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Little Tomodachi (ともだち)

Little Tomodachi (ともだち)

17
Mai22

Quatro em cada cinco alunos LGBTQ preferem não revelar orientação sexual aos professores

Niel Tomodachi

Estudo da Universidade do Porto revela que grande parte dos alunos LGBTQ preferem não revelar a sua orientação sexual aos professores ou funcionários da escola. Investigação mostra ainda como tópicos relacionados com pessoas lésbicas, gays ou bissexuais ou com bullying homofóbico e transfóbico ou sobre aceitação da população LGBTQ ainda estão fora das salas de aula. Um em cada 10 alunos desta inquérito sofreu alguma tentativa de conversão da sua orientação sexual.

Quatro em cada cinco alunos LGBTQ preferem não revelar orientação sexual aos professores

Um inquérito feito por uma equipa do Centro de Psicologia da Universidade do Porto, e citado esta terça-feira pelo jornal Público, revela que quatro em cada cinco alunos LGBTQ (lésbica, gay, bissexual, transgénero, queer ou em questionamento), de minorias sexuais e de género, preferem não revelar a sua orientação sexual aos professores ou funcionários.

O mesmo trabalho revela que estes jovens são mais vezes vítimas de bullying do que os colegas heterossexuais ou cisgénero.

Questionados sobre a quem é que, na escola, os jovens contaram que são LGBTQ, 81% dos estudantes responde que nunca contou a nenhum professor ou funcionário e apenas 3,3% contaram a todos ou à maior parte dos adultos da escola.

Já entre colegas os números revelam mais confiança com 37% dos jovens a afirmar que tinha dito a toda a turma ou à maior parte, sendo que o valor baixa para 13% quando se colocam outras turmas na equação.

Relativamente ao grupo de amigos, 43,8% jovens LGBTQ afirmaram que todos sabiam, mas 27,4% contou a apenas alguns ou a nenhum amigo.

Para além destes números o inquérito evidencia ainda um problema na hora de levar os temas relacionados com a comunidade LGBTQ. Três em cada cinco estudantes dizem nunca ter aprendido nas aulas sobre bullying homofóbico e transfóbico ou sobre aceitação da população LGBTQ.

Mais: 40,6% nunca ouviram nas aulas tópicos relacionados com pessoas lésbicas, gays ou bissexuais, e 54,2% afirma que nunca foram abordados assuntos relacionados com pessoas transgénero. E ainda 56,3% dos alunos dizem que as aulas de educação sexual não abordaram a existência de diferentes orientações sexuais.

Os dados preliminares deste relatório revelam ainda outra realidade, a de que cerca de um em cada dez jovens LGBTQ já sofreu alguma tentativa de conversão da sua orientação sexual. Dos quase 700 alunos que responderam identificar-se como não heterossexuais, 8,6% foram vítimas de algum tipo de tentativa de mudança da orientação sexual: em oito casos foi conduzida por um profissional de saúde, em 15 casos por um líder religioso e em 44 casos por outra pessoa, maioritariamente um membro da família.

Este relatório faz parte de um estudo alargado sobre diversidade sexual e de género nas escolas, que foi aplicado também em Itália, Espanha, Grécia, Eslovénia, Letónia, Croácia, Irlanda, Áustria, França e Reino Unido no âmbito de um projeto europeu coordenado pela Universidade de Ghent, na Bélgica.

 

26
Jun21

Historiador da Universidade do Minho vence Prémio Grémio Literário 2020

Niel Tomodachi

O historiador José Manuel Lopes Cordeiro da Universidade do Minho (UM), em Braga, venceu o Prémio Grémio Literário 2020 com a obra "1820. Revolução Liberal do Porto", foi hoje divulgado.

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O livro tem 536 páginas, 202 ilustrações "muitas delas inéditas" e novas revelações sobre a primeira tentativa de implantação do liberalismo em Portugal, refere a Universidade do Minho, em comunicado.

"É uma honra receber este prémio, é o reconhecimento do meu trabalho de muitos anos nesta área", afirmou Lopes Cordeiro, citado na nota de imprensa.

Em janeiro, "1820. Revolução Liberal do Porto" já tinha sido eleito o melhor livro em História Contemporânea Portuguesa publicado em 2020, pelo blogue "Almanaque Republicano".

