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Little Tomodachi (ともだち)

Little Tomodachi (ともだち)

15
Mar23

Novo tratamento contra o cancro da mama apresenta “resultados promissores”

Niel Tomodachi

Os cientistas desenvolveram um método de eliminar metástases baseado na estimulação da resposta do sistema imunitário.

O cancro da mama é a patologia oncológica mais comum entre as mulheres portuguesas. Segundo os dados do Serviço Nacional de Saúde (SNS), são detetados sete mil novos casos todos os anos. A investigação científica tem produzido cada vez mais conhecimento sobre a doença e novas abordagens terapêuticas — a mais recente está a ser considerada “muito promissora” nos casos em que o cancro se espalha pelo resto do corpo.

Quando detetada numa fase inicial, a taxa de sucesso dos tratamentos desta patologia é elevada. Porém, se já se existirem metástases que afetem outros órgãos os casos são ainda mais graves, porque não existe, ainda, cura. A mais recente terapêutica desenvolvida para o cancro da mama metastático passa por combinar dois procedimentos para provocar um ataque organizado e em força do sistema imunitário, refere o jornal “Público”. Esta nova abordagem já está a ser testada e os resultados em ratos mostram a eliminação das células cancerígenas que, entretanto, se tinham disseminado nos ossos.

A investigação divulgada a 8 de março na revista “Cancer Discovery”, explica que durante a fragilização imunitária é possível diminuir a dimensão do tumor, que, ainda assim, não é eliminado na totalidade. Na segunda fase, a molécula inibidora p38MAKP (que tem a função de enfraquecer o tumor) torna-o mais vulnerável e visível — e são ativados os linfócitos T, para que se consiga descobrir e destruir as células com cancro. Os linfócitos T são células do sistema imunitário que respondem a vírus ou células cancerígenas.

Ao fim de 80 dias de tratamento, os ratos continuaram vivos e sem reincidência de cancro. Já no grupo dos animais que só receberam um dos dois tratamentos, 60 dias depois, metade já tinha morrido.

A memória do sistema imunitário é outro aspeto realçado nas conclusões pelos cientistas da Universidade de Washington, autores do estudo.  Numa investigação posterior os especialistas comprovaram que as células do sistema imunitário se recordam do tumor combatido e, em caso de reincidência, voltam a atacá-lo.

Os tratamentos atualmente disponíveis para o cancro da mama metastizado são muito menos eficazes, por isso, esta nova investigação com resultados promissores traz uma nova esperança para uma possível cura da doença.

 

01
Mar23

Cancro. Investigadores querem ajudar sobreviventes a melhorar capacidades cognitivas

Niel Tomodachi

Entre as falhas cognitivas mais comuns reportadas pelos sobreviventes do cancro estão o esquecimento de nomes ou datas, dificuldades de concentração e dificuldades em fazer mais do que uma tarefa ao mesmo tempo

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Investigadores do Centro de Investigação em Tecnologias e Serviços de Saúde (CINTESIS) estão a recrutar sobreviventes de cancro para identificar as necessidades e as barreiras relacionadas com a reabilitação cognitiva e, consequentemente, ajudarem-nos a melhorar essas capacidades.

Em comunicado, o centro esclarece que os investigadores estão a recrutar os sobreviventes de cancro “com o objetivo de identificar as necessidades, os elementos facilitadores e as barreiras relativas à participação em programas de reabilitação cognitiva”.

Citada no documento, a investigadora Ana Filipa Oliveira, do CINTESIS/Universidade de Aveiro, esclarece que um estudo recente realizado em Portugal “verificou que mais de 8% de sobreviventes de cancro (da mama) parece apresentar queixas cognitivas decorrentes do diagnóstico de cancro e dos seus tratamentos”.

Entre as queixas mais comuns incluem-se o esquecimento de nomes ou datas, dificuldades de concentração e dificuldades em fazer mais do que uma tarefa ao mesmo tempo.

