"A Voz que Grita por um Sentido" de Viktor E. Frankl
Como redescobrir a dimensão humanista da Psicoterapia
Sobre o Livro:
Nos anos 30, com o aumento em massa de suicídios entre os jovens universitários em Viena, um jovem psiquiatra austríaco propôs uma terapia inovadora: ajudar os estudantes a encontrar um sentido para a vida. Nascia assim a Logoterapia, que o autor comprovou de forma terrível no campo de concentração de Auschwitz: os prisioneiros que sobreviviam não eram os mais fortes fisicamente, mas aqueles que vislumbravam um sentido para a existência.
Viktor E. Frankl, que relataria a sua experiência no livro O Homem em Busca de um Sentido, assistiu no pós-guerra ao crescimento económico da Europa e previu que, à medida que as pessoas vissem as suas necessidades básicas satisfeitas, começariam a esquecer-se do sentido da vida, e que isso acabaria por levar a um enorme vazio existencial.
Neste livro (textos de 1947 a 1977) o autor vem contrariar esse vazio reafirmando os valores humanistas que se foram perdendo. O autor procura (re)encontrar o que temos de mais humano em diferentes expressões da cultura humana. Percorre a filosofia, a moralidade, mas também temas fulcrais para a psicologia, como o sexo ou a literatura, à procura daquilo que faz de nós humanos.
A Voz que Grita por um Sentido quer devolver um rosto humano à psiquiatria e evidenciar o que cada um de nós tem de único e individual. E reforça a crença do autor de que num mundo confuso, só em nós próprios encontraremos um farol e um rumo para a vida.
Sobre o Autor:
Nascido na Áustria em 1905, Viktor Emil Frankl formou-se em Neurologia na Universidade de Viena, onde viria a doutorar-se em Psiquiatria. Tendo-se especializado no estudo da depressão e do suicídio, viria a ser influenciado no início por Sigmund Freud e Alfred Adler, de quem se viria a afastar. Ao desenvolver um programa pioneiro junto dos estudantes vienenses, que reduziu a zero a taxa de suicídios, foi convidado a trabalhar com Wilhelm Reich. A sua brilhante carreira foi interrompida pela ascensão do Nacional Socialismo. Quando lhe ofereceram a hipótese de emigrar, decidiu permanecer na Áustria, para cuidar dos pais. Em 1942, foi deportado para um gueto e depois para o campo de concentração de Auschwitz. No fim da guerra retomou o seu trabalho, imprimindo-lhe uma direção totalmente nova. Criou a Logoterapia, ensinou-a em universidades de Viena a Harvard. Quando morreu, aos 92 anos, tinha recebido 29 Doutoramentos Honoris Causa e a sua obra estava traduzida em mais de 40 línguas.