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Little Tomodachi (ともだち)

Little Tomodachi (ともだち)

20
Mar23

Mundo tem de reduzir emissões para metade antes de 2030, revela ONU

Niel Tomodachi

O mundo necessita de reduzir para metade as emissões de gases com efeito de estufa até 2030, para limitar o aquecimento global a 1,5 grau celsius neste século, adverte um novo relatório da organização da ONU sobre Alterações Climáticas.

Mundo tem de reduzir emissões para metade antes de 2030, revela ONU

Realizado após uma semana de reuniões na localidade alpina de Interlaken (Suíça), este 6.º relatório sintetiza todos os outros cinco elaborados pelos peritos do Painel Intergovernamental para as Alterações Climáticas (IPCC na sigla em inglês) desde 2015, assinalando que na década de 2011-2020 o planeta aqueceu 1,1 graus em relação aos níveis pré-industriais (1850-1900)

"A Humanidade caminha em gelo fino - e esse gelo está a derreter rapidamente", disse o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, adiantando que o mundo "necessita de ação climática em todas as frentes - tudo, em todos os lugares, ao mesmo tempo", numa referência ao filme mais premiado na última cerimónia dos Óscares, "Tudo em Todo o Lado ao Mesmo Tempo".

 

06
Jan23

Mais de 80% dos glaciares do mundo pode desparecer até ao final do século

Niel Tomodachi

Mais de 80% dos glaciares do mundo pode desaparecer até ao fim do século, devido ao aquecimento global, indica um estudo hoje divulgado, segundo o qual mesmo limitando o aquecimento metade dos glaciares irão desaparecer.

Mais de 80% dos glaciares do mundo pode desparecer até ao final do século

estudo da Faculdade de Engenharia da Universidade de "Carnegie Mellon", Estados Unidos, mostrou que num cenário futuro com investimento contínuo em combustíveis fósseis mais de 40% da massa glaciar desaparece dentro de um século, com a grande maioria dos glaciares a acabar também.

A equipa de investigação, liderada pelo professor de Engenharia Civil e Ambiental David Rounce, calculou que mesmo num cenário de baixas emissões de gases com efeito de estufa, limitando o aumento da temperatura média mundial a 1,5 graus celsius (ºC) em relação aos níveis pré-industriais, mais de 25% da massa glaciar desaparecerá e quase metade dos glaciares desaparece também.

Segundo os modelos estabelecidos, o mundo pode perder até 41% da massa total de glaciares ou apenas 26%, consoante os esforços que os países façam de limitar as emissões de gases com efeito de estufa.

Os investigadores notam que a maioria dos glaciares que desaparecem são pequenos mas acrescentam que a sua perda pode ter um impacto negativo na hidrologia local, no turismo e nos valores culturais e dizem esperar que o estudo estimule os decisores políticos a tomar decisões no sentido de impedir um maior aumento da temperatura média do planeta.

As projeções indicam que regiões glaciares mais pequenas, como a Europa Central, o Canadá Ocidental e os Estados Unidos serão afetadas de forma diferente com temperaturas superiores a 2ºC, e mostram que com um aumento de 3ºC os glaciares nestas regiões desaparecem completamente.

David Rounce explica que os glaciares levam muito tempo a responder às alterações climáticas e avisa que uma redução imediata das emissões de gases com efeito de estufa, mesmo que fosse uma paragem total de emissões, não vai remover os gases já emitidos e só vai refletir-se na perda de massa dos glaciares num período que vai de 30 a 100 anos.

 

01
Dez22

Mundo rural pode ajudar cidades a adaptarem-se para as mudanças

Niel Tomodachi

Sair da cidade e fugir para o campo. Em breve, a estrada estreita-se, as luzes diminuem e os aglomerados humanos afastam-se cada vez mais. Pare e ouça. Silêncio. A expansão urbana é substituída por campos e quintas. Poderia estar num mundo diferente.