“Estas alterações perturbam, muitas vezes, o funcionamento social, familiar e laboral dos sobreviventes, afetando negativamente a sua qualidade de vida”, destaca o CINTESIS.

Ana Filipa Oliveira salienta que o estudo se reveste de “grande importância” para dar informação crucial sobre as necessidades específicas de intervenção a nível cognitivo que a população oncológica apresenta.

Na investigação desenvolvida pelo CINTESIS/Universidade de Aveiro podem participar homens e mulheres, residentes em Portugal, com idades entre os 18 e 65 anos, que tenham sido diagnosticados com qualquer tipo de cancro (exceto tumor cerebral) e que apresentam dificuldades cognitivas relacionadas com a doença ou tratamentos.

A informação recolhida junto dos participantes, através de um conjunto de questionários ‘online’, permitirá criar uma plataforma ‘online’ onde ficará disponível “um programa de reabilitação cognitiva específico para melhorar as capacidades dos sobreviventes de doença oncológica”.

Financiado pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT), o estudo integra investigadores do CINTESIS@RISE/Universidade de Aveiro e do William James Center for Research, resultado de uma colaboração internacional com a Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos da América.

O Núcleo Regional do Centro da Liga Portuguesa Contra o Cancro e a Academia Portuguesa de Psico-Oncologia são também parceiros desta investigação.

 

15
Fev23

Lançado guia informativo para ajudar jovens com cancro

Niel Tomodachi

O que é o cancro e como pode ser tratado? Como gerir sintomas? Quais os cuidados a ter durante o tratamento? Estas são algumas das perguntas a que tenta responder o novo guia informativo dirigido a adolescentes e lançado esta quarta-feira, Dia Internacional da Criança com Cancro, pela Fundação Rui Osório de Castro.

Em Portugal surgem, anualmente, cerca de 400 novos casos de cancro pediátrico

"Este guia foi criado para te ajudar a focar na informação de que mais precisas neste momento, logo após o teu diagnóstico", pode ler-se na introdução, dirigida a todos os adolescentes portadores da doença.

Segundo a fundação, o Guia "Diagnóstico de um cancro para jovens e adolescentes" conta com uma linguagem e temas relevantes para esta faixa etária, e será entregue no momento do diagnóstico.

Em relação à gestão de sintomas, são enumerados alguns como hemorragias, dores, queda de cabelo e fertilidade, sendo dadas dicas aos jovens acerca de como podem lidar com os mesmos.

Além disso, são disponibilizados conselhos para ajudar os adolescentes a prevenir infeções. "É importante relembrar que quer na escola, quer no trabalho, quer na comunidade, deves manter a distância de pessoas que têm uma erupção cutânea, tosse ou espirros, pingo no nariz, vómitos ou diarreia.", explicam os autores.

A publicação dá ainda algumas recomendações de cuidados a ter durante o tratamento, nomeadamente no que diz respeito à atividade física, à intimidade sexual, ao uso de substâncias e à nutrição, entre outros.

"O Guia vai ser distribuído nos três Centros de Referência na área de Oncologia Pediátrica existentes em Portugal: Instituto Português de Oncologia Francisco Gentil de Lisboa, Hospital Pediátrico de Coimbra e Instituto Português de Oncologia Francisco Gentil do Porto", revela a fundação, em comunicado. Além disso, acrescentam, está disponível online para consulta na sua versão digital.

Segundo a fundação, em Portugal surgem, anualmente, cerca de 400 novos casos de cancro pediátrico. "Todos os anos, cerca de 400 famílias são confrontadas com uma realidade para a qual não foram preparadas, pelo que necessitam de grande apoio, quer a nível emocional como informacional", defende a entidade.

 

05
Dez22

Casos de cancro em Portugal aumentaram quase 20% numa década

Niel Tomodachi

Os homens continuam a ser os mais afetados por tumores malignos. A idade mais crítica é entre os 60 e os 74 anos.

