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Little Tomodachi (ともだち)

Little Tomodachi (ともだち)

29
Out22

“Estamos inequivocamente a meio de uma emergência climática”, dizem cientistas

Niel Tomodachi

seca, alterações climáticas

De uma reunião de investigadores internacionais resultou o relatório onde se alerta que os sinais vitais da Terra pioraram a ponto de “a humanidade enfrentar inequivocamente uma emergência climática”. O relatório, “Aviso dos cientistas mundiais de uma emergência climática 2022”, publicado na revista BioScience, observa que 16 dos 35 sinais vitais planetários que os autores usam para identificar as mudanças climáticas estão em valores recordes.

Os dados apresentados no referido relatório ilustram a crescente frequência de eventos extremos de calor, aumentando a perda global de cobertura florestal devido ao fogo e uma maior prevalência do vírus da dengue transmitido por mosquitos.

Os mesmos especialistas apontam para o excessivo aumento do consumo de energia de combustíveis fósseis após as paralisações da pandemia da covid-19 (apesar do aumento dos compromissos de desinvestimento de combustíveis fósseis).

16 dos 35 sinais vitais planetários que os autores usam para rastrear as mudanças climáticas estão em valores recordes

“Como podemos ver pelos aumentos anuais das catástrofes climáticas, estamos agora no meio de uma grande crise climática. E prevê-se que esta crise piore se continuarmos a fazer as coisas da maneira que as temos feito”, disse o principal autor Christopher Wolf, da Universidade Estadual de Oregon. “Imploramos aos nossos colegas cientistas que se juntem a nós na defesa de abordagens baseadas em pesquisa para a tomada de decisões climáticas e ambientais”.

 

“A mudança climática não é um problema isolado”

“A mudança climática não é um problema isolado”, disse Saleemul Huq, da Universidade Independente de Bangladesh. “É parte de um problema sistémico mais amplo de superação ecológica, onde a procura humana excede a capacidade regenerativa da biosfera. Para evitar mais sofrimento humano incalculável, temos de proteger a natureza; eliminar a maioria das emissões de combustíveis fósseis e apoiar adaptações climáticas socialmente justas, com foco em áreas mais vulneráveis”.

O relatório observa que, nas últimas três décadas, as emissões globais de gases de efeito estufa aumentaram 40%. Neste período de 30 anos, mais de 1.700 cientistas assinaram o documento “Aviso dos Cientistas Mundiais à Humanidade”, de 1992.

“À medida que as temperaturas da Terra aumentam, a frequência ou magnitude de alguns tipos de desastres climáticos podem aumentar”. Quem faz o alerta é Thomas Newsome, da Universidade de Sydney.

 

30
Ago22

Degelo na Gronelândia elevará nível do mar em 27 centímetros, o dobro do previsto

Niel Tomodachi

A camada de gelo da Gronelândia, que está a derreter rapidamente, irá acabar por elevar o nível global do mar em pelo menos 27 centímetros, mais do dobro do que anteriormente previsto, segundo um estudo publicado esta segunda-feira.

27 centímetros são mais do que o dobro do aumento do nível do mar que os cientistas esperavam com o degelo

Este efeito pode ser causado pelo chamado "gelo zombie", ou "gelo condenado", que, embora ainda preso a áreas mais espessas de gelo, já não é "reabastecido" por glaciares próximos que agora recebem menos neve.

Sem este "reabastecimento", o "gelo condenado" está a derreter com as alterações climáticas e inevitavelmente irá elevar o nível do mar, salientou William Colgan, especialista do Serviço Geológico da Dinamarca e da Gronelândia e coautor do estudo.

"É gelo morto. Vai derreter e desaparecer da camada de gelo. Este gelo será enviado para o oceano, independentemente do cenário climático que adotemos agora", realçou Colgan em conferência de imprensa.

O autor principal do estudo, Jason Box, especialista em glaciares da Gronelândia, alertou que a situação é estar "com um pé para a cova".

Os inevitáveis 27 centímetros apontados pelo estudo são mais do que o dobro do aumento do nível do mar que os cientistas esperavam com o degelo na Gronelândia.

A investigação, publicada na revista Nature Climate Change, aponta que pode chegar a 78 centímetros.

