parte norte-americana foram anunciados Tayari Jones, Ben Lerner, Maaza Mengiste, Danielle Evans, Shayla Lawson, Gabriel Bump, T Kira Madden, Katherine Vaz, Richard Zenith e ainda Jennifer Acker, e os editores da revista Granta.

O CNC acrescenta que estão "previstas sessões de trabalho dirigidas por Jensen Beach, Deanne Fitzmaurice, Arthur Flowers, Annie Liontas, Cyriaco Lopez e Terri Witek".

O programa Disquiet - Programa Literário Internacional "parte do princípio que a imersão numa cultura estrangeira, num ambiente diferente do habitual, e a consequente quebra de rotinas, tendem a estimular a criatividade, abrindo novas perspetivas e novos ângulos de interpretação do mundo que nos rodeia, resultando num indubitável enriquecimento para todos aqueles que nele participam", lê-se no comunicado do CNC, hoje divulgado.

A iniciativa realiza-se desde 2011, e, este ano, as sessões públicas decorrem essencialmente na zona da Baixa-Chiado da capital portuguesa, designadamente, na sede do CNC, no Teatro São Luiz, no edifício da revista "Brotéria", na Fundação José Saramago, no Teatro Nacional de São Carlos, no Claustro do Museu de São Roque, no Grémio Literário e na Fundação Luso-Americana de Desenvolvimento, no bairro da Lapa, que apoia a iniciativa.

Após Lisboa, que termina a 08 de julho, realiza-se "imediatamente" uma residência Literária em loulé, no Algarve, (Dis)Quiet Loulé, "durante a qual um grupo mais reduzido de escritores terá oportunidade de escrever e de se conhecer melhor, aproveitando a experiência intensa que viveram durante o programa em Lisboa e em contraponto com a mesma".

 

04
Abr22

Filipe Branco: "O meu livro pode ser um farol para muitas pessoas"

Niel Tomodachi

‘Deixa-me ser’ é o título do livro que Filipe Branco publicou em 2016 e que, agora, tem apresentado em várias escolas secundárias no âmbito da consciencialização para orientação sexual e identidade de género.

Filipe Branco: "O meu livro pode ser um farol para muitas pessoas"

Filipe Branco abraçou o desafio de passar as suas emoções para o papel já há cinco anos. Foi em 2016 que percebeu que a sua “história tinha valor e merecia ser contada”, o que, em conjunto com a paixão pela escrita, o levou a falar abertamente de temas como a homofobia, rejeição parental e suicídio.

Embora admita que teve “algum receio de expor demasiado essa parte”, tanto pessoal como familiar, decidiu conversar com a família sobre o que o livro aborda antes de tornar pública “esta história tão íntima”. ‘Deixa-me ser’ pretende passar a mensagem de que “nada está perdido” retratando o percurso de um jovem que alerta para o perigo da homofobia: “A homofobia mata”, confessou Filipe, explicando: “Quase morri porque o peso de ser quem era, e a não aceitação, fez com que essa me parecesse a única saída”.

“Penso que o meu livro pode ser um farol para muitas pessoas e espero que o seja”, revelou o escritor ao partilhar como foi difícil com o pai, como o facto de terem diferentes educações interferiu com a sua relação e aproximação. Em conversa com o Notícias ao Minuto, Filipe admitiu que o pai “precisava de tempo”, visto ter crescido “num meio pequeno”, o que “não o ajudou a compreender tudo tão rapidamente”.  

“Este período da minha vida teve um final feliz”, contou, revelando ser essa a sua maior motivação para se expressar através de um livro. A narrativa, que começa com a rejeição do pai, que não “aceitava ou entendia” a sua homossexualidade, sofre uma reviravolta e mostra uma mudança. “Foi esse conto de esperança que quis partilhar com os meus leitores”, exprimiu Filipe ao esclarecer que “mais pessoas passaram pelo mesmo e outros estarão a passar”. 

Notícias ao Minuto
© D.R. 

Apesar de reconhecer que, “felizmente somos dos países da Europa e do mundo com mais leis aprovadas a favor dos direitos de pessoas LGBTI”, recorda que “as leis não mudam mentalidades de um dia para o outro” e “ainda existe muito preconceito”, que se sente, nas suas palavras, através de “um crescimento de ideias mais radicais e preconceituosas de certos partidos políticos”. 