Nos últimos dois anos, a pandemia colocou o mundo inteiro concentrado numa nova emergência, mas outras doenças, apesar de terem ficado para segundo plano, continuam a existir. É o caso do cancro, que tem sido diagnosticado cada vez mais nos últimos dez anos.

Entre 2010 e 2019, os diagnósticos de cancro dispararam quase 20 por cento (19,3 por cento), de acordo com os dados do Registo Oncológico Nacional (RON), apresentados neste domingo, 4 de dezembro, pelo “Jornal de Notícias”. Só em 2019, foram diagnosticados mais de 57 mil novos casos de cancro, tendo sido registadas 28,464 mortes com esta doença.

Segundo o relatório do RON, por cada 100 mil pessoas (em 2019), existem 561,1 casos. Os homens continuam a ser mais afetados do que as mulheres por tumores malignos, mas o risco de cancro aumentou de forma global para ambos os géneros, sendo que a idade mais crítica é entre os 60 e os 74 anos.

O cancro da mama continua a ser o mais frequente em mulheres: em 2019, foram diagnosticados 8482 novos casos. De acordo com Maria José Bento, diretora do serviço de epidemiologia do IPO do Porto, “um em cada três cancros da mulher são da mama”.

No caso dos tumores do pulmão, é mais frequente nos homens, embora comecem a surgir sinais de alerta para as mulheres, uma vez que as taxas de incidência estão a aumentar no sexo feminino. Em causa está o aumento do tabagismo.

 

28
Jun22

Este é o número de cancros na Europa ligados à poluição

Niel Tomodachi

Os fatores de maior risco são, segundo a Agência Europeia do Ambiente, a poluição do ar, o tabagismo passivo, os raios ultravioletas, o amianto, a alguns produtos químicos e a outros poluentes

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Cerca de 10 por cento dos cancros na Europa estão ligados à poluição, nas suas diversas formas, e eram evitáveis na maioria dos casos, informou na segunda-feira, 27 de junho, a Agência Europeia do Ambiente (AEA).

“A exposição à poluição do ar, ao tabagismo passivo, aos raios ultravioletas, ao amianto, a alguns produtos químicos e a outros poluentes estão na origem de mais de 10% dos casos de cancro na Europa”, especificou a organização, em comunicado.

Este número pode contudo diminuir de forma drástica se as políticas existentes forem objeto de uma atualização rigorosa, nomeadamente na luta contra a poluição, segundo a organização.

“Todos os riscos cancerígenos ambientais e profissionais podem ser reduzidos”, afirmou Gerardo Sanchez, um perito da AEA, sobre o documento, o primeiro da agência sobre a relação entre cancro e ambiente.
“Os cancros determinados pelo ambiente e devidos a radiações ou a carcinogéneos químicos podem ser reduzidos a um nível quase negligenciável”, declarou, durante um encontro com a imprensa.

Segundo os dados da AEA, a poluição do ar é responsável por um por cento dos casos e dois por cento das mortes, percentagem que sobe para nove por cento no caso dos cancros do pulmão. Estudos recentes também detetaram “uma correlação entre a exposição a longo prazo às partículas, um poluente atmosférico importante, e a leucemia entre os adultos e as crianças”, realçou a agência.

O radão, um gás radioativo natural suscetível de ser inalado, nomeadamente em habitações pouco arejadas, é considerado responsável por dois por cento dos casos de cancro no Velho Continente.
Segundo a Agência, os ultravioletas – de origem principalmente solar, mas também artificial – são responsáveis por cerca de quatro por cento de todos os casos de cancro, em particular do melanoma, uma forma grave de cancro da pele que aumentou fortemente na Europa nas últimas décadas.

Algumas substâncias químicas utilizadas nos locais de trabalho e libertadas no ambiente são também cancerígenos. Chumbo, arsénico, crómio, pesticidas, bisfenol A e as substâncias perfluoroalquílicas (PFAS, na sigla em Inglês), usadas entre outras aplicações na alimentação, estão entre as mais perigosas para a saúde dos europeus, tal como o amianto, interdito na União Europeia (UE) desde 205, mas ainda presente em diversos edifícios.