A obra, editada pelo Município do Porto, destaca em especial as fontes locais daqueles 40 dias que abalaram a História de Portugal e do Brasil há dois séculos, referiu a universidade.

"O autor parte da exposição homónima que organizou no ano passado na Casa do Infante, no Porto, mas vai além do mero catálogo da mostra. Aí se incluem os principais antecedentes da revolta: a ida da corte para o Brasil em 1807; a invasão napoleónica do Porto e o desastre da Ponte das Barcas em 1809; a criação pelo príncipe regente D. João do Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves em 1815; a conspiração de 1817 e a execução do general Gomes Freire de Andrade, que acicatou a revolta contra a presença inglesa e do marechal Beresford; e a constituição da associação secreta Sinédrio, no Porto, para organizar a revolução", sublinhou.

O Grémio Literário de Lisboa atribui o prémio anualmente a obras originais de autores portugueses na área das letras, artes e ciências.

José Manuel Lopes Cordeiro é professor aposentado da Universidade do Minho, investigador do Centro Interdisciplinar de Ciências Sociais (CICS), presidente da Associação Portuguesa para o Património Industrial, diretor do Museu da Indústria Têxtil da Bacia do Ave e da revista "Arqueologia Industrial".

Está ainda no conselho editorial de quatro revistas internacionais e soma 10 livros e mais de 50 artigos científicos publicados, sobretudo sobre história política e arqueologia industrial.

Foi também diretor do Museu da Ciência e Indústria do Porto, responsável nacional do projeto do Conselho da Europa "Itinerários Culturais Europeus: As Rotas do Têxtil" e colaborou no "Dicionário de História de Portugal", coordenado por António Barreto e Maria Filomena Mónica.

O investigador vai receber o prémio na próxima terça-feira, no Grémio Literário de Lisboa, numa cerimónia agendada para as 19:00.

O galardão consiste numa escultura de José de Guimarães e, no passado, foi entregue a figuras como o cineasta Manuel de Oliveira e o sociólogo David Justino.

 

29
Mar21

APAV apoiou mais de 13 mil vítimas de violência em 2020

Niel Tomodachi

Em cerca de 46% das situações foi formalizada queixa/denúncia junto de pelo menos uma entidade policial, o que representa um aumento de 4%

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A Associação Portuguesa de Apoio à Vítima (APAV) apoiou no ano passado mais de 13 mil vítimas diretas de mais de 19.600 crimes e outras formas de violência e recebeu uma média de 38 chamadas por dia.

Segundo o relatório anual de 2020, no ano em que comemorou 30 anos de existência, a APAV registou 66.408 atendimentos de pessoas vítimas ou não de crimes, para esclarecimento de informações e outros assuntos.

Cerca de 75% do total de vítimas diretas de crime eram do sexo feminino e as faixas etárias mais frequentes situavam-se entre os 25 e os 54 anos de idade, representando um total de 38,3%.

Os crimes contra as pessoas (95,1%) tiveram um maior destaque no ano passado, com especial relevo para os crimes de violência doméstica (75,4%). Já os crimes contra o património, que em 2020 representaram 2,5% do total assinalado pela APAV, registaram um aumento de 0,7% em relação ao ano anterior.

De acordo com os dados da APAV, de um total de 13.093 vítimas diretas, a associação registou 13.113 autores/as de crime. Destes, cerca de 56% eram do sexo masculino e tinham idades compreendidas entre os 35 e os 54 anos (21,1%). No que diz respeito à relação entre vítima e autor/a do crime, as relações de intimidade (44,2%) foram as mais assinaladas.

Em cerca de 46% das situações foi formalizada queixa /denúncia junto de pelo menos uma entidade policial, o que representa um aumento de 4% face aos registos de 2019.

Quanto ao número médio de vítimas por ano, a APAV indica 8720 mulheres, 1841 crianças, 1627 homens e 1626 pessoas idosas.

Nos vários serviços de proximidade - Gabinetes de Apoio à Vítima, Equipas Moveis de Apoio à Vítima, Polos de Atendimento em Itinerância, Sistema Integrado de Apoio à Distância, Sub-Redes Especializadas, Casas de Abrigo e Linha Internet Segura - foram registados 66.408 atendimentos.

A APAV refere que apoiou vítimas diretas de 290 municípios dos 308 existentes (94% do território nacional), registou 19.697 crimes e outras formas de violência e promoveu 1227 atividades formativas (48% destinadas a crianças e jovens).