Contudo, o escritor pensa que esta tendência irá diminuir com a ajuda de personagens LGBTI em séries de televisão, cinema, livros e videojogos, o que “também tem ajudado bastante na visibilidade”.

 

Integrar a educação LGBTI nas escolas

Como crescer no interior fez com que Filipe sentisse “falta de falar sobre estes assuntos”, o escritor tem direcionado a apresentação do seu livro para escolas em zonas do país que “habitualmente não estão tão abertas a estas coisas”, tendo já marcado presença em várias no concelho de Torres Novas, bem como em bibliotecas e associações no Porto e Lisboa.  

Notícias ao Minuto

Escola Secundária Jacome Ratton em Tomar© D.R.

 

Filipe pensa que “é muito importante chegar a professores, alunos e alunas”, de forma a “passar esta mensagem de aceitação, de que o bullying homofóbico, e qualquer tipo de bullying, nas escolas só tem consequências negativas”. Na sua ótica, é necessário, desde cedo, abordar “o caminho da inclusão” para criar “um ambiente melhor nas escolas, na vida e na sociedade em geral”. Debater esta informação permite que os estudantes tenham oportunidade de participar nas sessões de esclarecimento sobre o tema: “Desde que comecei com estas atividades nas escolas, em 2016, sinto que os alunos e alunas estão muito mais informados”, contou.

(S)

 

28
Mar22

Luanda. José Luís Peixoto é escritor do mês no Centro Cultural Português

Niel Tomodachi

O escritor português José Luís Peixoto é o convidado do Camões -- Centro Cultural Português (CCP) em Luanda na rubrica "escritor do mês", na terça-feira, no âmbito da promoção de autores literários em língua portuguesa.

Luanda. José Luís Peixoto é escritor do mês no Centro Cultural Português

Num comunicado, enviado hoje à Lusa, o CPP refere que a iniciativa mensal, que consiste na apresentação da vida e obra do autor, destina-se a promover os autores literários que escrevem em língua portuguesa.

O CPP em Luanda recorda que José Luís Peixoto nasceu em Galveias, em 1974. É um dos autores de maior destaque da literatura portuguesa contemporânea. A sua obra ficcional e poética figuram em dezenas de antologias, traduzidas num vasto número de idiomas e é estudada em diversas universidades nacionais e estrangeiras.

A sessão de terça-feira, que conta com a produção da agência criativa Art Sem Letra, vai contar também com a intervenção do autor em direto, via plataformas digitais, performances do poeta Fernando Carlos, do grupo teatral Monte Sinai, e com a moderação de Sandra Bande.

José Luís Peixoto venceu, em 2001, o Prémio Literário José Saramago com o romance "Nenhum Olhar".

 

11
Jan22

Poetisa e ativista Maya Angelou primeira mulher negra numa moeda americana

Niel Tomodachi

Ensaísta Maya Angelou é o primeiro rosto feminino numa moeda norte-americana num programa que vai lançar, a cada trimestre, uma nova peça com mulheres pioneiras e históricas para o país. Projeto corre até 2025

maya angelou Tinm Sloan AFP

“É uma honra apresentar as primeiras moedas em circulação da nação dedicadas a celebrar as mulheres americanas e as suas contribuições para a história americana”. Foi com esta frase que o vice-diretor da Mint, Ventris Gibson, anunciou o lançamento de uma unidade monetária de 25 centavos norte-americana que, pela primeira vez, vê gravada o rosto de uma mulher negra: a poetisa e ativista Maya Angelou.