Na UE, todos os anos 2,7 milhões de pessoas são diagnosticadas com um cancro, das 1,3 milhões morrem. A Europa, que representa cerca de 10% da população mundial, tem 23% dos novos casos e 20% das mortes.

 

21
Jun22

Investigadores lançam plataforma para tutores de animais com cancro

Niel Tomodachi

O objetivo é criar uma comunidade que estude e partilhe informação sobre a oncologia veterinária em todos os aspetos.

Investigadores do Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto (ISPUP) lançaram uma plataforma online, a Pet-OncoNet, destinada a proprietários de animais de companhia com cancro com o objetivo de facultar informação “credível, rigorosa e útil” e caracterizar fatores de risco associados ao desenvolvimento da doença.

A plataforma surge da lógica One Health (uma abordagem que exige os esforços colaborativos de várias disciplinas trabalhando local, nacional e globalmente, para alcançar a saúde ideal para pessoas, animais e  meio ambiente) e da necessidade de preencher “uma lacuna de conhecimento nesta área”, explicou Kátia Pinello, investigadora do ISPUP e professora no Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar (ICBAS), à agência Lusa.

“Sentimos que os tutores se sentem perdidos ao lidar com o diagnóstico de cancro nos companheiros de quatro patas”, afirmou a investigadora, que é uma das coordenadoras do projeto.

A Pet-OncoNet apresenta informação sobre os conceitos básicos do cancro, os tipos de tumores, as raças de cães com maior predisposição para o desenvolvimento de tumores, formas de detetar precocemente o cancro no animal de estimação, informação sobre os ensaios clínicos que estão a decorrer em vários países, e o apoio ao fim de vida.

“O nosso objetivo é criar uma comunidade que estude e partilhe informação sobre a oncologia veterinária em todos os aspetos”, sublinhou a investigadora à Lusa.

No website encontramos também um questionário epidemiológico que a equipa de investigadores convida a que seja preenchido pelos tutores. “A Vet-OncoNet também precisa da vossa participação, partilhando informação sobre os hábitos do seu animal de companhia. Só com a vossa participação é que conseguiremos dar resposta às questões sobre o cancro nos animais de companhia. Participem”, desafia.

Nesse questionário são feitas perguntas sobre o nosso animal, já que é importante saber a espécie, raça, sexo, idade e até mesmo personalidade do nosso melhor amigo. Há também perguntas sobre os seus hábitos alimentares, a zona onde vivem e com quem convivem, sem esquecer a referência a outros problemas de saúde que possam ter.

Os investigadores querem também criar um “grupo de apoio psicológico” para ajudar os tutores a lidarem com o luto animal, questão que “ainda não é muito bem aceite”, afirmou Kátia Pinello à Lusa. “O luto animal tem implicações ao nível da saúde pública” e “é importante saber enfrentar o luto animal”.

Para poderem dar seguimento ao projeto, os investigadores necessitam de ajuda financeira, estando por isso prevista a abertura de uma campanha de crowdfunding no website Pet-OncoNet.

A plataforma, desenvolvida em parceria com a Oncowaf — que é financiada pelo Fundo Belga para Cancro em Animais (BKFD) —, é uma das interfaces da rede Vet-OncoNet, lançada em dezembro de 2019 com o objetivo de reunir informação sobre neoplasias presentes em animais de companhia e criar um registo oncológico animal a nível nacional.

 

21
Mar22

Torre dos Clérigos iluminada de azul em nome da luta contra o cancro

Niel Tomodachi

Torre iluminada de azul

A Torre dos Clérigos, no Porto, e o Cristo Rei, em Almada, foram nesta segunda-feira iluminados de azul em nome da luta contra o cancro do intestino, principal causa de morte por cancro em Portugal.