Exemplo de adaptação dos pastores pode dar lições a reter na tomada de decisões políticas

Estas representações das fronteiras entre a cidade e o campo têm existido ao longo dos tempos, mas estão a mudar. O crescimento urbano difuso e disperso criou grandes áreas periurbanas (no interior), parcialmente urbanas e parcialmente rurais. As novas tecnologias permitiram novas tendências, tais como pessoas que vivem no campo e trabalham na cidade.

Se houver lições para os funcionários públicos no aproveitamento de ligações rurais-urbanas mais fortes, também poderá haver aplicações na aprendizagem com as comunidades pastoris de todo o mundo. Assim disse Ian Scoones, que há três décadas lidera a investigação sobre o que este grupo nos pode ensinar em termos de resposta às incertezas.

"Os pastores são guardadores de gado, pequenos criadores de ovinos ou bovinos, pessoas que fazem um uso muito variável das terras, muitas vezes com práticas de nomadismo", disse Scoones, professor de Ambiente e Desenvolvimento no Institute of Development Studies do Reino Unido, e coordenador do projeto PASTRES financiado pela UE.

"Estas pessoas são marginais em termos de economia, política e recursos, mas são centenas de milhões e as terras que utilizam cobrem quase metade da superfície terrestre", afirmou. Embora haja poucos exemplos de pastores que influenciam as políticas, Scoones acredita que há um potencial inexplorado.

Fronteiras indefinidas

"As áreas rurais e urbanas não são tão distintas hoje em dia", diz Han Wiskerke, professor de Sociologia Rural na Universidade de Wageningen, nos Países Baixos. "Eles cruzam-se e interagem. As áreas urbanas expandem-se para os subúrbios e há uma maior atividade económica nas zonas de cinturão verde". De 2017 a 2021, Wiskerke coordenou o projeto ROBUST, financiado pela UE, um projeto paneuropeu, financiado pela UE, centrado na criação de sinergias entre zonas rurais, urbanas e peri-urbanas. Um ponto-chave foi a criação de relações mais fortes entre as comunidades rurais e urbanas vizinhas para as ajudar a prever planos partilhados para um crescimento sustentável.

O Laboratório Vivo ROBUST em Graz (Áustria) ajudou a aumentar a oferta de transportes públicos nas zonas peri-urbanas, reduzindo a utilização de automóveis. A equipa conseguiu isto ao reunir funcionários do governo local, empresas e ONG para analisar os efeitos de um sistema de transporte regional melhorado no comportamento dos cidadãos.

"Estas áreas estão cada vez mais interligadas em termos de populações e atividades, mas muitas vezes ainda existe uma divisão quando se trata da forma como as políticas são determinadas", disse Wiskerke. "Procurámos áreas de interesse comum, onde as comunidades eram interdependentes, e tentámos identificar formas de se apoiarem melhor umas às outras".

Laboratórios vivos

No âmbito deste projeto, o ROBUST examinou a governação e os processos de tomada de decisão em 11 regiões urbanas. O seu conceito de laboratórios vivos abrangeu a Europa, de Lisboa a Liubliana. Os laboratórios vivos foram fóruns que reuniram políticos, investigadores, empresas, prestadores de serviços e cidadãos para cocriar um plano de ação local.

Foram complementados por "comunidades de prática", organizadas em torno de temas prioritários tais como modelos empresariais, infraestruturas públicas, e serviços ecossistémicos. Ao reunir indivíduos que enfrentam desafios semelhantes em toda a Europa, poderiam partilhar informações e experiências de implementação da mudança.

Através do trabalho do Laboratório Vivo ROBUST em Ljubljana (Eslovénia), foi oferecido um novo programa de refeições sustentáveis nas escolas da cidade, fornecendo alimentos nutritivos provenientes de quintas locais. Isto não só reduziu os "quilómetros alimentares" e proporcionou oportunidades para os agricultores locais, como também permitiu oportunidades de educação e literacia alimentar para os alunos.