A associação lembra que o ano de 2020 foi pautado pela pandemia causada pelo coronavírus SARS-CoV-2 e que, "com todos os constrangimentos inerentes a uma nova realidade", se teve de adaptar e reinventar "dia após dia".

Quanto aos contactos recebidos, a APAV indica que os contactos telefónicos (61,6%) e presenciais (29,6%) continuam a ser os principais, mas sublinha que no apoio 'online' se verificou uma subida de 5,9% face ao ano anterior, com um registo de 17,7% dos contactos efetuados.

"Foi também percebida a subida percentual dos contactos telefónicos face aos presenciais, com uma elevação de 4,2%. O aumento da utilização de ferramentas de apoio à distância, como o telefone e o apoio online, poderá ter sido condicionada pelas restrições vividas em 2020, em consequência da situação pandémica", sublinha.

No que se refere à referenciação das vítimas, o relatório da APAV indica que uma em cada cinco (20,4%) são referenciadas pelos órgãos de polícia criminal e 13,4% por amigos/conhecidos.

"O número de referenciações efetuadas para a APAV reforçam o reconhecimento da associação junto das comunidades locais e das restantes instituições com as quais articula", sublinha a associação.

Perfil das vítimas

Quanto ao perfil geral das vítimas apoiadas diretamente, a APAV refere que são maioritariamente do sexo feminino (74,9%), com uma média de 40 anos de idade e que a relação com o autor/a do crime é conjugal na maior parte dos casos (18.2%).

No que se refere às vítimas crianças e jovens, são maioritariamente do sexo feminino (59,7%) com uma média de 10 anos de idade e filhos/as do/a agressor/a.

O perfil que a APAV define para as vítimas do sexo masculino indica que a faixa etária predominante é a dos adultos (56,9%), seguida de crianças (29,3%) e idosos (15,3%). Contudo, a média de idades das vítimas do sexo masculino situa-se nos 36 anos e a maior parte (16,1%) são filhos do/a autor/a do crime, seguindo-se os cônjuges (10,8%).

Já no caso das pessoas idosas, o perfil das vítimas traçado indica que a maioria são mulheres (72,1%), com uma média de 76 anos de idade e, na maior parte dos casos (33,8%) são pai/mãe do autor do crime. Em 22,7% dos casos são cônjuges.

 

11
Mar21

TransforMAR recolheu mais de 47 toneladas de plástico nas praias em 2020

Niel Tomodachi

O projeto TransforMAR recolheu 47,4 toneladas de plástico em 15 praias do continente português, durante o ano passado, transformando aqueles detritos em donativos monetários, perfazendo um apoio de mil euros para instituições locais, foi hoje anunciado.

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"A iniciativa esteve presente em 15 praias, de norte a sul do país e, fora da época balnear, promoveu oito ações de limpeza, com os voluntários da Brigada do Mar, ao longo de mais de 200 km [quilómetros] de costa", adiantaram os promotores do projeto.

De acordo com a organização, a iniciativa, que vai na terceira edição, recolheu um total de 5,4 toneladas de plástico -- superando as 2,6 toneladas de 2019 -- durante dos meses de julho, agosto e setembro, através de depósitos de utilização para veraneantes.

"Assumindo o compromisso de transformar o plástico recolhido num benefício direto para a comunidade e, em resposta aos desafios económicos trazidos pelo atual contexto de pandemia, o projeto transformou o total das 47,4 toneladas de plástico recolhido em donativos monetários para apoiar IPSS [Instituição Particular de Solidariedade Social] locais nos concelhos das praias onde o TransforMAR marcou presença", realçou.

Ao longo do ano passado, segundo os promotores, 76 voluntários conseguiram retirar da orla marítima 42 toneladas de plásticos -- quase 80% do total de resíduos recolhidos - em oito ações de limpezas de praias, numa extensão de 200 km de costa.

"Selecionadas pelas câmaras municipais que têm demonstrado um papel ativo na proteção do planeta, desde a primeira edição do TransforMAR, 15 IPSS irão receber um apoio de mil euros cada, na sequência da valorização de cada tonelada de plástico recolhido, para melhor servirem a comunidade", adiantaram, lembrando que, nas edições anteriores, o plástico recolhido foi transformado "em equipamentos para a prática de atividade física e em mobiliário urbano".