Por outro lado, o relatório do Painel Intergovernamental para as Alterações Climáticas (IPCC) do ano passado projetou um alcance de 06 a 13 centímetros para o provável aumento do nível do mar, pelo derretimento do gelo da Groenlândia, até o ano 2100.

Neste trabalho, os cientistas olharam para o gelo em risco. Em perfeito equilíbrio, a queda de neve nas montanhas da Gronelândia desce, recarrega e engrossa as laterais dos glaciares, equilibrando o que está a derreter.

Mas, nas últimas décadas, há menos "reabastecimento" e mais degelo, o que cria um desequilíbrio.

Os autores do trabalho analisaram a proporção do que está a ser adicionado ao que está a ser perdido e calcularam que 3,3% do volume total de gelo da Gronelândia irá derreter, sem que importe o que aconteça no mundo com a redução da poluição por carbono, salientou Colgan.

Mais de 120 triliões de toneladas de gelo já estão fadadas a derreterem, devido à incapacidade do manto de gelo reabastecer as laterais.

"Esta é uma perda muito grande e terá um efeito prejudicial nas costas de todo o mundo", destacou David Holland, da NYU, que regressou recentemente da Gronelândia, mas não faz parte da investigação.

Esta é a primeira vez que os cientistas calculam uma perda mínima de gelo - e o aumento do nível de mar que causa - para a Gronelândia, uma das duas enormes camadas de gelo do planeta.

As duas estão a diminuir lentamente devido às alterações climáticas decorrentes da queima de carvão, petróleo e gás natural.

O 'timing' é uma questão sem resposta no estudo. Os investigadores frisaram que não podem estimar o momento do degelo do 'gelo condenado', mas apontaram que será "dentro deste século", embora não o assumam concretamente.

 

18
Mai21

Gronelândia mais escura e mais quente devido à falta de tempestades

Niel Tomodachi

A Gronelândia está a ficar mais escura devido à falta de tempestades que trazem a neve fresca e, com menos branco, reflete menos a luz solar, o que acelera o seu aquecimento, de acordo com um estudo publicado segunda-feira.

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A superfície da calota de gelo da Gronelândia aqueceu pelo menos 2,7°C desde 1982, causando um derretimento muito rápido do gelo, lê-se na introdução do estudo, publicado em Cartas de Investigação Geofísica.

Durante várias décadas, as observações de satélite mostraram que a proporção de luz refletida pela neve (albedo) diminuiu. Mais escura, a Gronelândia está também a ficar mais quente.

O motivo deste escurecimento permanece um mistério, tendo os investigadores equacionado se a sua causa será a presença de partículas absorventes de luz na neve (como fuligem da combustão de combustíveis fósseis) ou outra razão.

Em busca da resposta, investigadores da Universidade de Darmouth viajaram centenas de quilómetros na Gronelândia para realizar duas campanhas de amostragem e um inquérito, nos verões de 2016 e 2017.

O tamanho dos flocos no chão, que refletem a luz, e as impurezas na neve foram medidas em dezenas de locais.

Os cientistas concluíram que a poluição não pode ser considerada responsável: "Esta é uma das neves mais limpas do mundo", afirmou Gabriel Lewis, um dos principais autores do estudo, citado numa declaração.

Segundo os investigadores, o responsável é o reforço de um fenómeno climático, chamado bloqueio atmosférico, que pode estagnar até várias semanas acima de certas regiões da Gronelândia e que reduziu o número de tempestades de neve, que são essenciais.

"Quando (a neve) cai e permanece à superfície, ao sol, muda de forma e os flocos crescem", explicou Gabriel Lewis.

"Em poucas horas, e depois em poucos dias, obtém-se esta queda na refletividade e é por isso que a neve fresca é tão importante", acrescentou Erich Osterberg, professor associado em Dartmouth e investigador principal do estudo.

O mesmo fenómeno climático também provoca a permanência de ar mais quente sobre estas regiões, bem como uma redução da cobertura de nuvens.

Com menos radiação solar filtrada, a transformação dos flocos de neve no solo é ainda mais acelerada.

"É como um triplo golpe", avançou Erich Osterberg, afirmando: "Tudo isto contribui para que a Gronelândia derreta cada vez mais depressa".