E em Gloucestershire (Reino Unido), o Living Lab reduziu os efeitos das inundações na cidade de Gloucester ao analisar as intervenções ambientais baseadas na natureza também nas zonas rurais.

"Este projeto veio realçar que, se cuidarmos das nossas zonas rurais, elas também poderão cuidar das nossas cidades", disse Wiskerke.

 

Gerir a incerteza

O projeto PASTRES sob a direção de Ian Scoones liderou uma equipa global que investigou como os pastores de seis países, China, Índia, Etiópia, Quénia, Tunísia e Itália, lidam com a incerteza. Scoones quer saber as implicações mais vastas que isto pode ter em resposta aos desafios globais de cenários não-pastoris.

Scoones pensa que precisamos de ver como os pastores se organizam e respondem em tempo real face às incertezas, incluindo as ambientais. "Isto é o que os pastores fazem. Se há uma seca, falam com as pessoas, mudam-se, adaptam-se. Não tentam controlar o sistema", disse.

Responder às incertezas ambientais é apenas uma das áreas em que Scoones acredita poder aprender com os pastores. Também poderia haver aplicações em repensar os sistemas de seguros e de assistência social, e na resposta a emergências sanitárias, como a pandemia de covid-19.

"O que aprendemos com a pandemia é muito semelhante à forma como os pastores respondem a um tipo específico de incerteza. A forma mais eficaz de responder à pandemia foi através das pessoas: redes informais que ajudaram verdadeiramente a gerir a incerteza, respondendo, adaptando-se e lidando com os desafios", explicou.

Através do projeto PASTRES a sua equipa de investigadores, estudantes de doutoramento, na sua maioria oriundos de áreas pastorais, viveu no seio de comunidades que realizavam investigação qualitativa e etnográfica para compreender melhor o modo de vida das pessoas, os desafios que enfrentavam e as suas decisões em resposta.

Um elemento importante do trabalho foi uma iniciativa de foto-voz, um método de investigação que permitiu aos pastores registar as suas próprias perspetivas e refletir sobre os seus próprios cenários. "Demos às pessoas câmaras fotográficas para documentar incertezas nas suas vidas, e até partilharam imagens e ideias através da WhatsApp", explicou Scoones.

 

Ver o pastoralismo

Estas imagens e histórias de pastores foram partilhadas através do sítio Web Seeing Pastoralism e de uma exposição que foi já exibida no Quénia, Estocolmo e integrada na COP26 em Glasgow. No final deste ano, chegará a Bruxelas e será colocada na Comissão Europeia.

Voltando ao ROBUST e a mais longo prazo, Wiskerke espera agora destacar exemplos em que ações locais positivas alcançadas possam ser lançadas como sementes para a elaboração de políticas mais integradas entre áreas rurais e urbanas noutros locais.

O manifesto do relatório final do ROBUST apela a uma muito maior colaboração entre as zonas urbanas e rurais em todas as áreas políticas. "As áreas rurais e urbanas são interdependentes, e espero que este projeto facilite muito mais a elaboração de políticas de colaboração entre elas no futuro", disse Wiskerke.

"Fazer face aos nossos desafios comuns - desde a melhoria dos serviços públicos até à resposta às alterações climáticas - tem de integrar este tipo de desenvolvimento inclusivo".

A investigação neste artigo foi financiada pela UE. Este artigo foi originalmente publicado na Horizon, a Revista de Investigação e Inovação da UE. 

 

01
Dez22

Projeto quer transformar humidade em água doce para combater escassez

Niel Tomodachi

Com os abastecimentos de água doce a diminuírem em todo o mundo, estão em curso esforços para extrair mais do ar e do mar. Os projetos e as empresas europeias de investigação estão na vanguarda deste desafio tecnológico.

Projetos pretendem transformar humidade e água do mar em água doce

Carlos Garcia prevê um mundo em que muitos milhões de casas irão extrair água do ar - literalmente.

Garcia é diretor geral da GENAQ, uma empresa espanhola que fabrica dispositivos conhecidos como geradores de água atmosférica. Ao condensar a humidade do ar transformando-a em água utilizável, estes geradores podem ajudar a conseguir este bem tão necessário.