A iniciativa é da Sociedade Portuguesa de Gastrenterologia no âmbito da campanha "Seja Pontual, principalmente com a sua Saúde", que decorre este mês, e que apela à pontualidade dos portugueses para a prevenção, através da deteção precoce por colonoscopia, a partir dos 45 anos.

Diariamente morrem, em média, 11 portugueses por cancro colorretal, sendo a sobrevivência global aos cinco anos de 50%. Se o diagnóstico for realizado atempadamente, a sobrevivência ultrapassa os 90%, segundo a Sociedade Portuguesa de Gastrenterologia.

 

17
Mar22

Carta aberta de uma sobrevivente de cancro para Bruno Nogueira

Niel Tomodachi

O tema é o programa “Tabu”, que teve um episódio sobre doenças terminais. “Quem me dera ter visto este programa no meu tempo.”

Chamo-me Marine e não fazes ideia disto mas foste o meu crush na adolescência (depois percebi que eras demasiado alto e a minha onda é mais homens amorosamente pequenos) e um dos meus ídolos do humor. Também não sabes isto mas há muitos anos que anseio por um programa como o teu. Cancro com Humor — este é o nome do projeto que criei há quase 10 anos e que, durante muito tempo, foi quase proibido pronunciar.

Apaixonada pelo humor desde miúda só percebi que era um caso sério de amor para a vida toda quando, aos 13 anos, fui diagnosticada com cancro. Ali, no diagnóstico, tive a certeza de que não ultrapassaria isto sem ele. A cada piada enfiada num momento constrangedor, tanto por mim como pela minha família, as coisas tornavam-se melhores e o cancro incrivelmente perdia poder. Acredito que o programa “Tabu” provou isso mesmo — o humor dignifica.

Quem me dera ter visto este programa no meu tempo. Mas na altura o que eu via na televisão era os “Morangos com Açúcar”. E isso marcou-me profundamente. Nem imaginas como. Quero dizer-te que, hoje, ao ver-te ali com toda a coragem a falar em cancro com humor senti que estamos no melhor caminho. E que não estou sozinha num projeto que às vezes me é tão difícil. Sem saberes, alimentaste o projeto da minha vida e deste voz a um tema que ainda é falado a sussurrar. E não tenho como te agradecer por isso.

Ter cancro é demasiado difícil para não se tentar viver com leveza. Criei o Cancro com Humor com 22 anos, na esperança de ajudar mas também de exorcizar alguns demónios. É incrível o poder da partilha. Comecei com um blogue, palestras, depois com livros e centenas de ações de sensibilidade e tenho feito da minha missão desmistificar o cancro com risos. Tenho tantos sonhos e, em todos, defendo que é possível fazer Cancro com Humor. Hoje, vi que não foi uma neura que me deu. É possível, sim. Aconteceu na SIC em horário nobre.

Humanizar a saúde, tirar peso à doença e dar dignidade à pessoa diagnosticada foi o que fizeste. Obrigada. Sabes, tem graça: ainda tenho a gravação do teu primeiro “Levanta-te e Ri”. Não fazia ideia de que a minha admiração por ti iria ascender ao facto de me ajudares, sem saberes, a tornar esta missão mais fácil. Caraças, Bruno, fizeste Cancro com Humor. E foi tudo o que sempre quis.

É no cumprimento desta missão, tornar mais fácil a vida de quem é diagnosticado com uma doença grave, que escrevi o meu novo livro “Manual para Descomplicar o Cancro”. Porque finalmente começamos a perceber que descomplicar não é ser leviano e muito menos desinteressado. Porque, sabes, é tão mais fácil se estivermos todos juntos nisto.

Texto escrito por Marine Antunes

Marine Antunes celebra 32 anos em 2022.
 
