“My Policeman”: Harry Styles interpreta polícia homossexual em novo filme
Protagoniza um romance proibido na Inglaterra dos anos 50. Já pode descobrir a história na Amazon Prime Video.
Depois de “Don’t Worry Darling” (que chegou recentemente ao catálogo nacional da HBO Max), Harry Styles é um dos protagonistas de outro filme que este ano esteve em exibição no circuito dos festivais de cinema. Falamos de “My Policeman”, que estreou na plataforma Amazon Prime Video esta sexta-feira, 4 de novembro.
Dirigido por Michael Grandage, baseia-se no livro de Bethan Roberts publicado em 2012. A narrativa desenrola-se em Brighton, na Inglaterra dos anos 50, quando a homossexualidade era ilegal. Harry Styles, cantor tornado ator, interpreta Tom — o polícia do título da história.
É ele que está no centro do triângulo amoroso em que se foca o enredo. Tom, um polícia que ambiciona expandir os seus horizontes culturais, começa uma relação com Marion (Emma Corrin), uma professora local. Casam-se — e acabam por formar uma amizade próxima com Patrick (David Dawson), um curador de arte.
Os três partilham uma relação íntima, rara. Tom e Patrick envolvem-se num caso extraconjugal, e Marion adota uma complacência ternurenta, uma espécie de relação platónica — que gera muitas dúvidas ao longo do enredo. Será que ela sabia? Mas desde quando? Deixou que tudo se passasse porque gostava muito de ambos? Porque não queria que se metessem em problemas com a lei?
“My Policeman” aborda todas estas nuances e questões numa relação complexa — que é espelhada nos anos 50, o “presente” da narrativa; mas também no “futuro”, durante os anos 90, quando os três envelheceram e são agora interpretados por outros atores.
Tom e Marion mantêm-se casados e a viver juntos. Já Patrick sofre de uma doença que o deixou incapacitado. Quando Marion insiste para que acolham Patrick na sua casa, naquele período em que precisa de ajuda, Tom mostra-se furioso — provavelmente ainda em negação sobre ser homossexual, revoltado com aquilo por que passou, sem estar de consciência tranquila.
Essas dúvidas vão sendo respondidas ao longo de uma hora e 53 minutos, à medida que a ação nos faz recuar ao passado — oscilando entre pontos de vista. Os espectadores tanto são apresentados à perspetiva de Marion como de Tom e Patrick. Aos poucos vão construindo a sua visão daquilo que aconteceu e daquele triângulo multifacetado.
O filme tanto tem recebido críticas positivas como negativas. Há quem elogie o guião e as interpretações, mas também quem os critique profundamente. Em comum, porém, há uma conclusão: “My Policeman” não consegue atingir o potencial que outros dramas de época centrados em relações gay (oprimidas e proibidas) alcançaram.
Numa entrevista com a revista “Rolling Stone”, Harry Styles fez comentários sobre as suas cenas íntimas neste filme que foram bastante criticados pela comunidade LGBTQIA+. “Tanto sexo gay no cinema são apenas dois tipos a fazê-lo, e isso acaba por retirar a ternura da coisa. Há pessoas, imagino, que estavam bastante vivas durante este período em que era ilegal ser gay, e [o Michael] queria mostrar essa ternura, com amor e sensibilidade.”
As críticas fizeram-se sentir por existir um longo historial de filmes centrados em relações homossexuais que apenas se focam nessa componente mais ternurenta e amorosa — muitas pessoas alegaram, aliás, que “My Policeman” não apresenta qualquer grau de inovação nesse sentido.
O elenco do filme inclui ainda Gina McKee, Linus Roache, Rupert Everett, Kadiff Kirwan, Dora Davis, Joseph Potter, Richard Dempsey, Freya Mavor e Maddie Rice.