 

Crise de abastecimento

A água, a fonte da vida, está a tornar-se cada vez mais escassa à medida que a população mundial cresce e as alterações climáticas se intensificam.

"Este é um problema que temos mesmo de resolver", disse Garcia, cuja empresa liderou o projeto financiado pelo programa Horizonte Europa STRATUS para expandir o mercado de geradores de água atmosférica. De acordo com as Nações Unidas, 2,3 mil milhões de pessoas, mais de uma em cada quatro, vivem num país "em stress hídrico", que é definido como aquele que retira pelo menos 25% da sua água doce todos os anos para satisfazer a procura. E 4 mil milhões de pessoas enfrentam uma grave escassez de água durante pelo menos um mês por ano.

Na Europa, onde o aquecimento global já está a causar secas mais frequentes e graves, cientistas e empresas estão a desenvolver novos métodos para gerar água doce a partir do ar e do mar. O momento é também impulsionado pelos poluentes nas águas subterrâneas e pelo custo ambiental da água engarrafada.

A GENAQ tem vindo a desenvolver geradores de água atmosférica desde 2008 e tem clientes em 60 países, mas até agora tem servido principalmente serviços de emergência e utilizadores industriais.

 

Utilização doméstica

Através do STRATUS, a empresa desenvolveu uma versão concebida para as pessoas nas suas casas. Estes novos geradores podem ser ligados às casas e criar água fresca para os seus moradores.

A GENAQ quer vender três versões do produto, com capacidade de 20 a 200 litros por dia, em tamanhos que vão desde um pequeno aparelho de cozinha até uma versão que se parece com um refrigerador de água de escritório. Os preços previstos variam entre 2 500 euros para a versão mais pequena e 14 500 euros para a maior.

"O dispositivo recolhe o ar e filtra-o, assegurando que não há contaminantes a entrar no compartimento de condensação", explicou Garcia.

Primeiro o ar é arrefecido até um ponto em que a água condensa. Depois, a água é filtrada, são adicionados minerais e é tratada com luz ultravioleta para evitar a formação de bactérias.

A GENAQ encontrou uma forma de reduzir drasticamente a quantidade de energia utilizada no processo - 150% menos - e o custo médio da água portátil caiu mais de 80%.

"Dedicámos a maior parte dos nossos esforços à eficiência", disse Garcia.

Mas os geradores de água atmosférica dependem de algo fora do controlo da GENAQ: a meteorologia.

"O melhor desempenho é em climas quentes e húmidos", disse Garcia. "Os ambientes frios e secos não têm um bom desempenho, mas as condições interiores das casas estão bem-adaptadas para esta solução".

A GENAQ tem agora por objetivo fornecer geradores de água atmosférica às famílias comuns.

Nos próximos meses, planeia expandir-se na Europa em países como Espanha, França e Alemanha, onde o consumo de água engarrafada é elevado. Um passo posterior é entrar no mercado mundial de consumo.

 

Origem no mar

Na Bélgica, uma empresa chamada HydroVolta está a melhorar as formas de extrair água salgada ou salobra e convertê-la em água doce no âmbito do projeto SonixED financiado pelo programa Horizonte Europa.

A grande maioria da água da terra é salgada. Apenas 3% é água doce e menos de um terço desta é acessível, estando o resto trancado em glaciares e águas subterrâneas.

"Vamos precisar de tratar a água salina para as pessoas poderem beber e a indústria poder utilizar", disse George Brik, diretor executivo da HydroVolta. "Mas com as tecnologias atuais, a dessalinização requer investimentos e custos operacionais elevados. Para além disso, a tecnologia existente utiliza grandes quantidades de energia e produtos químicos".

Embora a dessalinização já se faça há anos e normalmente se verifique em países com climas secos, o aumento da escassez de água está a incitar o interesse noutras partes do mundo, incluindo no norte da Europa.