 

06
Mar21

Há uma nova mobilização pelo clima convocada para março

Niel Tomodachi

Estudantes apelam à participação nas ações online e presenciais que estão marcadas para todo o País.

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A Greve Climática Estudantil convocou nova Mobilização pelo Clima para 19 de março, uma sexta-feira. Esta ação está inserida no movimento internacional Fridays For Future, que pretende consciencializar para as questões climáticas.

“Face a todas as promessas vazias, de líderes e instituições, precisamos de um plano real, construído pelo movimento por justiça climática, por todas as pessoas, para todas as pessoas”, justificam os estudantes em comunicado.

No mesmo documento, a Greve Climática Estudantil explica que este é o ano para “começar e recuperar”, explicando que este é o momento para agir, depois de um ano marcado pela crise pandémica.

Um dos pontos que os estudantes querem ver resolvido é que a sociedade tenha em conta “tanto os e as empregadas nos setores poluentes, como as pessoas que foram mais abaladas pela crise pandémica”. O objetivo principal será que a vida seja posta no centro de todas as decisões, dizem.

“Reivindicamos a criação de milhares de empregos para o clima nos setores-chave que reduzam as emissões e o encerramento das infraestruturas mais poluentes, garantindo a proteção e requalificação dos trabalhos. A solução da crise climática também exige a criação de um plano habitacional; a criação de um plano nacional florestal e agrícola, fundamentado na agroecologia e na permacultura; o incentivo a projetos benéficos às zonas rurais e que proceda à adequação das áreas florestais às condições climáticas atuais e futuras; a integração do estudo das alterações climáticas e da ecologia nos currículos escolares, entre outras”, aponta ainda o comunicado.

O motivo para a escolha de 19 de março para agendar os protestos não é aleatório: “Não nos podemos dar ao luxo de esperar mais, quando no dia 19 de março de 2021 teremos seis anos e 287 dias até que seja impossível ultrapassar os 1.5ºC de aquecimento em relação a níveis pré-industriais”.

Até agora, são 18 as localidade que confirmaram a participação nestas manifestações — Alcácer do Sal, Algarve, Aveiro, Bragança, Caldas da Rainha, Coimbra, Entroncamento, Évora, Guimarães, Lamego, Lisboa, Mafra, Montijo, Odemira, Pico, Porto, Setúbal e Viseu.

Em todas as localidades haverá protestos online, mas algumas terão ainda encontros presenciais marcados. Em Lisboa será às 16h30 na Praça José Fontana e às 17h30 no Martim Moniz, em Mafra será às 17 horas no Palácio de Mafra, em Aveiro será no Parque do Rossio e no Parque da Fonte Nova às 17 horas, e no Algarve está marcado para as 16h30 no Mercado Municipal de Faro.

“Convocamos todos e todas para exigir respostas reais ao grande desafio dos nossos tempos, tomando as devidas medidas de higiene que assegurem a segurança de todos os participantes, no caso de ações presenciais”, frisa ainda a Greve Climática Estudantil.

 

05
Jan21

Amazónia deverá ser uma região seca e árida a partir de 2064

Niel Tomodachi

Gramíneas e arbustos inflamáveis numa planície inóspita, pode ser o futuro dos "pulmões do planeta".

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Aquecimento global, secas, desmatamento, incêndios: estes fenómenos são uma constante em todo o mundo, cada vez mais regulares na Amazónia e poderão, combinados, ditar a morte da maior floresta tropical do planeta muito mais cedo do que se pensava. Um cientista norte-americano aponta mesmo uma data específica: 2064.

Segundo um novo estudo de Robert Walker, professor de geografia da Universidade da Florida, citado pelo “Daily Mail“, a floresta amazónica da América do Sul será dizimada no final deste século devido ao desmatamento e às secas prolongadas. A Amazónia estará, alerta, a poucas décadas de um ponto de inflexão, sendo que sem intervenções urgentes poderá passar, em breve, de floresta densa, húmida, tropical, para uma savana tropical aberta, cheia de arbustos.