O projeto TransforMAR é uma iniciativa dos supermercados Lidl e da Electrão, Associação de Gestão de Resíduos, responsável por três sistemas de recolha e reciclagem de resíduos: equipamentos elétricos, pilhas e embalagens.

Tem como parceiros entidades como a Associação Bandeira Azul da Europa, as organizações ambientalistas Quercus e Zero, e a Agência Portuguesa do Ambiente. E o apoio institucional do Ministério do Ambiente e da Ação Climática.

"O TransforMAR é um projeto inovador na forma como transforma o plástico recolhido num benefício para a comunidade, numa lógica de economia circular, e os seus resultados têm-se superado ano após ano", avançou a diretora de Comunicação Corporativa do Lidl Portugal, Vanessa Romeu, citada no comunicado.

Também o diretor geral do Electrão - Associação de Gestão de Resíduos, Pedro Nazareth, considerou que o projeto serve para alertar para "impacto dos resíduos nos ecossistemas e habitats marinhos", desenvolvendo ações de limpeza nas praias.

Por seu lado, a coordenadora nacional do programa Bandeira Azul, Catarina Gonçalves, explicou que a iniciativa "vai ao encontro da mensagem de sensibilização [...] relativa à urgência de alteração de comportamentos" das pessoas.

"Esta é uma iniciativa que desafia os portugueses, não só a recolher plásticos, mas também a entender o peso/impacto das suas ações nos oceanos e na sustentabilidade do nosso planeta", sustentou.

Já o representante da Brigada do Mar, Simão Acciaioli, que se juntou pela primeira vez ao projeto, realçou as 12 toneladas de plástico recolhidas na Reserva Natural das Dunas de São Jacinto, em Aveiro.

Por sua vez, a coordenadora responsável da Quercus, Sandra Pereira, considerou que o TransforMAR serviu para perceber que, mesmo em contexto pandémico, "a sociedade continua mobilizada para as questões ambientais".

"O projeto TransforMAR, pelos resultados alcançados e pela dinâmica demonstrada, tem sido um excelente exemplo de como se pode promover a economia circular em Portugal", observou.

Com duração de um ano, o projeto esteve dois meses consecutivos em 15 praias de todo o país (julho e agosto), para sensibilizar as pessoas para a importância de uma boa conduta ambiental em praia e para os princípios da economia circular - através da recuperação, reutilização, reciclagem e redução do desperdício de materiais plásticos.

Em cada uma das praias esteve um depósito próprio, que promoveu a recolha de materiais plásticos e de metal produzidos pelos frequentadores dos locais.

Já na terceira edição, o TransforMAR tem como parceiro a Brigada do Mar, um projeto de limpeza de praias e proteção da biodiversidade que desde a sua criação, em 2009, já recolheu 800 toneladas de lixo.

 

11
Mar21

Centro comunitário construído apenas com terra e bambu no Bangladesh é o Prémio Obel 2020

Niel Tomodachi

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Prémio de arquitetura distingue projetos em prol do desenvolvimento humano em todo o mundo.
Um centro comunitário construído apenas com terra e bambu, no Bangladesh, é o Prémio Obel 2020.

O prémio da fundação dinamarquesa com o mesmo nome quer estimular e reconhecer contributos excecionais para a humanidade. Ou seja, para ser nomeada para este prémio uma obra tem de ser no mínimo original e contribuir para a construção de um futuro melhor.

O prémio dinamarquês vai ser entregue este ano à arquiteta alemã Anna Heringer.

 

11
Mar21

Prémio Pessoa 2020 atribuído à cientista Elvira Fortunato

Niel Tomodachi

A investigadora é distinguida por um conjunto de invenções entre as quais a criação do primeiro ecrã transparente a partir de materiais sustentáveis.

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investigadora Elvira Fortunato venceu o Prémio Pessoa 2020, anunciou hoje o júri, numa transmissão online.

Cientista, professora catedrática e Vice-Reitora da Universidade NOVA de Lisboa, especialista em Microelectrónica e Optoelectrónica, Elvira Fortunato é  engenheira de formação e no seu currículo figura uma lista de invenções e inovações "onde se destaca o transístor de papel", refere a ata do Prémio Pessoa 2020.