A técnica básica para transformar água salgada em água doce é a eletrodiálise, onde os iões são transportados através de membranas para separar o sal da água.

Mas o método tem um ponto fraco: a membrana, que se suja facilmente e requer produtos químicos e alta pressão para ser limpa. Isso, por sua vez, envolve grandes quantidades de energia.

Ao abrigo do SonixED, a HydroVolta desenvolveu uma tecnologia de ultra-sons que mantém a membrana limpa de uma forma muito mais eficiente.

 

Menos pressão, mais água

O uso de energia neste campo depende da pressão, que é medida numa unidade conhecida como bar. As tecnologias existentes para dessalinizar a água do mar necessitam de cerca de 50 a 80 bar, segundo Brik, que disse que a nova tecnologia HydroVolta utiliza apenas 1 a 3 bar.

"Melhor ainda é que agora pode ser gerada uma maior quantidade de água doce", disse.

"As tecnologias existentes desperdiçam cerca de 60 a 65% da água do mar que é captada. A nossa nova tecnologia inverte essa percentagem. A cada 100 litros de água do mar que retirarmos, podemos produzir 65 litros de água potável".

A HydroVolta quer fornecer esta tecnologia a empresas maiores para gerar água potável, bem como a agentes industriais que necessitam de água para alimentar as suas operações. A empresa está a realizar testes com várias empresas belgas para gerar água potável a partir do Mar do Norte.

Entretanto, Brik diz que as novas tecnologias de dessalinização podem precisar de um empurrão dos governos para estimular uma maior procura.

"Os governos podem ser os primeiros clientes", disse. "Isto ajudará as empresas a mostrar ao mundo o que têm e a aumentar a sua escala".

A investigação neste artigo foi financiada pela UE. Este artigo foi originalmente publicado na Horizon, a Revista de Investigação e Inovação da UE.

 

30
Nov22

Mais de 5 mil milhões de pessoas terão problemas de acesso à água em 2050

Niel Tomodachi

Cerca de 3600 milhões de pessoas têm problemas de acesso à água pelo menos um mês por ano, número que pode aumentar para mais de 5000 milhões até meados do século, refere um relatório da Organização Meteorológica Mundial (OMM).

Cerca de 3600 milhões de pessoas têm problemas de acesso à água pelo menos um mês por ano, número que

O relatório sobre a disponibilidade de água potável no planeta, divulgado esta terça-feira, é o primeiro que a OMM dedica especificamente aos recursos hídricos e destaca que em 2021 dois terços da superfície terrestre tiveram fluxos fluviais abaixo da média dos últimos 30 anos, enquanto apenas um terço estava acima ou nos níveis médios.

Numa fase que se caracteriza pela procura crescente por este elemento líquido e uma oferta limitada, a água também está relacionada com 74% dos desastres naturais (secas, cheias, tempestades), aponta o documento divulgado pela agência das Nações Unidas.

"Os impactos das alterações climáticas tendem a manifestar-se através da água, com secas mais intensas e frequentes, inundações mais extremas, chuvas sazonais mais irregulares e aceleração do degelo dos glaciares", sublinhou o secretário-geral da OMM, Petteri Taalas, durante a apresentação do relatório.

O estudo destaca como zonas onde o fluxo do rio estava abaixo da média em 2021 o Río de la Plata e o sul e sudeste da Amazónia, na América do Sul, ou as bacias dos rios Colorado, Missouri e Mississippi, na América do Norte.

Em África, também houve um fluxo abaixo da média nos rios Níger, Volta, Nilo e Congo, enquanto na Eurásia o mesmo ocorreu nas bacias da Sibéria, outras partes da Rússia e da Ásia Central.

Em contraste, foram registados fluxos acima do normal em algumas bacias da América do Norte, no norte do Amazonas, rios no sul da África (como o Zambeze e o Orange) e outras na China e na Índia, países que sofrerem recentemente inundações de grandes dimensões.

