A série da Netflix estreou no dia 24 de outubro e já é um dos maiores sucessos da plataforma de streaming.
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Quão bem conhece a história natural do nosso planeta? O novo documentário da Netflix, “Life on our Planet”, uma produção de Steven Spielberg, vai levar os espetadores através de cinco eventos de extinção em massa da Terra, de forma a explicar a evolução da vida. Após estrear no dia 24 de outubro na plataforma, tornou-se um sucesso tão grande que já é o segundo conteúdo mais visto pelos portugueses.
Com efeitos visuais impressionantes e narração de Morgan Freeman, a equipa responsável por este projeto não quer que o seu visionamento seja um “trabalho de casa” aborrecido. Tudo menos isso.
“O que queríamos fazer, desde o início, era serializar a história da vida. Tornar esta experiência um binge watch. Porque a história é muito dramática”, explicou o argumentista, Dan Tapster, citado pela revista online, “Broadcast Pro”.
Esta história utiliza ferramentas narrativas usadas por algumas das mais populares séries — como os famosos cliffhangers — para colar o espectador ao ecrã no final de cada episódio. Existe ainda uma tensão dramática entre “oprimidos comuns e adoráveis” que resistem à evolução contra todas as probabilidades.
A tecnologia também ocupa um lugar importante. Os episódios contam com efeitos visuais da Industrial Light & Magic, uma empresa fundada pelo criador de “Star Wars”, George Lucas. Esta foi responsável por criar alguns dos animais gigantes que surgem no projeto: desde dinossauros, até os Cameroceras, um molusco gigante, que viveu no período Ordoviciano, há 470 e 460 milhões de anos, e que media oito metros. Todas estas criaturas são representadas com fundos semelhantes aos maiores de filmes de ação.
Houve ainda a preocupação de fazer as gravações em locais historicamente precisos, com base nos habitats das espécies. “Isto tornou o trabalho de efeitos especiais muito mais real”, disse a diretora e escritora da série, Sophie Lanfear, ao site de entretenimento, “Den of Geek”.
“Poderíamos ter utilizado cenários em CGI, assim como os animais, mas ao escolher filmar locais reais, as cenas se tornaram-se de alguma forma mais verossímeis”, argumenta. “Isto ajudou a fazer com que os efeitos se misturassem bem com os elementos da história natural moderna.”
Segundo os especialistas, este documentário é uma forma divertida e interessante de conhecer “a riqueza da biodiversidade da Terra, assim como as escalas de tempo geológicas, dolorosamente, longas, mas necessárias, para evoluir”.
“É extremamente divertido, com todos os confrontos pré-históricos que poderíamos desejar”, pode ler-se no meio de comunicação “The Conversation”, num artigo assinado em conjunto pelo biólogo Tim Rock e o professor de Paleobiologia Evolutiva, Matthew Wills. “’Life on Our Planet’ é excelente a explicar a relação dinâmica entre a Terra e os seus organismos – mostrando como os dois estão interligados”, escreveram.
Apesar do investimento e no valor científico do documento, também têm surgido algumas críticas. “Se a série se preocupasse menos em reforçar, constantemente, o quão incrível tudo é, poderia ter encontrado espaço para ser mais informativa”, condena Jack Seale, do jornal britânico “The Guardian”.
“Assista ao programa com uma criança curiosa e repare como esta vai começar a fazer perguntas sobre o que o programa não responde. Nomeadamente, o que causou os picos e quedas nos níveis de oxigénio/CO2 que levaram às extinções em massa do passado antigo. Como está realizado, a ‘Life on our Planet’ é o tipo de espetáculo vazio para o qual não temos mais tempo”, acrescenta o mesmo crítico.