 
04
Fev22

Cancro: Grande impacto nas mortes vai sentir-se até 2027, estima Liga Portuguesa

Niel Tomodachi

"Houve menos 18% de mulheres com mamografia realizadas e menos 13% de mulheres sem registo de colpocitologia atualizada", diz a entidade, que traça futuro negro para as vítimas da doença. LPCC lembra que há doentes a aguardar há mais de dois anos por um atestado de incapacidade para acederem aos benefícios

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A Liga Portuguesa Contra o Cancro (LPCC) estima que o cancro tenha tirado a vida a mais de 30 mil e 100 pessoas em Portugal em 2020. Um valor que, crê a entidadde, “tenderá a crescer nos próximos anos face aos atrasos do diagnóstico e tratamento, sendo que o grande impacto nas mortes por cancro deverá sentir-se dentro de um a cinco anos”.

Movimento Saúde em Dia, “houve menos 18% de mulheres com mamografia realizada, menos 13% de mulheres sem registo de colpocitologia atualizada e menos 5% de utentes com rastreio do cancro do colon e reto efetuado”.

E alerta: “Nos casos em que não havia um diagnóstico precoce organizado e que constituem cancros mais agressivos – exemplos do cancro do pulmão, intestino e fígado – verificaram-se mais diagnósticos tardios.”

LPCC pede e evoca urgência “numa reorganização do sistema nacional de saúde em defesa do doente e uma maior aposta em programas de prevenção, deteção precoce e tratamento do cancro em Portugal”. “Sobretudo, é importante uma reorganização dos Cuidados de Saúde Primários focada nos diagnósticos e na referenciação do doente com cancro”, afirma.

 

Pandemia e mamografias

 

Por outro lado, as restrições resultantes da pandemia por covid-19 obrigaram a LPCC a suspender o programa de rastreio de cancro da mama durante seis meses em 2020/2021.

Em 2019, foram efetuadas 339.164 mamografias nas unidades móveis e fixas. Este número teve uma descida abrupta, em 2020, no qual foram realizadas apenas 170 mil mamografias. Porém, em 2021 já foi possível uma normalização do número de mulheres rastreadas, alcançando um total 353.062 mil mamografias efetuadas.

A Liga Portuguesa Contra o Cancro aponta também que o tempo de espera pela emissão de atestados de incapacidade multiuso ao doente oncológico aumentou durante a pandemia e que há doentes a aguardar há mais de dois anos por um documento essencial para acederem aos benefícios, nomeadamente fiscais. A LPCC defende que a situação piorou devido à suspensão de juntas médicas, sendo que o maior problema está nos doentes diagnosticados durante a pandemia.

De acordo com dados do Globocan, o cancro é a 2ª causa de morte mais frequente em Portugal, com 60 467 mil novos casos em 2020. O cancro colorretal é o mais frequente em Portugal, com 10.501 novos casos. De seguida surgem o cancro da mama (7.041), próstata (6 759) e pulmão (5 415). Os números mais recentes da incidência são de 2020.

 

04
Fev22

Dia Mundial da Luta Contra o Cancro 2022

Niel Tomodachi
Núcleo Regional do Norte apela à importância da igualdade no acesso aos cuidados de saúde.
 
Dia Mundial do Cancro 2022
No dia 4 de Fevereiro, Dia Mundial do Cancro, a Liga Portuguesa Contra o Cancro – Núcleo Regional do Norte apela à importância da igualdade no acesso aos cuidados de saúde.
"Por cuidados mais justos" é o tema da nova campanha de três anos para o Dia Mundial do Cancro, um dos mais importantes dias de consciencialização da saúde no ano liderado pela União Internacional para o Controle do Cancro (UICC), que tem como foco a promoção da equidade na prestação de cuidados de saúde para todas as populações.
 
A campanha expõe os maiores problemas no acesso igualitário à saúde que se prende muitas vezes com fatores socioeconómicos que impedem muitas pessoas de ter acesso à prevenção, diagnóstico, tratamento e cuidados que salvam vidas. Essas barreiras devem-se muitas vezes a contextos culturais, localização geográfica, género, rendimentos económicos, educação, e discriminação ou suposições baseadas na idade, género, orientação sexual, etnia, deficiência e estilo de vida - e levam a grandes discrepâncias nos riscos de desenvolver cancro e as possibilidades de sobrevivência.
 