"A ideia de usar o papel como um material eletrónico abriu portas, em 2016, para futuras aplicações em produtos farmacêuticos, embalagens inteligentes ou microchips recicláveis, ou até páginas de jornal ou revistas com imagens em movimento", sublinhou Francisco Pinto Balsemão, presidente do júri, na declaração do anúncio do vencedor. 

"A ciência e a inovação são sinónimos de Elvira Fortunato", referiu ainda o presidente, acrescentando que "o trabalho pioneiro na área da eletrónica transparente, usando materiais sustentáveis e com processamento completo à temperatura ambiente é de grande impacto na indústria eletrónica mundial. Tudo isso lhe valeu o prémio Horizont Impact Award 2020, atribuído pela Comissão Europeia".

Elvira Fortunato, sublinhe-se ainda, é a promotora de uma plataforma associada à eletrónica flexível que recorre a materiais eco-sustentáveis e facilmente recicláveis. Estes têm como objetivo promover as interfaces e sistemas de comunicação de baixo custo e mais ajustadas a um futuro duradouro.

"Graças a um percurso académico nacional e internacional de grande consistência, Elvira Fortunato tem revelado uma exemplar capacidade para enfrentar os problemas das relações entre o Estado e as empresas, assim como entre a investigação e a tecnologia, estimulando o trabalho de cooperação entre instituições", vincou Francisco Pinto Balsemão.

Com efeito, ao "atribuir-lhe o Prémio Pessoa 2020, o júri consagra uma carreira de excecional projeção, dentro e fora do nosso país, mas também reconhece um contributo notável para o desenvolvimento português científico, tecnológico e de inovação"

O Prémio Pessoa é uma iniciativa do semanário Expresso e da Caixa Geral de Depósitos, e visa "representar uma nova atitude, um novo gesto, no reconhecimento contemporâneo das intervenções culturais e científicas produzidas por portugueses".

O júri deste ano foi composto por Francisco Pinto Balsemão (presidente), Emílio Rui Vilar (vice-presidente), Ana Pinho, António Barreto, Clara Ferreira Alves, Diogo Lucena, Eduardo Souto de Moura, José Luís Porfírio, Maria Manuel Mota, Pedro Norton, Rui Magalhães Baião, Rui Vieira Nery e Viriato Soromenho-Marques.

O anúncio do Prémio Pessoa 2020 deveria ter acontecido em dezembro, mas foi adiado para hoje, por causa da pandemia da covid-19.

Entre os vários galardoados com este prémio, desde que foi instituído, em 1987, contam-se personalidades como José Mattoso, António Ramos Rosa, Maria João Pires, Menez, António e Hanna Damásio, Herberto Helder (que o recusou), Vasco Graça Moura, João Lobo Antunes, José Cardoso Pires, Eduardo Souto Moura, João Bénard da Costa, Sobrinho Simões, Mário Cláudio, Luís Miguel Cintra, Maria do Carmo Fonseca, Eduardo Lourenço, Maria Manuel Mota, Richard Zenith, Manuel Aires Mateus, Rui Chafes, Frederico Lourenço e Tiago Rodrigues.

Em reação, Elvira Fortunato sublinhou a importância desta distinção como um reconhecimento do seu trabalho e, sobretudo, da ciência, admitindo que tem um valor especial por carregar o nome de Fernando Pessoa.

(S)

04
Jan21

Portugueses já escolheram a Palavra do Ano (e não é pandemia nem Covid-19)

Niel Tomodachi

Houve cerca de 40 mil votos na edição anual do concurso da Porto Editora.

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Está escolhida a Palavra do Ano de 2020: saudade. Durante todo o mês de dezembro, cerca de 40 mil pessoas votaram no concurso anual promovido pela Porto Editora. “Saudade” ganhou com 26,8 por cento dos votos.

Em segundo lugar, “Covid-19” levou 24,4 por cento dos votos, enquanto “pandemia” ficou em terceiro, com 17,03 por cento. Seguiram-se “confinamento” (16,23%), “zaragatoa” (7%), “telescola” (2,58%), “discriminação” (1,85%), “infodemia” (1,59%), “digitalização” (1,33%) e “sem-abrigo” (1,16%).

Desta forma, “saudade” sucede a “violência [doméstica]” (2019), “enfermeiro” (2018), “incêndios” (2017), “geringonça” (2016), “refugiado” (2015), “corrupção” (2014), “bombeiro” (2013), “entroikado” (2012), “austeridade” (2011), “vuvuzela” (2010) e “esmiuçar” (2009).