Algumas das áreas onde o abastecimento de água está em níveis críticos veem a sua situação agravada pela sobre-exploração das águas subterrâneas, alerta o relatório.

O documento também analisa a criosfera, o gelo nos polos, montanhas e glaciares, que é a maior reserva mundial de água doce por ser fonte de rios e abastecimento de 1.900 milhões de pessoas.

A OMM alerta também para o degelo preocupante em áreas como o Alasca (América do Norte), Patagónia (América do Sul) ou Himalaias (Ásia).

 

25
Nov22

COI-UNESCO lança "Blue Friday" em defesa dos oceanos

Niel Tomodachi

A Comissão Oceanográfica Intergovernamental da UNESCO (COI-UNESCO) apresenta esta sexta-feira em Veneza, Itália, a iniciativa "sexta-feira azul" ("Blue Friday") em resposta à "sexta-feira negra" (Black Friday) comercial e em defesa dos oceanos.

Iniciativa em defesa dos oceanos

A chamada "Black Friday", na última sexta-feira de novembro, inaugura o período de compras de Natal com grandes descontos e é um dos expoentes máximos do consumismo, tendo começado nos Estados Unidos, espalhando-se depois por todo o mundo.

Este ano pela primeira vez, a COI-UNESCO lança a "Blue Friday", esta sexta-feira e sábado, para "transformar um evento puramente consumista num momento de reflexão dedicado à salvaguarda e à restauração do Mar Mediterrâneo, através de iniciativas de alfabetização oceânica".

O evento tem início em Veneza, mas fonte da COI-UNESCO disse à Lusa que "obviamente o objetivo é levar o momento para todo o mundo, sensibilizando o maior número possível de pessoas para a proteção dos oceanos", e mostrando que é possível consumir e produzir de forma mais sustentável.

A iniciativa pretende ser uma oportunidade para propor soluções concretas para as ameaças a todos os ambientes marinhos, não apenas ao Mediterrâneo, explicou também a fonte.

Em Veneza serão organizadas mesas redondas sobre economia verde e azul, com a participação de empresas internacionais, falar-se-á de "design" e moda sustentáveis, e refletir-se-á sobre o efeito que as escolhas dos consumidores podem ter no meio ambiente, em especial nos oceanos.

A "Blue Friday" é organizado no âmbito da Década das Nações Unidas da Ciência dos Oceanos para o Desenvolvimento Sustentável (2021-2030), criada para promover o papel da ciência dos oceanos para fomentar um desenvolvimento mais sustentável.

A COI-UNESCO foi criada em 1960 para estudar a proteção do ambiente marinho, a pesca e os ecossistemas bem como as mudanças provocadas pelas alterações climáticas.

 

07
Nov22

Kilimanjaro continua sob ameaça

Niel Tomodachi

Os picos de gelo das montanhas do Kilimanjaro, o ponto mais alto de África, poderão deixar de existir até 2050.

O alerta é da UNESCO, que pediu “rápidas medidas” para colocar ponto final no descalabro ambiental.

A UNESCO analisou 18.600 picos gelados em 50 locais Património Mundial e concluiu que um terço está condenado a desaparecer.

O ritmo acelerado de degelo ocorre desde 2000 devido às emissões de CO2, que estão aumentar gradualmente as temperaturas.

São 58 biliões as toneladas de gelo que derretem a cada ano, o equivalente ao uso anual combinado de água da França e da Espanha.

Tal fenómeno é responsável ​​por quase 5% do aumento global observado do nível do mar.

Em África, além do Kiminajaro, na Tanzânia, também o Monte Quénia está em perigo. Na Europa, os locais mais preocupantes são os Pirenéus e as Dolomitas.

Já na América do Norte, os parques nacionais de Yellowstone e Yosemite, nos Estados Unidos, constituem os problemas maiores.

Mas esta não é a única má notícia a afetar o Kilimanjaro. O fogo que há mais de duas semanas alastra naquela que é considerada a montanha sagrada de África continua ativo.