Metade da população mundial não tem acesso a todo o tipo de serviços essenciais de saúde. A situação só piorou com a pandemia, com mais de meio milhão de pessoas empurradas ou empurradas ainda mais para a pobreza extrema devido aos custos dos cuidados de saúde.
Vivemos uma época de avanços imponentes que viram as taxas de sobrevivência de muitos tipos de cancro dispararem. Na maioria dos países do mundo, porém, muitas pessoas são incapazes de aceder efetivamente os cuidados adequados contra o cancro, mesmo quando a infra-estrutura e o serviço existem.
 
Segundo Vítor Veloso, presidente da Liga Portuguesa Contra o Cancro – Núcleo Regional do Norte, o panorama da Oncologia em Portugal é dramático, porque, para além das desigualdades existentes, assiste-se a uma contínua falta de consultas de Médico de Família, consequente atraso nos meios de diagnóstico e encaminhamento atempado para os Hospitais que realizam tratamentos oncológicos. Estes Hospitais, por sua vez, têm listas de espera incompatíveis com tratamento adequados e atempados em relação aos Doentes oncológicos. Há um esquecimento total destes Doentes que continuam “encostados” à espera que a pandemia termine.
 
Segundo o médico oncologista, muitas medidas deveriam ter sido tomadas durante estes anos para que estas desigualdades não acontecessem – planos devidamente estruturados nos diversos sectores que salvaguardassem as desigualdades e permitissem que a acessibilidade e a equidade em relação a todos os trâmites da doença oncológica acontecessem.
A incidência de Cancro tem vindo a aumentar e, infelizmente, os Doentes com cancro têm sido sistematicamente esquecidos, facto que vai impedir a cura de inúmeros cancros, uma mortalidade dramática e uma sobrevivência sem qualidade de vida.
O verdadeiro parente pobre do Serviço Nacional de Saúde é, sem dúvida, o Doente Oncológico!
 
Para sensibilizar a população para os serviços de apoio ao doente oncológico e seus familiares e as atividades de prevenção, educação, investigação e formação, a Liga Portuguesa Contra o Cancro – Núcleo Regional do Norte tem um programa de atividades previsto para o dia 4 de Fevereiro de 2022 no Porto.
 
PROGRAMA ATIVIDADES DIA MUNDIAL DO CANCRO NO NORTE:
9h30 - Inauguração da nova fachada do edifício do NRN - Sede da LPCC-NRN, Areosa (Porto)
10h00 - Entrega de 14 bolsas de investigação a jovens investigadores no valor de 168 mil euros - Auditório da LPCC-NRN, Areosa (Porto)
11h30 - Balão de ar quente como ação de sensibilização – Cordoaria (Porto)
18h00 - Homenagem aos Doentes com Cancro (cerimónia das Luminárias) - Jardim do Voluntariado da LPCC-NRN (IPO-Porto)
 
O voo cativo no Balão de ar quente é gratuito para qualquer pessoa que pretenda participar na experiência.

As Luminárias são uns sacos de papel onde as pessoas poderão escrever as suas mensagens em memória de um familiar/amigo que não resistiu ao cancro ou como forma de apoio a quem está a lutar contra o cancro. Ao escurecer, cada saco irá ser iluminado com um glowstick e faremos uma cerimónia de homenagem a todos os doentes com cancro. As Luminárias representam a esperança de que aqueles que foram levados pelo cancro não serão esquecidos, que aqueles que lutam contra o cancro serão apoiados e que um dia o cancro será vencido.
Durante toda a semana o IPO e a Liga vão sensibilizar todos os que por aí passarem a deixar as suas mensagens nas Luminárias
 
 
 

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