 

24
Dez20

Merry Christmas!!!

Niel Tomodachi

“Christmas may be a day of feasting, or of prayer, but always it will be a day of remembrance—a day in which we think of everything we have ever loved.”

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I love the Christmas season! It is in all reality the most wonderful time of the year! December has been a flurry of tree decorating, Christmas cookie frosting, present wrapping, and cozy nights spent tucked under blankets with hot chocolate!

May this festive season sparkle and shine, may all of your wishes and dreams come true, and may you feel this happiness all year round.

"Christmas is most truly Christmas when we celebrate it by giving the light of love to those who need it most."

Merry Christmas!!!

Little Tomodachi (ともだち)

21
Dez20

“Pó caralho 2020”: o pano com a frase que estamos todos a pensar esgotou o stock

Niel Tomodachi

A proposta da marca portuguesa Hardcore Fofo foi um sucesso de vendas. Custa 10€ e está sem stock no site.

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Se há alguma coisa que podemos considerar consensual neste mundo é o sentimento partilhado em relação a 2020. O ano terrível que está finalmente a chegar ao fim ficou marcado pela pandemia de Covid-19, prejudicou negócios, empurrou milhares de portugueses para o desemprego e obrigou-nos a cancelar todos os planos e objetivos que tínhamos na agenda.

Associada a esta frustração, foram muitos os negócios rápidos a reagir com produtos que exprimem eloquentemente aquilo que estamos todos a pensar. Já aqui falámos do “Que se foda 2020”, o vinho português que se tornou um fenómeno de vendas e esgotou em dois dias. Agora, há mais um caso de sucesso, desta vez na forma de um pano do pó.

“Pó caralho 2020” é a frase bordada na proposta posta à venda pela marca portuguesa Hardcore Fofo, conhecida por bordar expressões obscenas em objetos tradicionais. O pano do pó de 10€ pertencia à mais recente coleção de Natal da empresa e fez tanto sucesso que esgotou todas as unidades no site.

“Pano do pó para limpar esta merda de ano 2020”, escreveram os responsáveis na descrição. Se ainda tiver esperança de por as mãos em alguma unidade, pode sempre entrar em contacto com a marca através das contas de Instagram e Facebook; ou pelo email hardcorefofo@gmail.com.

 

20
Dez20

Covid-19. Pandemia faz de 2020 um "ano do meio" na vida de muitos sem-abrigo

Niel Tomodachi

2020 é um "ano do meio" para Paulo, nem bom nem mau, porque já passou por muito pior e conseguiu ultrapassar, mas a pandemia afetou fortemente as pessoas sem-abrigo, deixou vidas suspensas e trouxe novos casos às associações.

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Na Cais, uma associação que trabalha junto de pessoas em situação de privação, exclusão e risco, social e economicamente vulneráveis, ainda se está a avaliar o impacto que a pandemia de covid-19 teve junto destas pessoas, mas já é possível saber que as consequências se sentiram sobretudo ao nível do isolamento, na saúde mental e nos seus rendimentos.

Além disso, revelou Gonçalo Santos, diretor técnico da associação, a pandemia trouxe novos rostos, pessoas que não recorriam anteriormente aos serviços da Cais, mas que precisaram de o fazer "porque viram-se, a si e à sua família, numa situação a que não estavam habituados".

"Tínhamos pessoas que nos chegavam numa situação de emergência e tínhamos também pessoas que nos chegavam já numa situação de desemprego e à procura de uma alternativa rápida para que a situação não se agudizasse", explicou.

Olhando para o número de pessoas apoiadas entre o primeiro e o segundo trimestres deste ano, Gonçalo Santos adiantou que houve um aumento de cerca de 50% em termos de procura, uma tendência que tem vindo a diminuir ao logo do segundo semestre, "à medida que novas medidas e novas políticas entraram em vigor" e "à medida que as pessoas foram reorganizando a sua vida".

No início deste ano, Paulo estava desempregado, mas à espera de ser chamado para trabalhar num supermercado, "entretanto meteu-se isto da pandemia" e teve de ficar em casa juntamente com o companheiro, também ele vendedor da revista Cais.