Centenas de polícias e voluntários foram mobilizados para conter as chamas, mas o sinistro continua sem dar sinal de tréguas.

Com uma área total de mais de 75 mil hectares, o Parque Natural do Kilimanjaro abriga um ecossistema com uma flora rica e uma fauna composta por elefantes, búfalos e antílopes, entre outras espécies de animais.

 

03
Nov22

Um terço dos glaciares protegidos vão desaparecer devido às alterações climáticas

Niel Tomodachi

Um terço dos glaciares património mundial da UNESCO, que representam 10% da superficial glaciar da Terra, vão desaparecer entre este ano e 2050 devido ao aumento das temperaturas causado pelas alterações climáticas.

Um terço dos glaciares protegidos vão desaparecer devido às alterações climáticas

Um relatório divulgado esta quarta-feira pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) salienta que o património glaciar mundial está numa situação preocupante.

A cada ano perde em média 58 biliões de toneladas de gelo, o equivalente ao volume total de água usada por Espanha e França, aponta o relatório.

As alterações climáticas ameaçam destruir locais protegidos, como os glaciares no Monte Perdido, nos Pirenéus, em França e Espanha, ou os do Parque Nacional Los Alerces, na Argentina, que perderam 45,6% da sua massa total em relação ao ano 2000.

Metade da humanidade depende das superfícies glaciares como fonte de água, quer para uso doméstico, quer para a agricultura ou energia hidrelétrica, além de serem de grande importância cultural, religiosa e turística.

Todos os glaciares que compõem o património mundial da UNESCO estão seriamente ameaçados e 60% destes apresentam um "recuo em ritmo acelerado" da sua massa, segundo o relatório.

Este derretimento alarmante causa 5% do aumento global do nível do mar, acrescenta.

O estudo oferece um raio de esperança: se a temperatura global não subir mais de 1,5 grau acima dos níveis pré-industriais, o restante da superfície glaciar destes locais protegidos poderá ser salvo.

A UNESCO defende a criação de um fundo internacional para monitorizar e proteger os glaciares, maior apoio à investigação científica e o desenho e desenvolvimento de medidas de alerta e redução de risco perante desastres naturais.

 

 

29
Out22

“Estamos inequivocamente a meio de uma emergência climática”, dizem cientistas

Niel Tomodachi

seca, alterações climáticas

De uma reunião de investigadores internacionais resultou o relatório onde se alerta que os sinais vitais da Terra pioraram a ponto de “a humanidade enfrentar inequivocamente uma emergência climática”. O relatório, “Aviso dos cientistas mundiais de uma emergência climática 2022”, publicado na revista BioScience, observa que 16 dos 35 sinais vitais planetários que os autores usam para identificar as mudanças climáticas estão em valores recordes.

Os dados apresentados no referido relatório ilustram a crescente frequência de eventos extremos de calor, aumentando a perda global de cobertura florestal devido ao fogo e uma maior prevalência do vírus da dengue transmitido por mosquitos.

Os mesmos especialistas apontam para o excessivo aumento do consumo de energia de combustíveis fósseis após as paralisações da pandemia da covid-19 (apesar do aumento dos compromissos de desinvestimento de combustíveis fósseis).

16 dos 35 sinais vitais planetários que os autores usam para rastrear as mudanças climáticas estão em valores recordes

“Como podemos ver pelos aumentos anuais das catástrofes climáticas, estamos agora no meio de uma grande crise climática. E prevê-se que esta crise piore se continuarmos a fazer as coisas da maneira que as temos feito”, disse o principal autor Christopher Wolf, da Universidade Estadual de Oregon. “Imploramos aos nossos colegas cientistas que se juntem a nós na defesa de abordagens baseadas em pesquisa para a tomada de decisões climáticas e ambientais”.