Será ela, a autora de I Know Why the Caged Bird Sings, a primeira figura a integrar a comemoração prevista pelo American Women Quarters Program, assinado em janeiro de 2021. Angelou nasceu no Missouri em 1928 e morreu em 2014, foi ensaísta, poetisa e trabalhou com Martin Luther King Jr. e Malcolm X durante o Movimento dos Direitos Civis.

moeda Maya Angelou EUA
[Fotografia: Handout / The Department of Treasury / AFP]

Esta é a primeira de um conjunto de mulheres pioneiras que contribuíram para o país a serem apresentadas pela Casa da Moeda dos Estados Unidos da América e até 2025. “Cada trimestre de 2022 é projetado para refletir a amplitude e a profundidade dos feitos que estão sendo celebradas ao longo deste histórico programa de moedas. Maya Angelou, apresentada no verso da moeda da série, usou palavras para inspirar e elevar todos”

A secretária do Tesouro, Janet Yellen, afirmou, em comunicado, estar “orgulhosa” por essas moedas celebrarem as contribuições de algumas das mulheres mais notáveis da América. “Cada vez que redesenhamos nossa moeda, temos a oportunidade de dizer algo sobre nosso país – o que valorizamos e como progredimos como sociedade”, acrescentou.

As figuras femininas históricas eleitas

Para lá de Maya Angelou, Sally Ride, a primeira mulher americana no espaço, Wilma Mankiller, a primeira chefe feminina da Nação Cherokee, Nina Otero-Warren, líder sufragista do Novo México, e Anna May Wong, estrela de cinema sino-americana, serão os rostos de 2022.

Recorde-se que o ex-presidente Barack Obama lançou um projeto para colocar o rosto de Harriet Tubman na nota de 20 dólares, mas a proposta, submetida sob a presidência de Donald Trump, não prosseguiu. Colocar Tubman, uma mulher negra que escapou da escravidão e que se tornou líder do movimento abolicionista pré-Guerra Civil, no projeto de lei seria uma “honra”, mas projetar notas leva tempo, explicou Yellen, em setembro.

 

10
Dez21

Obras de escritores de língua portuguesa apoiadas para tradução em França

Niel Tomodachi

Obras dos escritores Cecília Ferreira, Miguel Szymanski, José Eduardo Agualusa e Gonçalo M. Tavares vão ser traduzidas e editadas em francês, no âmbito da Temporada França-Portugal 2022, foi hoje anunciado.

Obras de escritores de língua portuguesa apoiadas para tradução em França

De acordo com a Direção-Geral do Livro, Arquivos e Bibliotecas (DGLAB), a linha de apoio à tradução e edição contemplará, com um total de 18.000 euros, quatro editoras francesas, que irão editar aqueles autores.

Pela Agullo Editions sairá 'Ouro, Prata, Silva', do escritor luso-alemão Miguel Szymanski, enquanto a Éditions Métailié publicará 'Os vivos e os outros', do autor angolano José Eduardo Agualusa, e L'Oeil du Prince recebe apoio para editar a dramaturgia 'A acompanhante', de Cecília Ferreira.

De Gonçalo M. Tavares serão publicadas duas obras em francês pela Éditions Viviane Hamy: 'A mulher sem cabeça e o homem do mau olhado' e 'Cinco meninos, cinco ratos'.

Estas cinco obras serão traduzidas e publicadas no mercado francês, por conta de uma linha de apoio especial, criada pela DGLAB e pelo Instituto Camões, no âmbito da Temporada Portugal-França 2022.

O apoio destinava-se a obras de autores portugueses e de autores africanos e timorenses escritas em português, para serem publicadas em francês até ao final de 2022.

A Temporada Portugal-França é uma iniciativa de diplomacia cultural, de aprofundamento de relações entre os dois países e decorrerá entre fevereiro e outubro de 2022.

A iniciativa tem curadoria do encenador Emmanuel Demarcy-Mota, coadjuvado por Manuela Júdice e Victoire Bigedain Di Rosa no comissariado-geral em cada um dos países.

Concebida para aproximar os dois países, através de uma programação vasta, a Temporada Portugal-França contará com cerca de 200 projetos transversais à cultura e à ciência, como explicou a comissária, Manuela Júdice, em entrevista recente à agência Lusa.

 

20
Out21

Escritora Paulina Chiziane venceu o Prémio Camões

Niel Tomodachi

A escritora moçambicana Paulina Chiziane é a vencedora do Prémio Camões 2021, numa escolha feita por unanimidade, anunciou hoje a ministra portuguesa da Cultura, Graça Fonseca.

Escritora Paulina Chiziane venceu o Prémio Camões

No seguimento da reunião do júri da 33.ª edição do Prémio Camões, que decorreu no dia 20 de outubro, a ministra da Cultura anuncia que o Prémio Camões 2021 foi atribuído à escritora moçambicana Paulina Chiziane", lê-se na nota informativa hoje divulgada.