Valeu-lhes a ajuda da associação, com dinheiro e alimentos, mas também dos vizinhos, um dos quais que até pagou a conta da luz.

Sem essa ajuda, admite, "se calhar passava fome", mas Paulo não é pessoa de baixar os braços porque já passou por "momentos muito piores", quando deixou a aldeia onde nasceu, perto do Bombarral, e partiu para Lisboa, onde andou "aos trambolhões" e ficou sem-abrigo.

"[2020] Não é um ano bom nem mau, é um ano do meio, para mim considero isso porque consegui ultrapassar tudo e isso é um fator que diz tudo", diz, recordando os tempos em que "queria dinheiro para comer e não tinha nem um euro".

Para se sustentar a si e à filha de 18 anos, João conta com a venda da revista Cais e os 280 euros que recebe de reforma por invalidez.

"Antes de aparecer isto da pandemia eu conseguia fazer mais ou menos em revistas 200 e tal euros. Agora, desde que isto entrou, nem metade eu consigo fazer, se fizer 100 euros é muito", lamentou.

Vende a revista há três anos e assume-se como "um homem muito feliz", que nunca perde a esperança.

"E não vou perder. Já passei momentos muito difíceis, piores do que o que estou agora a passar e não quer dizer que não esteja a passá-los, mas se consegui superá-los temos de conseguir viver um dia de cada vez", disse João.

Ainda assim, olha para 2020 como o pior ano da sua vida: "Para mim foi, nunca passei um ano com uma pandemia destas com a idade que eu tenho, não tem explicação"

No caso de Rui, a Cais surge como a oportunidade para fazer uma formação e encontrar um emprego, depois de haver estado inscrito no gabinete de emprego da Junta de Freguesia de Alcântara.

"Em fevereiro de 2020, este ano já, em princípio tinha sido escolhido para ingressar numa empresa, dei os meus dados, dei tudo, número de contribuinte, IBAN, só que entretanto começa a covid em Portugal e o que acontece é que foi tudo por água abaixo", contou.

Antes disso, respondeu a "centenas e centenas de anúncios" e já tinha ido a algumas entrevistas.

"Com a notícia de que tinha sido aprovado, obviamente que fiquei contente, só que, entretanto, gorou-se a expectativa", lamentou, acrescentando que até agora não foi possível encontrar outra oferta de emprego.

Não fosse a pandemia, "com certeza estaria a trabalhar e estaria mais descansado em relação ao futuro imediato, assim não".

De acordo com Gonçalo Santos, as ofertas de emprego diminuíram drasticamente como consequência da pandemia, mas ainda assim a CAIS conseguiu empregar 30 pessoas entre março e novembro, o que "representa cerca de um quarto" do total de pessoas apoiadas pela associação.

Normalmente quem chega à Cais passa por várias fases, desde integrar atividades educativas e ocupacionais, a ações de desenvolvimento pessoal e social, para depois integrarem o programa de capacitação e empregabilidade e conseguirem um emprego.

"O que aconteceu foi que muitas das pessoas que já estavam nesse processo de repente viram-se suspensas nas suas oportunidades de estágio, em alguns casos temporariamente, noutros ainda está suspensa a sua integração em posto de trabalho. E, portanto, para pessoas que fizeram um percurso longo e estavam prestes a entrar nesta reta final supermotivadas, isto teve um grande impacto porque na altura em que mais precisavam tudo parou", apontou o diretor técnico da Cais.

Segundo Gonçalo Santos, apesar de tudo, o setor social "respondeu bastante bem" às necessidades de quem precisou da sua ajuda e adiantou que a preocupação está agora no futuro próximo.

"Receamos que durante o próximo ano, quando um conjunto de medidas se alterarem, nomadamente quando as moratórias terminarem, que voltemos a ter um 'boom' na procura como aconteceu na última crise financeira e que de repente haja um aumento exponencial na procura dos nossos serviços e de um público alvo mais diferenciado, que terá mais competências, mas irá sofrer pela falta de ofertas que calculamos que irá haver", apontou.

Por enquanto, a CAIS acompanhou cerca de 130 pessoas no seu centro em Lisboa, cerca de 50% das quais são novos casos.

Apesar do aumento de novos casos, o número de pessoas e respetivos agregados familiares ajudados pela Cais deverá rondar os 600 no final do ano, aproximadamente o mesmo de 2019.

(S)

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