Robert Walker lembra que, além de ser um dos grandes “pulmões” da Terra, com a maior diversidade do planeta e de ajudar a regular a poluição, o oxigénio ou a biodiversidade mundiais, a Amazónia é de uma importância extrema para manter a água doce de milhões de cidadãos locais. Esta região é responsável por ciclos regulares de forte precipitação que são a sua maior fonte de água. Porém, todo este equilíbrio está em risco. 

O geologista explica que, se tudo continuar como está, o prolongamento das estações secas em breve não permitirá mais às copas da floresta os cinco anos necessários entre as estações secas para se recuperar dos incêndios, permitindo que gramíneas e arbustos inflamáveis invadam grandes partes da área. E estima que 2064 seja então o ponto de inflexão, onde as secas extremas se tornam frequentes ao ponto de ser impossível regenerar o dossel (zona de habitat formada pelas copas de árvores) completamente, o que despoletará o fim da floresta como a conhecemos. 

No artigo inicialmente publicado pela revista “Environment“, o norte-americano lembra que as maiores preocupações atuais envolvem a intensificação da mortalidade de árvores com base na seca, incêndios, desmatamento e exploração madeireira. Um grande fator de desmatamento são as ignições deliberadas da copa da floresta tropical para abrir espaço para plantações agrícolas: milhares de metros quadrados destruídos nos últimos anos. O cientista adianta ainda que a dependência da população local da Amazónia como fonte de água significa que “a magnitude da catástrofe será pior do que se imaginava” em 44 ​​anos.

O estudo lembra que, no início deste milénio, houve políticas ambientais no Brasil que conseguiram reduzir a taxa de desmatamento na Bacia Amazônica, mas os números voltaram a subir em anos recentes. A dado ponto, alerta no entanto a responsabilidade de vários governos e que tudo está a acontecer como consequência de distúrbios causados ​​pelo Homem, “pelos quais todos somos responsáveis'”.

14
Out20

O Ártico está a evaporar-se, a perder-se

Niel Tomodachi

"Vimos como a calote polar morre durante o verão..." É o balanço mínimo, curto mas cruel, da expedição Mosaic, que explorou o Ártico ao longo de 389 dias a bordo do Polarstern, um quebra-gelo alemão que assistiu ao inesperado: a falta dele, do gelo.

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A missão chegou agora a porto seguro e tem meses pela frente para analisar dados, mas o balanço é incontornável. "Se as alterações climáticas continuarem como estão, em algumas décadas teremos um Ártico sem gelo no verão".

Era o líder da expedição Internacional Multidisciplinary drifting Observatory for the Study of Arctic Climate, Markus Rex, quem desabafava, ainda inundado pelas visões que teve, de uma calote "derretida, fina, a desfazer-se", o Ártico feito em lagos "a perder de vista".

Porque "o inverno ártico está dez graus mais quente do que há 25 anos". Agora é Antje Boetius quem fala, ao diário espanhol "El País", ao qual relata o que ouviu dos investigadores. Dirige o instituto alemão Alfred-Wegener, coordenador da expedição que constatou que a placa de gelo polar tem metade da espessura de há 40 anos.

"Os cientistas foram testemunhas das mudanças no Ártico durante o inverno, quando quase ninguém tem acesso ao Pólo Norte e onde o oceano não tem estações meteorológicas, e puderam fazer observações assombrosas". Os dois graus impostos pela comunidade internacional como limite para o aquecimento global são, no Ártico, uma sombra da realidade. Porque ali tudo parece ir mais depressa. A paisagem ameaça "perder-se para sempre". "O que viram foi um novo Ártico, diferente daquele que conhecíamos" e tornou-se até perigoso para a navegação.

Centenas de cientistas

Pelo navio à deriva com o gelo passaram, por turnos, 442 investigadores de 20 países. Puderam assistir ao ciclo completo do degelo, passaram meses a fio no breu e recolheram 150 terabites de dados sobre o oceano, a atmosfera, a calote e o ecossistema, para analisar nos próximos meses. Ou anos. Objetivo: estabelecer modelos climáticos, para antecipar fenómenos extremos. Para começar, a tripulação observou a formação do maior buraco de ozono na região. Resta tentar explicar porquê.

A expedição partiu de Tromso, na Noruega, em 20 de setembro de 2019. Muita noite e 60 ursos polares depois, atracaram anteontem em Bremerhaven, na Alemanha. O regozijo foi mitigado.

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