"O júri decidiu por unanimidade atribuir o Prémio à escritora moçambicana Paulina Chiziane, destacando a sua vasta produção e receção crítica, bem como o reconhecimento académico e institucional da sua obra. O júri referiu também a importância que dedica nos seus livros aos problemas da mulher moçambicana e africana. O júri sublinhou o seu trabalho recente de aproximação aos jovens, nomeadamente na construção de pontes entre a literatura e outras artes.

Paulina Chiziane é autora de "Balada de Amor ao Vento" e "Ventos do Apocalipse".

Alguns dos seus livros foram publicados em Portugal e no Brasil, e estão traduzidos em inglês, alemão, italiano, espanhol, francês, sérvio, croata.

 

19
Out21

Jung Chang: "Não acho que a Europa vá ter uma guerra como a Segunda Guerra Mundial. As coisas mais extremas estão a acontecer noutro lado"

Niel Tomodachi

No FOLIO, onde participou este sábado, Jung Chang, autora de "Cisnes Selvagens", disse odiar o Brexit, mas considerou que o nacionalismo mais extremo não está a acontecer na Europa, mas na China.

Jung Chang é autora de livros como "Os Cisnes Selvagens" e "As Irmãs Soong", publicados em Portugal pela Quetzal

Jung Chang “odeia” o Brexit, mas acredita que os problemas entre o Reino Unido e a União Europeia acabarão por ser ultrapassados. Para a escritora chinesa sediada há vários anos em Inglaterra, tudo não passa de uma “discussão entre irmãos”. “

“Gosto de pensar, e espero não estar errada, que é como uma discussão entre irmãos. Os problemas podem ser resolvidos”, disse a autora de Cisnes Selvagens, que esteve este sábado em Óbidos, onde participou numa conversa com Richard Zimler sobre viver no estrangeiro, no âmbito do festival literário FOLIO.

Questionada pela moderadora Ana Daniela Soares sobre o crescimento dos movimentos nacionalistas na Europa, Jung Chang considerou que, no caso do Reino Unido, onde reside desde 1978, não existe nacionalismo no sentido mais extremo do termo. “Vi nacionalismo mais extremo na China”, defendeu. “Estou furiosa com o Brexit, mas não penso que seja a mesma coisa.”

Na opinião da coautora de uma biografia de Mao Tsé-Tung, que assinou em conjunto com o marido, o historiador Jon Halliday, as situações mais “extremas” estão a acontecer noutras zonas do planeta, não na Europa. “Todos os dias leio sobre coisas mais extremas [que se passam na China]. Não acho que a Europa vá ter uma guerra como a Segunda Guerra Mundial. As coisas mais extremas estão a acontecer noutro lado.”

A conversa entre Jung Chang e Richard Zimler aconteceu na Tenda Vila Literária, no centro de Óbidos

Admitindo que ainda se importa “muito” com o que acontece na China, a autora partilhou com a audiência, na Tenda Vila Literária, que a mãe ainda reside no país e que, por causa dos livros que publicou sobre o regime de Mao Tsé-Tung, não a pode visitar. “Tem 90 anos e está internada.”

“Depois da biografia sobre o Maio, o governo [chinês] tentou proibir-me de entrar na China. O governo britânico ajudou e foi-me permitido entrar durante duas semanas por ano para ver a minha mãe. Nos últimos anos, desde que as coisas ficaram muito más, ir à China é muito perigoso para mim. Não me seria permitido entrar”, afirmou, sem, porém, explicar os motivos que a levam a crer que a situação se complicou.

Abordando o tema da Covid-19, a autora revelou que a irmã, que também reside na China, lhe foi comunicando como a situação pandémica se ia desenvolvendo no país. “Dizia-me o que fazer e o que não devia fazer”, contou. Sobre o confinamento, disse que esse a ajudou a perceber quais são as “prioridades”, “o que é importante e o que não é”, e que passou a prestar mais atenção à natureza, ao seu jardim e aos pássaros.

“Redescobri a natureza e a importância da família”, disse. “Passei muito tempo em casa. Acho que para um escritor, não é mau de todo.”

(S)

 

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