O novo “Monstros Fantásticos” retrata o fascismo — e a homossexualidade de Dumbledore
É o terceiro filme da saga que pertence ao universo de “Harry Potter”. Mads Mikkelsen é agora Grindelwald, depois de Johnny Depp.
"Monstros Fantásticos: Os Segredos de Dumbledore” é o novo filme da saga de prequelas de “Harry Potter”. Realizado por David Yates, e co-escrito pela autora dos livros J. K. Rowling, estreia nos cinemas portugueses esta quinta-feira, 7 de abril.
Não está a ser especialmente aclamado pela crítica, e já tinham existido vários motivos (e pretextos) para concluir a saga, mas enquanto for lucrativa a indústria de Hollywood não está interessada no seu fim.
Depois de uma pandemia que suspendeu a produção do filme, da substituição de Johnny Depp e das controvérsias em torno de Rowling, chega o terceiro capítulo da história. E cada vez mais distante da premissa original, uma vez que Newt Scamander (Eddie Redmayne) tem perdido algum protagonismo.
O enredo desenrola-se durante os anos 30. O feiticeiro maléfico Grindelwald (agora interpretado por Mads Mikkelsen) continua a tentar dominar o mundo mágico. Dumbledore (Jude Law) não o pode combater, pois assinaram um pacto de sangue no passado, prometendo que nunca iriam lutar um contra o outro.
Porém, o feiticeiro recruta Newt Scamander, o seu irmão Theseus (Callum Turner), a maga americana Lally Hicks (Jessica Williams), o franco-senegalês Yusuf Kama (William Nadylam), e o muggle americano Jacob Kowalski (Dan Fogler) para juntos formarem uma equipa que trave os planos de Grindelwald.
Yusuf Kama é enviado como espião infiltrado, enquanto os outros se instalam na Alemanha. Lá, assistem ao momento em que Grindelwald é absolvido de todos os crimes de que estava acusado — e depois anuncia que se vai candidatar à Federação Internacional dos Feiticeiros.
Mais tarde, a narrativa vai mudar-se para o Butão, na Ásia, onde decorrem as eleições através de uma tradição ancestral. “Monstros Fantásticos: Os Segredos de Dumbledore” faz um claro paralelismo com a ascensão do fascismo na Europa nos anos 30. Grindelwald é a versão Hitler do mundo dos feiticeiros: um populista que consegue convencer muitas pessoas a juntarem-se à sua perigosa causa.
Este filme também aborda diretamente a homossexualidade de Albus Dumbledore, algo que só tinha sido mencionado de forma vaga em “Monstros Fantásticos: Os Crimes de Grindelwald”.
Dumbledore e Grindelwald são ex-amantes que prometeram nunca se magoar um ao outro, mesmo que as suas jornadas os levassem por caminhos opostos. A tensão entre Mads Mikkelsen e Jude Law é palpável, aponta a crítica internacional.
O elenco do filme inclui ainda Katherine Waterston, Poppy Corby-Tuech, Ezra Miller, Paul Low-Hang, Richard Coyle e Oliver Masucci, entre outros.