 

“A mudança climática não é um problema isolado”

“A mudança climática não é um problema isolado”, disse Saleemul Huq, da Universidade Independente de Bangladesh. “É parte de um problema sistémico mais amplo de superação ecológica, onde a procura humana excede a capacidade regenerativa da biosfera. Para evitar mais sofrimento humano incalculável, temos de proteger a natureza; eliminar a maioria das emissões de combustíveis fósseis e apoiar adaptações climáticas socialmente justas, com foco em áreas mais vulneráveis”.

O relatório observa que, nas últimas três décadas, as emissões globais de gases de efeito estufa aumentaram 40%. Neste período de 30 anos, mais de 1.700 cientistas assinaram o documento “Aviso dos Cientistas Mundiais à Humanidade”, de 1992.

“À medida que as temperaturas da Terra aumentam, a frequência ou magnitude de alguns tipos de desastres climáticos podem aumentar”. Quem faz o alerta é Thomas Newsome, da Universidade de Sydney.

 

26
Out22

Mundo está distante da meta do Acordo de Paris, diz ONU

Niel Tomodachi

Relatório destaca que promessas atuais para reduzir emissões são insuficientes e alerta para aquecimento médio global de 2,5°C até o fim do século.

Vista de Evolução histórica e política das principais conferências mundiais  da onu sobre o clima e meio ambiente | Revista Iberoamericana de Bioética

As promessas internacionais atuais para reduzir as emissões de gases do efeito estufa são insuficientes para que o planeta se atenha ao limite de aquecimento global estabelecido no Acordo de Paris, aponta um novo relatório da Organização das Nações Unidas (ONU) divulgado nesta quarta-feira (26/10).

Com base nas metas nacionais de emissões de 193 países, a Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (UNFCCC, na sigla em inglês) prevê um aumento médio da temperatura global de 2,5°C acima da média pré-industrial até o fim do século.

Isso representa 1°C acima do ambicioso limite de 1,5°C estabelecido no Acordo de Paris, além do qual cientistas afirmam que a probabilidade de catástrofes climáticas aumenta significativamente.

Com cada fração de grau de aquecimento, dezenas de milhões de pessoas mundo afora passam a estar expostas a severas ondas de calor, escassez de alimentos e água e inundações.

O relatório também prevê que, com os compromissos internacionais atuais, as emissões aumentarão 10,6% até 2030 em relação aos níveis de 2010, um pouco menos que os 13,7% estimados no ano passado. Cientistas afirmam, no entanto, que as emissões de gases responsáveis pelo aquecimento do planeta precisariam ser cortadas em 45% em relação a 2010 até o fim desta década.

Ainda segundo o relatório, somente 24 de 193 países que concordaram na Conferência do Clima de Glasgow do ano passado em intensificar suas ações climáticas seguiram adiante com planos mais ambiciosos.

"Ainda não estamos nem perto da escala e do ritmo de redução das emissões necessários para nos colocar no caminho certo", afirmou o secretário-executivo da UNFCCC, Simon Stiell. "Para manter esse objetivo [do aquecimento global de até 1,5°C] vivo, governos nacionais precisam fortalecer seus planos de ação climática agora e implementá-los nos próximos oito anos."

Negociado por mais de 190 países em 2015, o Acordo de Paris sobre o clima entrou em vigor em novembro do ano seguinte e aborda mitigação, adaptação e financiamento no âmbito das mudanças climáticas.

 

Conferência do Clima

O relatório desta quarta foi divulgado a menos de duas semanas da próxima Conferência do Clima da ONU, a COP 27, a ser realizada em Sharm el-Sheikh, no Egito, e na qual os países envolvidos deverão novamente tentar elevar suas metas de redução de emissões.

No entanto, a guerra da Rússia contra a Ucrânia, a crise energética internacional impulsionada pelo conflito e a instabilidade política em países como o Brasil e o Reino Unido devem dificultar a cooperação e os esforços para combater o aquecimento global.

"A COP 27 é o momento em que os líderes globais podem recuperar o ímpeto da mudança climática, dar o passo necessário das negociações à implementação e avançar na transformação maciça que deve ocorrer em todos os setores da sociedade para enfrentar a emergência climática", afirmou Stiell.

 

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